6: noodles and bandaids

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Não era como se Jimin tivesse que se preocupar com o horário que chegaria em casa, uma vez que Taehyung havia buscado Hayun para passar dois dias em sua casa — aparentemente, toda vez que Jinhee voltava para a casa de seu pai, o irmão mais velho se sentia na necessidade de estar por perto da pequena Park e, bem, Jimin nem sempre reclamava em ter um ou dois dias para descansar. Ou para sair com guitarristas charmosos em uma madrugada qualquer.

A verdade era que Park estava tão à vontade com a presença de Jungkook que apenas a ideia de perder a sensação de relaxamento que lhe invadia toda vez que ele olhava para seus olhos escuros o deixava ansioso, então ele preferia evitar os pensamentos que poderiam o fazer desistir da ideia de confiar o resto de sua noite a um quase desconhecido e continuar ao lado do vocalista da The Royal's, mesmo que isso pudesse lhe trazer uma ressaca fodida ou arrependimentos no dia seguinte.

— Eu 'tô falando sério. Não dou cinco minutos para ele se aproximar se eu sair de perto de você. — Jungkook disse a Jimin pela segunda vez, convicto de sua tese.

— Você está exagerando. — respondeu Park, também pela segunda vez.

Talvez estivesse bêbado a ponto de se arriscar e chamar o mais novo pelo apelido apresentado pelo próprio mais cedo naquela noite, mas estava sóbrio o suficiente para saber que o ruivo que os encarava a pouco mais de cinco minutos não estava interessado em si, mas em Jeon.

Não que ele o culpasse.

Eles estavam sentados no balcão de bebidas esperando o barman preparar as pequenas doses que beberiam antes de sair do recinto, quando Jungkook reparou nos olhos interessados de um dos funcionários que trabalhavam no estabelecimento pairarem sobre Jimin várias vezes.

— Você deveria confiar mais nos meus instintos. — murmurou com um pequeno bico por não estar sendo levado a sério pelo outro.

— Tecnicamente, eu não deveria confiar em você. Não te conheço há muito tempo, a não ser pela curta conversa que tivemos no aniversário de Hayun e, bem, hoje. Você é mais novo e mais forte, pode muito bem estar planejando me embebedar e então me levar pra um terreno baldio para tentar me beijar ou qualquer coisa do tipo. E, acredite, eu posso ser menor que você, mas sei bater e gritar bem alto. — o loiro sorriu desafiador e levemente alcoolizado, com o dedo indicador na direção do rosto alheio, como se tivesse acabado de desvendar seu plano maligno.

Jungkook riu e segurou o dedo pequeno e gorducho em sua mão direita antes de se aproximar o suficiente do corpo esguio sentado na cadeira ao seu lado e sussurrar num tom que apenas os dois poderiam escutar:

— Pode ficar tranquilo, eu nunca te faria gastar os gritos com isso, doce. Tenho certeza que podemos achar uma função melhor para sua garganta potente. — brincou e pôde ver os olhos amadeirados do jornalista cintilarem em interesse pela provocação implícita em sua voz.

Ele disfarçou bem, abrindo os olhos e a boca rosada em um falso choque.

— O quê? E-eu não-... — ele tentou se explicar depois de soltar seu dedo da mão do guitarrista, afastando-se do corpo que sacudia um pouco enquanto ria.

— Relaxa, hyung. Eu não vou te levar pra nenhum terreno baldio. — o jornalista suspirou constrangido. — Mas, tenho quase certeza de que se eu tentasse te beijar, você não me impediria, certo? — as mãos do guitarrista se apoiaram nas coxas fortes do homem ao seu lado.

Os dedos se apertaram contra a carne musculosa daquela região quando sua cadeira rodou um pouco graças à tontura que, aos poucos, se apossava do corpo largo. Park segurou um arquejo satisfeito com a sensação que teve com os arrepios que tomaram sua derme.

Scintilla | jikookWhere stories live. Discover now