VINTE

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Amberly Stark

Amberly Stark

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O bom garoto

Michelle me convidou para passar o dia com ela. A casa dela não era grande e luxuosa como a mansão, mas era ainda mais acolhedora. Diferente de MJ sua mãe é um poço de carinho, em poucos minutos já descobri que ela ama abraçar.

O pai de Michelle faleceu pouco tempo depois que nos conhecemos. Ele era um dos homens que me ajudou naquela noite horrível. A morte dele foi inesperada e rápida, veio por meio de um ataque cardíaco e até MJ tem dificuldade de falar sobre. Eles era muito próximos, o senhor Jones era um ativista afro-americano e fez questão de mostrar esse mundo para filha.

A senhora Jones adora o fato da filha ser tão parecido com o pai e comemora o fato dela seguro os passos do pai no seu estilo de vida.

No almoço comemos uma macarronada com almôndegas e um molho especial da senhora Jones. Tudo vegano. Não me pergunte do que era feito a carne, só sei que tava uma delícia.

Enquanto sua mãe regava o jardim e a horta, Michelle me levou para conhecer seu bairro e seus vizinhos. Nunca pensei que MJ fosse do tipo que fala com os vizinhos, mas sua rua é tão simpática e familiar que eu até entendo. É tudo muito diferente da agitada Nova Iorque que eu estava acostumada a viver.

Paramos em uma lanchonete pequena no bairro vizinho. O lugar era fofo e bem organizado, a maioria dos clientes era idosos.

— Esse lugar é a sua cara. - comentei rindo.

— Pode parar, eu gosto daqui. É silencioso e tranquilo. - se justificou. — Um ótimo lugar para ler um bom livro e ainda tem o melhor sorvete vegano da cidade. A dona faz ele artesanalmente.

— Espero que seja tão bom quanto a comida da sua mãe.

A menina que vem nos atender tem praticamente a nossa mesma idade senão mais jovem, ela é simpática e não demora para trazer nossos pedidos. Quando ela sai MJ troca nossos pedidos.

— Alice sempre troca os pedidos. - diz já começando a comer seu sorvete de kiwi.

Antes que eu pudesse provar o meu meus olhos vagam para o rapaz que acaba de chegar. Minha garganta fecha na hora com a chegada das lembranças que eu sempre tentei esquecer. Não tenho controle do meu corpo, tenho certeza que a minha cara está em pânico.

— O quê? - Michelle estranha minha quietude repentina e olha para trás. — Ah, aquele é o Scott, ele é irmão da Alice. Muito gente boa.

Mal ouvi o que ela disse, meus ouvidos estavam zumbindo.

— Vamos embora. - foi o tudo que eu disse quando consegui me levantar.

— Por quê? Você tá bem? Amber fala comigo!

Não respondo, saio da lanchonete o mais rápido que posso. Mesmo assim ainda consigo ouvir o que ele fala.

— Sua amiga não gostou do sorvete?

Michelle demora a me acompanhar, com certeza teve que pagar a conta sozinha, mas isso não me importa agora eu só quero ir embora.

— Amber! Espera, a estação fica pro outro lado.

Paro abruptamente na calçada, por uma coincidência horrorosa é bem em frente ao beco onde tudo aconteceu. Sinto o minhas mãos suadas e tremolas. Não tenho mais controle das minhas lágrimas.

— Amber fala comigo, o que aconteceu? Porque você tá chorando? - Michelle agora parece tão desesperada quanto eu.

Aponto para o beco e então ela entende tudo. Diferente de mim, MJ não se lembra de muito coisa daquela noite. Ela não viu nenhum deles, estava muito escuro, mas eu me lembro. De cada detalhe. Choro mais quando sinto seu abraço apertado.

— Desculpa. Eu não lembrava que era nessa rua. Sou uma amiga horrível.

— Você não é uma amiga horrível. - digo quando consigo me acalmar mais. — Foi a muito tempo, nem eu lembrava que tinha sido aqui até ver... ele.

— Ele? Um dos caras daquela noite? - pergunta preocupada.

— Sim, o que me beijou a força enquanto os outros riam.

— Me diz quem é que eu mato esse desgraçado!

— O atendente da lanchonete.

— O quê? Scott? Não pode ser.

— Mas é Michelle, você não acredita em mim? - minha voz sai fina e quase sem forças.

— Claro que acredito, desculpa, é que eu frequento aquele lugar a tanto tempo que eu nunca... nunca desconfiei de nada. Ele sempre foi tão jeitil com todos que... - ela está tão furiosa que mal consegue falar. — Eu vou matar aquele desgraçado!

— Não, eu só quero ir embora.

— De jeito nenhum. Não vou deixar esse desgraçado sair impune.

Michelle parecia irredutível, mas eu não podia voltar lá e vê-lo novamente. Já estava me sentindo tonta pela dor de cabeça intensa que provavelmente foi causada pelo excesso de choro. Tudo que eu queria agora era ir para casa abraçar minha família.

— Depois, agora minha cabeça está explodindo. Vou ligar e pedir pro Happy vir me buscar.

A senhora Jones não entendeu muito bem a minha pressa em ir para casa, mas parou de tentar me convencer a ficar mais quando MJ sugeriu que eu aparecesse outro dia para almoçar. Happy estava estranhamente falante naquela tarde, mas não consegui presta muita atenção no que ele falava, infelizmente.

— Oi filha, achei que você ia me ligar implorando pra dormir lá. - Tony estranhou a minha chegada antecipada.

— Não estou me sentindo bem. - falei já subindo as escadas.

— Espera, o que foi? O que você tá sentindo querida? - ele me segue.

Olhei em direção ao homem preocupado comigo. Quando a minha mãe morreu eu achei que estava sozinha, agora tenho uma família maravilhosa que me ama e que também amo muito. Depois de ver o tal Scott voltei a me sentir sozinha e insegura. No entanto sei que isso não é verdade, meu pai está aqui para me apoiar e cuidar de mim quando eu não consiguir fazer isso. Minha maior vontade e de retribuir tudo o que ele me deu.

— Eu te amo. - digo já chorando.

— Oh meu amor. - ele diz enquanto me abraça forte. — Te amo também querida, mil milhões.

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A partir do próximo capítulo começa a reta final e a história acaba com o final de Vingadores Guerra Infinita. Desculpa a demora mas ano ano quem (se Deus quiser) vem faculdade e tive que resolver umas coisinhas pra isso, mas estamos aí
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Amber [Spiderman]Where stories live. Discover now