The Way You Make Me Feel

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Monique Kendrick
29 de Maio de 1986 | Paris, França
08:42

 Nem acredito que estou desembarcando em Paris! Demorei meses só pra decidir se eu iria sair da minha zona de conforto ou não. Eu nunca sai de onde moro, é tão surreal eu aqui, no meio de toda essa sofisticação. Se sente isso. Parece que estou em outra realidade, em uma que todos estão em uma passarela o tempo todo. Com meus óculos aviador arrasto minha única mala barulhenta de rodinhas. Digamos que eu sofra da doença menos é mais. Sempre acabo pegando o necessário e não como as outras pessoas preparadas para tudo que levam a casa pra uma viagem e isso é porque nunca saio pra viajar então, é mais fácil pra mim trazer só o necessário mas eu sinto que terei que fazer compras em algum momento da viagem. O que não vai ser nada ruim já que estamos em Paris!

 Em passos firmes vou até o táxi. Antes mesmo que o taxista saia de seu lugar aceno para ele ficar ali mesmo em seu banco do motorista. Vou até o porta malas que geralmente fica aberto, mas isso depende muito do motorista. Se o motorista tem enfeite no espelho retrovisor ele deixa aberto mas se não tem e o táxi brilhar como uma bola nova de boliche, é, ele vai deixar trancado só pra ter o gostinho de te escutar pedindo a ajuda dele. Normalmente são aquele tipo de cara que é casado com uma mulher que ganha mais do que ele, falando assim é quase impossível, ainda mais no ano em que vivemos. As mulheres ainda não tem tanto espaço e quando acontece de uma ganhar mais que o marido, acaba causando esse desconforto nesses pobres cachorrinhos mal ensinados que se acham os donos do mundo

 Abro o porta malas que como eu prévia já estava aberto. Coloco minha mala e o fecho. Em passos decididos e firmes vou até o lado do passageiro. Eu sempre ando colo se estivesse prestes a entrar na corte porque, me dá mais confiança. Normalmente eu me sento atrás no táxi mas, quando o táxi é assim, aconchegante eu me sinto mais a vontade para me sentar na frente. Tem um lindo cachorrinho amarrado por uma cordinha no espelho retrovisor e duas fotos. Uma mulher linda, um blackpower de dar inveja e uma menininha

– Esposa e filha? - pergunto a ele que segura um sorriso e acena positivamente... Não. Ele é gay? Olho novamente para a menininha. Vamos lá, ela tem olhos azuis. Cabelos castanho escuro. Ele, bem, tem olhos castanhos e um cabelo da cor de cobre, é a primeira vez que vejo um ruivo de olhos escuros. Realmente, eles não tem nem os olhos parecidos... E esse sorriso que ele segurou... é o famoso sorriso "é o que você quiser filha". Na verdade eu entendo ele não dizer nada abertamente eu também não saio falando aos quatro cantos que o melhor sexo da minha vida foi com uma loira cheia de si que quase bateu no meu carro

 Essa situação foi engraçada, ela estava em alta velocidade. Quase bateu de frente com o meu carro mas eu desviei saindo completamente da estrada. Minha sorte foi estarmos em uma estrada afastada de não única. Joguei meu carro para o campo e isso me salvou, nunca pensei que iria dizer na minha vida mas, naquele dia eu agradeci em voz alta eu estar indo visitar uma amiga em Encino que é um lugar que não gosto nada. Não tenho boas lembranças, enfim, a loira correu como louca pra saber se eu estava bem e quando ela abriu a porta, uau, que mulher. Seus cabelos era loiros, seus olhos azuis me passava segurança e um poder exagerado. Ela me ajudou a sair do carro e não sei bem o que rolou mas quando percebi estávamos no banco de trás do meu carro. Ela tinha um tom de voz tão doce pra alguém que exalava tanto poder, eu fui a marte e voltei várias vezes naquela tarde de Fevereiro

 Sobre Encino, bem, namorei um malditinho de lá. Era horrível ter que dirigir pra lá todo final de semana e ele era um preguiçoso que nunca, nunca mesmo saia de onde morava pra ir na minha casa. Parece bobo mas isso me incomodava muito. E o lugar onde ele sempre estava me incomodava bastante também. Não era aconchegante. O abraço dele não era nada aconchegante. Ele era uma pessoa engraçada, romântica mas, o abraço não encaixava. Era como se os braços dele não fossem capazes de me segurar. Eu não conseguia me sentir segura quando ele dava a louca e me carregava. Embora ele fosse muito musculoso eu não sentia segurança alguma e pedia a tudo que fosse sagrado no universo pra ele apenas me deixar em segurança no chão e toda vez que ele me abraçava eu sentia que se alguém estivesse apontando uma arma para ele, bem, ele me usaria de escudo

PS AppleheadOnde as histórias ganham vida. Descobre agora