Não vou te machucar

718 63 4
                                    


Na manhã seguinte ele está abraçado a mim novamente, acho que ele gosta de dormir assim, eu permito, afinal eu também gosto. E foi assim a maioria dos dias, nos acordávamos, ele ia fazer o trabelho dele como capitão e eu ia para o ao observatório, quando o sol estava se pondo nos dois íamos para a sala dele e ficávamos horas estudando os mapas e as estrelas, as vezes dormíamos no convés do navio por que eu precisava mostrar a ele as constelações.

Já estávamos a uns 6 dias fazendo isso e eu estava começando a gostar de ensinar o que eu sabia, ele aprende rápido, a tripulação começou a ficar mais legal comigo também, menos alguns que me viam como uma ameaça. Alguns acreditam que eu sou uma bruxa e que enfeiticei o capitão para fazer o que eu quero.

Estava na torre de observação quando avisto uma ilha, não parece ser grande, mas só tem algumas plantas e um pouco de areia já fico muito feliz.

Desço até o deque e vou direto avisar a ele.

- Uma ilha, ao leste – digo sem apontar para ele achar sozinho.

Ele pega a luneta e sorri.

- Muito bom bruxinha, está livre – ele fala com um sorriso no rosto, mas que logo morre ao dizer que estou livre.

- É... estou – digo feliz, mas sinto um vazio por dentro.

Nós fomos para a ilha, ao chegarmos lá percebemos que é até grande, parece desabitada, mas melhor não contar com isso.

Os homens dessem dos botes e Nevra me ajuda a descer também, todos chegam na areia e comemoram por estarem em terra.

- Vamos passar a noite aqui – fala Nevra para que todos escutem.

Todos começam a montar algumas barracar e cabanas feitas de madeira, alguns saem para pescar e outros para pegar algumas plantas, eu vou sozinha andar pela floresta e encontro laranjeiras, pego algumas laranjas e coloco em um saco que estava carregando, encontro algumas plantas medicinais e pulo de alegria, finalmente, estou praticamente em casa.

Volto para o acampamento e as cabanas já estão quase prontas, Nevra e o cabeludo que agora eu sei que se chama Alek estão acendendo uma fogueira e discutindo alguma coisa.

Vou em direção a uma das cabanas e guardo o que peguei dentro de um cesto pequeno, saio e vejo que já vai anoitecer, a fogueira já esta acesa e os alguns homens trouxeram peixes outros conseguiram umas aves, acho que teremos um banquete.

Estamos sentados todos ao redor da fogueira, e todos conversavam e estavam sorrindo de suas próprias besteiras, a língua deles e alemão, descobri em uma das aulas de mapas quando Nevra falou da cidade que havia nascido na Alemanha, eu ainda não entendia uma palavra que eles falavam, e agora não tenho mais tempo de aprender. Estava comendo quando senti minhas gengivas doerem, as toco e vejo sangue, estou com uma doença comum entre as pessoas que ficam no mar, chamada escorbuto, provavelmente todos aqui tem.

- Nevra, pode pedir para eles tirarem os sapatos?

- O que? Por que? - fala ele de boca cheia.

- Talvez estejam doentes e eu sei como ajudar.

Ele volta para os homens e fala provavelmente o que eu mandei, todos começam a tirar os sapatos e bingo, suas feridas estão infectadas e alguns dedos já estão escuros. Me levanto e vou até a cabana, pego as laranjas que havia encontrado e dou uma para casa um, das cascas faço um chá forte com algumas ervas que encontrei na mata.

Olho ao redor e eles me olham com curiosidade, se já achavam que eu era uma bruxa agora eles terão certeza, sirvo o chá a cada um deles, eles tomam sem questionar, até Nevra, eles fazem uma careta horrível, mas tomam tudo.

Fases da LuaWhere stories live. Discover now