Podemos nos unir, o que acha?

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Passei o dia aqui em cima, ele mudou a rota, agora estamos indo para onde mapas apontavam, fico no observatório o dia inteiro, vejo a movimentação do navio inteiro aqui de cima, e percebo que nem todos da tripulação gostam do capitão, o respeitam por ser o capitão mas as vezes vejo uma formação de grupinhos e eles conversam alguma coisa que não escuto, mas tenho quase certeza que é alguma conspiração contra ele.

Vejo o sol se pôr e todos começarem a se recolher, levantam as velas e o navio vai desacelerando, eles abaixam a ancora e ficamos parados no meio do nada, não tenho a menor noção de onde estamos mas os ventos já sã diferentes dos ventos da Inglaterra.

Todos já foram dormir e as estrelas brilhas nos céus, essa é a única hora que eu gosto do dia, é a única que eu me sinto familiarizada, sempre estudei as estrelas mesmo preferindo as plantas e a terra, mas meu pai disse que eu precisava saber para ensinar as minhas irmãs.

Não consigo dormir, o clima esta frio mas não tem vento, desço do observador e vou andar pelo deque, me apoio do para peito e fico olhando para a agua, ela reflete as estrelas fazendo com que mar e céu se tornem uma única coisa, olho meu reflexo na agua e em seguida vejo o de uma outra pessoa.

Olho para o lado e ele esta parado me olhando, sempre que esta por perto meu corpo se arrepia, e sinto minha barriga doer, ele não fala nada, só fica ali comigo olhando o horizonte, passamos algum minutos assim e sua presença já esta começando a me incomodar.

- Você não dorme não? - digo de forma grosseira. Ele parece não lugar para meu tom de voz e abre um sorriso.

- Sou capitão de um navio onde nem todos da tripulação gostam de mim, então não posso me dar ao luxo de dormir muito. E você?

- Não consigo dormir, me sinto desconfortável no meio de tanta água - falo me abraçando, minha família era de boticários, conheço plantas, ervas, alguns alimentos e temperos, não conheço anda do mar.

- Não sabe nadar? - ele fala rindo.

- Sei, mas eu prefiro esta com meus pés na terra, o mar me dá medo por ainda ser desconhecido.

- Sabe bruxinha, um antigo amigo me dizia que o mar é o céu na terra, você conhece as estrelas, eu conheço a água, podemos nos unir, o que acha? - ele fala isso chegando perto de mim, sinto sua mão no meu rosto, ele faz um carinho duvidoso e me olha nos olhos de forma penetrante, sei de suas segundas intenções, e a resposta é não.

- Não, você é quem precisa da minha ajuda, pensou na minha proposta?

- Pensei, eu aceito, mas, não vou dar o que você quer, afinal, salvei sua vida.

- Você não salvou minha vida, eu entrei aqui por conta própria.

Deixei você ficar no meu navio, deixei você dormir onde você escolheu, você come da minha comida e usa das minhas roupas, dei uma ordem para ninguém da tripulação toca-la e você ainda acha que eu não salvei você? Se eu quisesse eu teria enfiado minha espada em você na primeira vez que a vi. - ele fala se aproximando eu não recuo, não vou mais recuar para homem, principalmente um pirata.

Ele esta com raiva pela minha ingratidão, sinto sua respiração em cima de mim, olho ele nos olhos e ele me olha de volta, sua respiração esta ofegante e a minha esta normal, não tenho medo dele.

Ele se irrita com a minha afronta e puxa uma faca colocando bem na minha barriga, sinto a ponta por cima do tecido, ele não vai me matar.

- Você não via me matar – digo de forma tranquila e ele se irrita mais ainda.

- Como tem tanta certeza – ele fala entre os dentes e empurra a faca na minha barriga, sinto sua ponta na minha pele, mas me mantenho calma, pego sua mão com as minhas e empurro mais, sinto a pontinha entrar na minha carne, ele fica surpreso com minha ação e tenta recursar, mas eu não deixo.

Fases da LuaKde žijí příběhy. Začni objevovat