Adora... Você consegue?

464 48 148
                                    

Você estava decidida,  não voltaria atras com sua palavra

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Você estava decidida,  não voltaria atras com sua palavra. Nunca mais,nunca mais, Adora. Você tem certeza que nunca mais irá sentir esse aperto no peito descomunal lhe enlouquecendo e fazendo pensar e se questionar do certo e errado, mesmo ciente do que seria melhor para você. que seria melhor para ela. A verdade era que, mesmo pensando no seu próprio bem, você ainda se lembrava dela, mencionava ela em sua cabeça.

Você é completamente apaixonada naquela mulher, isso era um fato inevitável, nem mesmo você conseguiria mudar isso, minha pequena. E isso lhe partia ainda mais o coração frágil.

Depois daquela noite, você nunca mais conversou com, Catra. Evitava suas ligações e mensagens, a bloqueou de todas as redes sociais. Não queria vê-la, pois tinha certeza que se arrependeria e voltaria atras.

A passagem arrumada com passa porte em cima da estante. A mala já estava pronta, você iria embora. 

As lagrimas finalmente secaram depois de horas de choro, depois de ter ido dormi chorando e acordado no meio da madrugada com um pesadelo. Era assim que enfrentava as noites sem ela, lutava contra a si mesma,  lutava para não perder a cabeça e desbloquear o numero de Felina, pedir desculpas e falar que tudo ficaria bem se vocês ficassem juntas, mas você não o faria. 

Não dessa vez. Não agora que ia começar a dá tudo certo. 

De repente, você ouve alguém batendo na porta. Julgava ser Cintilante vindo buscar suas plantas e se despedir, mas já era quase madrugada, ela não apareceria as quatro da manhã só pra buscar as plantas, ou apareceria?

Você se levanta do sofá com a cara amassada de tanto chorar e se dirige até a porta abrindo-a em seguida. Ah! O destino gosta mesmo de fuder com o seu pscologico não é mesmo,Adora? O ar some ao ver aquele ser bem na sua frente. Os olhos automaticamente se encheram de lagrimas enquanto a boca se mantinha boquiaberta. Ela estava bebada?  Entre lagrimas e desconfortável.

Felina... Por que? Por que agora? Não. 

Idiota. Você já está fraquejando, princesa? Pensei que fosse mais forte. Pensei que conseguiria, mas estava errada.

- Quando ia me contar sobre a viagem Adora?! -  Felina diz com o coração na mão, se desfazendo em mil e um pedacinhos de vidro, os mesmos que nunca mais voltariam a ser como  antes. Você morde os labios retraindo o cenho enquanto suspirava fundo.

- Por que quer saber?  - seu tom de voz saia em tamanha raiva e indignação. Catra recuou dois passos para tras assustada, afinal, era a primeira vez que via você tão brava e fria. -Não somos nada uma da outra. Não seja infantil, Felina. Não te devo satisfações do que eu faço ou não da minha vida

- Otimo!  - Ela estremesse de medo e raiva, olhando para você com os  olhos trincados enquanto as lagrimas deslizavam de suas bochechas e caim furiosas como uma cachoeira de suas bochechas. - otimo. - Balançava a cabeça de um lado a outro em negação. ÓTIMO! - gritou magoada.

A respiração descompassada só era uma evidencia descarada que outra crise de ansiedade estaria por vir. As mãos tremiam, e sem pensar duas vezes, não querendo se mostrar ainda mais fraca na sua frente, Felina suspirou fundo antes de correr em direção a porta sem olhar para tras.

Você, arrependida, tenta segurar o braço dela, abraça-la e segurar o mais forte que conseguisse até a crise passar, mas era tarde demais. Ela havia escapado pela frestas de seus dedos e ido para longe de seus cuidados. Você recolheu o braço que havia deixado o amor de sua vida escapar, o colocando no coração, sentindo toda a dor do mundo, ciente que depois daquilo não haveria mais volta.

Você fecha a porta, encostando as costas na madeira no mesmo tempo que se permitia escorregar até se sentar no chão e se encolher procurando um lugar seguro para ficar.

Ela foi embora, Adora.

Você a deixou ir. A deixou voar como um passarinho, a deixou voar para muito longe.

Longe de seus braços, carinhos ou cuidados.

Agora você descobriu, não é mesmo? Descobriu como amar machuca, como dói. Respira fundo, ok?  Vai dar tudo certo. Se recomponha, mantenha a postura. Você consegue? Acho que não.

 Sua mente era uma tortura, uma prisão especializada em lhe maltratar, afinal, quem melhor que você mesma para saber seus pontos fracos, Adora? Se bem que era muito obvio, o sorriso dela era como uma arma para qualquer um, principalmente para alguém tão mole como você, princesa.

Ah! Prin-ce-sa. Era desse jeitinho que ela te chamava, não é? Que maldade.

Você gritou  sentindo a voz embargada falhar. Você afogava-se nas próprias lágrimas e no próprio escuro de sua mente. Você se sentia tão pequena, tão incapaz.

 As lembranças felizes nunca serão esquecidas, estão marcadas na pele das duas, apesar de mogoadas, nenhuma conseguiria esquecer. 

São suas cicatrizes, Adora, lide com elas.

Você tremia dos pés a cabeça com a possibilidade de nunca mais vê-la novamente, de nunca mais sentir seu cheiro... De nunca mais tocar seu corpo.

Você se desespera, puxando as mexas de cabelo violentamente enquanto soluçava.  Revirou as cadeiras e jogou o copo no chão, furiosa. Sentia raiva, sentia raiva de si mesma por ser tão estupida, sentia raiva por não conseguir odiar Catra, e principalmente, sentia raiva pois aquela era a melhor opção para  que as duas  não se machucassem mais e mais, porem, você já estava completamente destruída.

Você observou os cacos de vidro no chão atordoada, não acreditando no que havia feito, segurando o caco maior na mão enquanto o encarava. A luz da lâmpada refletiu no vidro e o virando um pouco de lado, pode enxergar a si mesma naquele pequeno espaço. Pode enxergar o quão acabada estava, o quão idiota e péssima namorada era e o fato de que Catra nunca mais voltaria pra você. Sua relação com Felina, agora era como aquele copo quebrado. Nunca mais seria o mesmo.

Definitivamente, amar era a coisa mais complicada que já teve que enfrentar.

Havia perdido a batalha, a guerra e tudo mais.

Havia se perdido em meio a bagunça de Sua cabeça.

completamente perdida.

Você vai embora, morar em outro pais, com outra cultura, com novas pessoas e novas experiencias. Sem olhar para trás, Adora... Você consegue?...

AnagapesiOnde as histórias ganham vida. Descobre agora