I Can't Help It

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Patrice Pritchett
Mansão Pritchett-Hichello • Paris
17 de março de 1988 | 23:59

 — Deusa no topo da montanha! Queimando como uma chama de prata! A cúpula da beleza e do amor! E Vênus era seu nome! Eu sou sua Vênus, eu sou o fogo no seu desejo! Bem, eu sou sua Vênus, eu sou seu fogo no seu desejo! — murmuro enquanto seco o último prato. O coloco sobre os outros e encaro a pia vazia

 Michael e Monique saíram daqui deve ter uns vinte minutos. Depois do jantar começamos a ver algumas fotos e eu me senti tão triste. Ver o quanto eu era feliz e agora não sou nem a sombra do que fui

 É muito difícil olhar para trás e ver o quanto eu e Daniel fomos felizes e hoje restou apenas nossa amizade. Eramos o equilíbrio um do outro. Eu costumava ser o céu e inferno de Daniel. Hoje não sou mais que sua amiga

 Quando Monique veio comigo, trazer as louças ela me disse que Daniel estava me olhando diferente. Como isso pode ser possível? Há uma semana ele estava sofrendo por Monique. Não vou deixar ele me usar para esquecer ela

 Não mereço amor pela metade. Eu não aceito menos do que eu mereço. Por isso fui esposa dele. Porque Daniel se ele não puder te dar tudo, bem, então ele não entra no jogo. Sinto o corpo dele contra o meu e suas mãos surgem sobre a pia

— Você quer que eu guarde a louça? — pergunta com seu tom grave. Suspiro feito uma adolescente estúpida e aceno positivamente. Ele pega os pratos e se distancia — Ver Michael e Monique juntos me fez notar que não vale a pena continuar me martirizando por alguém que está apaixonada por outra pessoa! Então, decidi que não irei mais sofrer! Meu coração de rapariga não merece isso! — ele diz em um tom sério

— Adoro quando você fala assim, é sinal que você esta bem melhor e pronto para seguir em frente! Bem, a companhia de Michael era tudo o que você precisava no fim das contas! — me viro devagar para o observar guardar os pratos na parte de cima do armário

— Me recuso a chorar e ficar triste por alguém que já seguiu a vida! — ele se vira para me encarar. Leva as mãos até os botões de sua camisa e abre bem lentamente enquanto me encara. Eu conheço esse jogo

— Que bom que você tomou essa decisão! — digo enquanto ando até a porta. Sinto ele me seguir — Aliás, Daniel! Devia recusar o convite para padrinho que logo chegara se você não esta sendo completamente sincero. Vai te machucar ver a Monique vestida de noiva para se casar com seu melhor amigo! — o provoco

— Eu faço questão de me oferecer como padrinho! Patrice — ele diz enquanto entra na minha frente — Você sabe que, quando eu tomo uma decisão — ele leva a mão até meu ombro e desliza a alça do meu vestido — Não há nada mais importante do que eu decidi — ele se curva um pouco e beija meu ombro nu

— Assim espero! — digo enquanto ando para longe dele. Não posso ser fraca. Não posso! Ele não vai me usar para esquecer ninguém. Me recuso

— Vida — ele chama em um tom aveludado. Sinto meu coração bater forte. Sinto a mão dele em meus ombros — Eu não vou usar você pra esquecer ninguém. Eu sei do seu valor e sei o quanto você é valiosa. Vou esperar a vida inteira por você. Leve o tempo que precisar para me perdoar, aliás, River vai trazer a minha filha amanhã! — ele diz enquanto se afasta e se retira... Ele chamou Sophia de filha? Fecho meus olhos. Só eu sei o quanto eu sofri por ele desconfiar do meu caráter por todos esses anos, ouvir ele chamar a nossa filha, de filha, é um alívio tão grande. Obrigada meu Deus.

Michael Jackson
Hotel Lebram • 02:53
18 de março de 1988

— Eu amei! Você viu aquelas fotos deles juntos no Alasca! Que fofos! — Monique diz enquanto entra no quarto. Entro logo após e fecho a porta. Realmente eles são umas fofuras juntos. Eu queria tanto que eles se acertassem de verdade

— Acho que agora eles vão finalmente ficar juntos! Você viu como eles estavam se olhando? — falo empolgado para ela que acena positivamente com um sorriso no rosto — Ai como eu queria que Dan fosse feliz de novo. Se nota a distância que ele esta muito infeliz — ela faz uma careta — O que foi? — indago

— Nada — ela balbucia e anda em direção a porta do banheiro — Você acha que ele estava triste? Faz muito tempo que ele esta assim? Ou é coisa de sei lá, menos de um mês? — ela abre um sorriso e respira profundamente 

— Bem, até onde eu sei deve ter menos de um mês sim! — ela olha para cima e fecha os olhos com força — O que foi? — pergunto a ela que balança a cabeça de um lado a outro e entra no banheiro.

08:29

 Em um puro silêncio tomamos nosso café da manhã. Monique esta um pouco abatida hoje. Coloco minha mão em cima da dela e entrelaço nossos dedos. Ela abre um sorriso para mim e leva minha mão até sua boca e da um beijinho

— Michael, eu acho que não devíamos chamar o Daniel para ser nosso padrinho de casamento — ela diz em um tom baixo e calmo — Não sei sabe, nós já tivemos algo e ele pode não se sentira a vontade! — mas isso faz muito tempo, já passou!

— Amor, ele é meu amor amigo, eu fui o padrinho de casamento dele em 78 e eu quero que ele também seja o meu padrinho! — faço uma careta para ela que morde o lábio e suspira

— Só espero que ele não se sinta incomodado, não quero ninguém triste ou chateado no melhor dia da minha vida — ela abre aquele sorrisão lindo que ilumina meus dias — Então vamos começar os planejamentos porque eu estou com várias ideias para o meu vestido!!! — ela diz muito empolgada. Da pra acreditar que depois de tudo o que eu fiz, me casarei com essa mulher tão incrível.

PS AppleheadOnde as histórias ganham vida. Descobre agora