Reverse - Shirbert

Principesco

❥ Acha que pode vir aqui, tentar tomar o meu lugar, me derrubar na frente de todos e sair impune?

— Bom dia -falo assim que Billy entra na cozinha.

— Bom dia -ele fala pegando uma xícara de café. — daqui a pouco tô saindo para trabalhar, vê se não bota fogo na casa, no modo literal

— Eu não vou ficar em casa também okay, vou tentar um outro emprego

— o emprego na cafeteria não tá dando para nada??

— eu trabalho nos sábados e naquela cafeteria eu não consigo pagar nem metade do aluguel

— não é possível que você ganhe tão mal assim -olho para ele confirmando.

— eu não diria que é um salário horrível para quando eu estava morando com meus tios, eu tô falando que é ruim para morar sozinho -ele me olha como se estivesse ofendido. — com um gay, desculpa -rio.

— Então, aonde vai procurar trabalho??

— num Studio de dança, sabe que é minha segunda paixão

— Pretende vender seus desenhos na praia enquanto dança?? Esse não é o futuro que você merece

— e eu mereço o que? ser dono de uma empresa chata e sem graça? isso não é pra mim -dou de ombros deixando a caneca na pia e indo até a sala.

— Vira Youtuber então -ele fala vindo até mim.

— tipo "oi galerinha tudo bem com vocês? aqui quem fala é a Gilberta e eu estou aqui com minha amiga mais bixa dessa cidade, Belly" -falo fazendo uma voz fina e fazendo Billy rir.

— eu tô falando sério cara, vira digital influencer, cria um Tik Tok, mostra seus desenhos, biscoita. É isso que tá na moda hoje em dia

— okay, eu vou pensar sobre isso

— eu sei que você vai fazer, tem 3 mil seguidores no Instagram só com duas fotos, as pessoas querem ver rostos bonitos e não pessoas humanizadas

— Você tem toda razão Billy, toda a razão mesmo mas eu preciso ir procurar emprego então depois nos falamos -falo saindo de casa.

— Tchau cara -ouço ele suspirar.

Billy tinha 16 anos e agia como se tivesse 20, okay que ele iria fazer 17 mas ainda não era um adulto e se fosse um adulto eu ainda não levaria ele a sério, nem coragem para se declarar para um garoto que ele gosta ele tem.

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Após andar alguns quarteirões avistei o meu destino, um Studio de dança onde eu serviria como faxineiro e as vezes assistente de dança, isso me renderia uma boa grana juntando com o salário da cafeteira que ganhava aos fins dos sábados. Criei coragem e entrei naquele Studio sendo recebido com uma briga

— Acha que pode vir aqui, tentar tomar o meu lugar, me derrubar na frente de todos e sair impune? Você não está falando com um dos servos da sua mãe Prissy e acredite que eu não estou blefando quando digo que se você entrar no meu caminho de novo  ou de qualquer outra aluna querendo se sentir a melhor eu juro que faço minha madrinha te expulsar dessa merda em menos de dois minutos, entendeu?! -a ruiva que eu conhecia bem falava alto e mesmo não sendo maior que a loira a sua frente continuava firme olhando seria para a garota que a encarava com deboche.

— Eu vou embora, eu não preciso ficar ouvindo as merdas que você fala Shirley. Se tem alguém aqui que se acha melhor é você e demonstrou tudo isso em sua fala que você acabou de dar -ela pega sua mochila e sai batendo ombro com a garota e passando por mim.

Vi a ruiva cair no chão, talvez por ter sido derrubada um pouco antes de eu chegar, quer dizer, eu acho que é por isso. Suas amigas foram ajudá-las mas seu olhar veio até mim levando seu rosto de bravo para completa surpresa

— Principesco -ela falou em bom som fazendo as meninas em volta dela se virarem para mim.