Capítulo 15 -Olhares na chuva parte final

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3133 palavras


Bem ou mal, como assim?

—Ah me desculpe por favor, eu estou apenas brincando, sei que minha irmãzinha nunca falaria mal de mim, aliás a Dri não fala mal de ninguém — você só pode ser a Emily né. —Olha é um prazer te conhecer! —Tudo bem?

Pela primeira vez eu vi Emily titubear em dar uma resposta para alguém, acho que a espontaneidade de Fabio a surpreendeu. Nisso ele se aproveitou e a cumprimentou com um beijo no rosto. Ela olha e finalmente responde meio sem graça.

—Sim, prazer.

Então eu fiquei sabendo da festinha, como hoje estou de folga e admiro muito p trabalho de vocês educadores, ficarei contente se eu puder ajudar em alguma coisa.

Antes que Emily respondesse Sophia a diretora da escola, que prestava atenção a conversa, sem se apresentar já foi logo se intrometendo e solicitando a ajuda de Fabio e Marcelo, eles foram com ela para a sala multiuso. Aproveitei para indagar a Emily;

—Ué, não ia dar uma lição ao Fabio quando o encontrasse?

—Ah, acho que posso deixar para outra ora, afinal não é ocasião isto né? Melhor deixar esse inútil fazer alguma coisa pelo bem comum.

Eu sorri para ela e assenti enquanto Fabio se mostrava desenvolto entre os professores e voluntários que ajudavam na preparação do evento, ele nesse dia estava especialmente sorridente, coisa que não era tão comum, sempre que podia tentava puxar conversa com Emily, mas ela permanecia taciturna.
Terminado os preparativos estava tudo pronto para a realização do da festa, a diretora agradeceu encarecidamente a ajuda de Marcelo e Fabio, sem esquecer de convida-los para o Evento, eu achei que meu irmão não viria mais no dia da Festa lá estava ele para desespero de Emily que apenas tinha feito desdenhar de sua pessoa. Correu tudo certo, diplomas entregues e homenagens feitas rolou um até um baile entre os estudantes, no final da festa eu e Marcelo iriamos dar uma carona para Emily, mas Fabio dizendo que o caminho de onde ela morava fazia parte do seu trajeto ofereceu-se para leva-la, me surpreendi com o fato dela ter aceito.

A formação da minha primeira me mostrou que eu tinha escolhido a profissão certa, estava contente, apesar de minha vida pessoal continuar a mesma, mas as águas foram correndo, eu fui levando minha vidinha. Mais ou menos seis meses depois, recebi um telefone de mamãe ela estava aflita e requisitava minha presença, pois papai não estava nada bem. Eu então me dirigi até a casa de meus pais.

—Filha que bom que você veio, seu pai teve uma discussão com seu irmão, a coisa foi feia, tanto que ele saiu de casa.

—Bem mamãe, acho que já estava passando da hora do Fabio se tocar e procurar um canto só dele, mas estou surpresa que ele tenha brigado com papai, eles são tão parecidos!

—Pois é filha, agora não mais, seu irmão disse que agora era um machista e que não queria mais saber do conservadorismo do seu pai.

—Sério mãe, ele foi capaz de assumir isso na cara dura?

—Sim filha, tudo começou quando ele conheceu aquela sua amiga meio maluquinha, agora ele vive defendendo o machismo.

—Como assim mãe, que o Fabio é machista eu sempre soube, mas que Emily tem a ver com isso?

—Então ele agora disse que é contra a exploração dos trabalhadores e contra o capitalismo, e que precisa ter distribuição da riqueza para todos.

—Não mãe, isso é marxismo.

—Sei lá filha, nunca me interessei por política, mas ele brigou com seu pai e foi morar com essa garota.

Contos para os amantesWhere stories live. Discover now