chapter twenty five

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— O que? – digo um pouco alto

— O que? – Charlise repete em um tom mais baixo – Não, tia, você não pode levar ela pra Nashville, ela odeia aquele lugar – argumentou

— Não me diga para onde eu devo levar a minha filha, Charlise. Eu adoro você, mas essa é uma decisão minha.

— Mãe, aqui é a casa dela, ela não iria querer que... – a mulher o interrompe

— Não fale como se ela estivesse morta, Lucian.

— Afrodite, eles estão certos, você não vai leva-la para Nashville. Os médicos estão cuidando dela e fazer uma transferência de mais de três horas de trajeto pode piorar o quadro dela, por favor. – Eros interveio

— Mas... – Afrodite tentou mas o marido fez um sinal com a cabeça em minha direção

     Não tenho ideia de como estava a minha expressão nesse momento, mas eu me sentia perdido, com frio e medo de perde-la. Por um momento, eu me sento e o som da discussão parece sumir, a única coisa que ouço são as batidas frenéticas no meu coração e só notei que não estava respirando quando Sarah passou seu braço pelo meu ombro.

     Eu fiquei tão alheio a tudo que acontecia que mal notei que a família de Maeve já não estava mais lá e nem Charlise.

— Eles foram vê-la, Charlise e o irmão da Mae vão ficar esperando os pais dela saírem pra entrar – a garota avisou, eu concordo com a cabeça – Eu e o Caleb terminamos ontem – comentou depois de um tempo, eu a olho e ela dá de ombros – Ele nunca quis vir para a cidade como eu achei que queria, eu quero mais do que viver em um sitio cuidando de cavalos e ele quer só isso.

— Eu sinto muito – lamento

— Tá tudo bem, a gente terminou da primeira vez pelo mesmo motivo. Foi legal estar com ele por esse tempo, mas me fez ter certeza que eu não quero mais ele. – me ofereceu um meio sorriso que eu retribui – Você deveria ir pra casa, tomar um banho e descansar um pouco, não adianta ficar aqui sentado, ela está bem – sugeriu

     Eu queria estar aqui quando ela acordasse, eu queria estar aqui para que ela soubesse que eu não a deixaria.

— Tudo naquele apartamento vai me lembrar dela – digo em um suspiro

— Eu te acompanho – ofereceu-se – Além de que você não vai conseguir vê-la agora – argumentou e eu acabei por ceder e me levantar.

     Faz duas semanas desde o acidente de Maeve.

     Eu venho ao hospital todos os dias em praticamente todos os horários de visitas. Afrodite viaja todos os finais de semana para ver a filha, em alguns deles Eros vem quando consegue folga no trabalho, o que acontece pouco pois os paramédicos trabalham o dobro nos finais de semana.

     Conversei com Eros algumas vezes e ele me contou que vê muitos acidentes, salvou vidas de muitas pessoas desconhecidas em segundos ou minutos e ver Maeve em uma situação a qual ele não pode fazer nada para salvá-la o assusta.

     Ele também disse que já viu muitas pessoas viverem em coma por anos e que teme a filha passar pelo mesmo.

     Confesso que também temo por isso.

     Ficar duas semanas sem ouvir a voz dela, sem vê-la em casa, isso me deixa pior. Eu fico repetindo a cena em que ela diz que me ama pela primeira e única vez. Eu só a quero de volta, poder abraça-la antes de dormir e acordar sabendo que ela vai continuar ali, nos meus braços.

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