UM

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Amberly Ackles 🌹

8:45 da manhã, Austin no Texas

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8:45 da manhã, Austin no Texas

O apartamento encontra-se silencioso, minha mãe saiu cedo para mais uma reunião com o governo e especialistas em desenvolvimento de curas para doenças crônicas.

Ela é cientista e está sempre tentando descobrir ou inventar algo para as pessoas. Ela também é especialista em tecnologia e seu último projeto em desenvolvimento é um chip que promete controlar ou curar doenças crônicas.

Imagine você que é diabético ou hipertenso fazer uma cirurgia para implantar um chip no fim da coluna espinhal e nunca mais precisar tomar medicamentos ou injeções?

O projeto ainda passa por teste, mas primeiro chip funcionou perfeitamente para a paciente, considerando que ele foi criado especificamente para ela. Como eu sei disso? Simples, eu sou a paciente.

Fui diagnosticada aos dez anos de idade com diabetes tipo 1, bom basicamente o meu pâncreas não produz insulina suficiente. Com o chip agora não preciso mais de injeções diárias para controlar minha glicose e vivo absolutamente normal, claro sem contar a parte que ainda sou uma cobaia humana.

O objetivo da minha mãe é desenvolver um chip universal, que sirva para qualquer pessoa. Acontece que produzir um por um custa um dinheiro que o governo não está afim de pagar não importa se isso traga a cura do câncer ou controle da AIDS.

Por isso essa reunião é importante.

Estou ansiosa para saber a decisão do comitê responsável.

Vou até a cozinha e me sirvo café fumegando. Puxo a cadeira e sento, mas antes que a xícara chegue a minha boca ouça alguém batendo na porta. Paro. Nós quase nunca recebemos visitas. Não movo um músculo na esperança de ter sido tudo por conta da minha imaginação, porém a batida retorna.

Estamos nesse apartamento de classe baixa a dois meses. É sempre mudança atrás de mudança, já morei em muitos lugares ao redor do mundo. Minha mãe tem um cérebro que vale ouro e isso atraí mais coisas ruins do boas.

Me levanto divagar, não sei se é uma boa ideia atender a porta sem saber quem está do outro lado.

Quando minha mãe ficou grávida ela soube que não era mais só a sua vida em risco e por isso simulou sua morte. Mary Ackles morreu para que Amberly pudesse ter uma vida tranquila. Mas fala sério, minha mãe não é do tipo que se aposenta, ela até tentou ter uma vida pacata, contudo não obteve sucesso. Não a culpo, ninguém deve ser obrigado a deixar tudo por outra pessoa.

Na verdade, vê-la feliz me deixa mais feliz.

Levanto a mão para segurar a maçaneta, ela está tremendo, fechei os outros e me obriguei a me acalmar.

É um esconderijo novo, geralmente ficamos seis meses em cada casa, cada casa uma cidade, um país e um novo nome para minha mãe. Bem, como ela tecnicamente morreu quando duas semanas depois de descobrir a gravidez que aliás foi durante um teste de rotina no laboratório de uma agência secreta para qual ela trabalhava na época então imediatamente todos ficaram sabendo logo sua única opção foi forjar sua morte, fazer com que todos acreditem que ela morreu enquanto se fazia de cobaia para os seus próprios projetos científicos, no laudo oficial consta que todos os substâncias juntas causaram um aborto e a mesma não resistiu. Enfim, para todos os efeitos eu não existo. Nunca estudei em uma escola ou sequer tive um documento verdadeiro.

Sou um fantasma.

Meu pai? Se você souber me avisa. Falando sério, não faço a menor ideia de quem seja e não sinto falta de qualquer forma. Sem parentes, ninguém além da minha mãe e o tio Nick. Por isso o meu medo de rodar essa maçaneta agora.

Vamos lá Amber, deve ser só sua vizinha barulhenta pedindo açúcar de novo. Respiro fundo e finalmente abro.

- Pensei que não fosse abrir isso hoje! - diz irritado e entra sem permissão.

Ian Kate ou cretino nojento, você decide. Ele é o supervisor da minha mãe mesmo não tendo menor capacidade para isso. Mas não é só isso que me irrita nele, ele rouba as ideias dela e além de assediar sexualmente todas as estagiárias. É nojento.

- O está fazendo aqui? Como descobriu nosso endereço? Onde minha tia está?

Ele acha que sou sobrinha da minha mãe, nos conhecemos na primeira vez que fui ao laboratório com a minha mãe, tinha dez anos acho que foi Alemanha, mas não tenho muita certeza disso.

- Você pergunta de mais, fui rebaixado para garoto de recados. - ele revira os olhos entediado. - Não ouve reunião com o conselho, o prédio foi invadindo e um homem bomba se explodiu, ainda bem que uma adolescente bateu o carro bem na frente hoje de manhã enquanto mandava mensagem de texto no celular, se não viraria picadinho, acredita?

Minha garganta está se fechando e lágrimas se formam em meus olhos.

- O que aconteceu com ela? - pergunto preocupada.

- Morreu no local, a batida foi forte. - diz olhando as horas do relógio de pulso.

- Essa não seu idiota! Estou falando da minha tia seu doente!

- Ah! - deu um pequeno tapa na testa. - Você não ouviu quando eu falei da explosão não? Na verdade eu acho que foi justamente pelo projetinho dela que tudo aconteceu...

- Vai embora! AGORA!

Ele sai resmungando e bato a porta com tudo. As lágrimas molham meu rosto sem parar, mas não sinto nada. No meu cérebro momentos nossos passam com um filme, meu corpo pesa mais que o normal e minhas pernas não aguentam desmoronando no chão da sala.

Me encosto na porta e sinto um arrepio na espinha. Uma onda de saudade e dor me atinge me cheio, sem dó. Mal consigo enxergar nada na minha frente devido as lágrimas constante.

Não consigo controlar e nem quero.

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Não sei quando tempo estou sentada com os joelhos encolhidos apoiando minha cabeça, mas dói tanto que mal consigo me levantar. As lágrimas se foram e me sinto vazia por dentro. Entro na cozinha e bebo uma vitamina de frutas, tenho que me manter alimentada e hidratada para o bom funcionamento do chip.

Faço tudo no automático. Mas quando vou para o corredor e vejo a porta do seu quarto toda a dor volta acompanhada por mais choro.

Honestamente não sei o que é pior, a dor ou o vazio?




🐝
Olá!
Amber está passando por reformas, mas a essência continua a mesma e espero que goste.
As músicas indicadas na mídia não tem relevância na história, são só músicas maravilhosas que eu amo!

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Amber [Spiderman]Where stories live. Discover now