Capítulo 28- Abominável chip novo parte II

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— De que está falando garota, em não conheço você, muito menos esse Tiago, está cometendo um terrível engano.

—Como você pode ser tão cínico Tiago, eu me entreguei para você de corpo e alma, terminei um noivado, enfrentei a resistência de minha família para você me abandonar e depois ficar me tratando como se eu fosse uma idiota. Você me fez sentir-me especial, para depois me maltratar dessa maneira, você é um monstro.

—Jae, por favor acredite em mim, eu sinto por sua dor, mas não tenho culpa, foi tudo uma sequências de acontecimentos que tem atormentado minha vida desde que comprei esse chip que pertenceu ao seu ex.

Por mais que eu tentasse argumentar, ela não acreditava em mim, se mostrava triste e agressiva, me cobrava fatos de um relacionamento o qual eu não tinha vivido, enfim ela pronuncia que iria se atirar de cima de um prédio naquele momento. Eu não sei o que se passou por minha cabeça, ela poderia ser uma louca ou até uma golpista, daquele tipo que engana as pessoas via celular, mas eu senti verdade em suas palavras e decidi fazer algo arriscado.

—Jae, não faça isso, eu posso provar quem sou, me diga o endereço de onde você está e eu irei até aí.

Ela me falou o endereço, morava no bairro do Bom Retiro, eu demoraria pelo menos uns cinquenta minutos para chegar até lá, então pedi a ela que tivesse paciência pois eu iria me apresentar e ela e provar que não era Tiago e sim Thiago.

—Está tentando me enganar novamente Tiago, eu vou pular agora.

—Não faça isso, olha eu vou te mostrar, assim você desencana dessa situação. Olha eu moro em Santo André, dá uns quarenta e cinco minutos de percurso, mais uns quinze para eu me trocar e tirar o carro da garagem. então em cerca de uma hora estarei aí contigo.

—Está bem, se não chegar em uma hora, vou acabar com a minha porcaria de vida.

Eu me troquei o mais rápido que pude, procurei as chaves do carro, depois de uns cinco minutos a encontrei. Desci até a garagem, entrei no carro e dei a partida. Programei o endereço dela no GPS e fui. Era início da madrugada, por isso o trânsito estava tranquilo, durante o trajeto eu ia pensando no que dizer aquela desconhecida. Enfim cheguei ao condomínio onde ela morava. Eu fui recebido pelo porteiro, um rapaz alto e magro, que me olhou desconfiado.

—Por favor, preciso falar com a senhorita Jae, do segundo bloco apartamento 21. Ela disse que avisaria a portaria.

—Bem moço, ela disse que o Tiago, ex namorado dela estava para chegar, mas o senhor não parece nada com ele.

—Não, eu sou um outro Thiago, confirme com ela por favor.

Ele tirou o interfone do gancho, conversou com Jae por cerca de um minuto, depois deliberou comigo.

—Escuta, o senhor pode entrar, mas vai ter que deixar seu carro do lado de fora. Ela disse que deixará a porta do apartamento aberta.

Eu fiquei contente de não ser parecido fisicamente com o Tiago, era só o que faltava ter um sósia caloteiro e cafajeste. Estacionei meu carro do lado de fora do condomínio e segui em direção que o porteiro me indicou. Era um prédio bonito com uma arquitetura moderna, o apartamento dela ficava no sexto andar, deduzi que era altura mais que suficiente para alguém morrer. Eu apertei o botão do elevador e ele não demorou, então a porta abriu, eu sai e caminhei até o apartamento dela. Eu não quis bater na porta, liguei para ela, que me atendeu e disse que a porta estava apenas encostada e que eu poderia entrar. Eu estava temeroso, a ideia de ser algum tipo de cilada voltou a minha mente, mas eu já tinha me envolvido muito com aquela garota para voltar atrás. "Droga, por que simplesmente não liguei para a policia", pensei. Mas era tarde, o tempo tinha se esgotado, eu mesmo com receio comecei a entrar.

Contos para os amantesOù les histoires vivent. Découvrez maintenant