Capítulo 35

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5 anos depois.

Boston, Massachussets.

Repasso mais uma vez a música com o pessoal. Eles estão bem animados, como qualquer dia.

Estou com os pensamentos longe. Penso em tudo e mais um pouco, principalmente sobre o dia de amanhã e de como será turbulento. Bem, mais do que isso. Eu a verei, depois de cinco longos anos sem a ter uma vez nos meus braços.

Dixie e eu decidimos que não daria certo a distância. Claro que tínhamos muita disposição para tentar, mas não queríamos estragar nenhum sentimento bom com as frustrações de termos quilômetros e quilômetros nos separando.

Foi algo unânime. Com o tempo, a dor de levantar, e não a ver mais do outro lado da janela, de fato foi diminuindo. Mas foi bem difícil. Tínhamos até um acordo de não ligar um para o outro. Eu deixei de segui-la em cada rede social, e ela fez o mesmo. Queríamos ser maduros o suficiente para garantir que não fosse tão difícil assim, mas foi.

E agora, eu não sei o que pensar.

— Noah? — balanço a cabeça, como se isso me ajudasse a voltar a realidade. — Você parou de tocar do nada, cara.

— Eu estou meio voado hoje, acho que já deu. Só vamos tocar quatro músicas, é o suficiente. — apoio a guitarra em cima do banco, quando o deixo. — 'Tô vazando.

— Já? — Tracie faz um pigarreio, e de repente suas bochechas enormes e cheias de sardas estão vermelhas, quando a olhamos. — Quero dizer, o ensaio só durou duas horas.

— Não acabei a minha mala, e meu vôo é três horas antes do de vocês.

— Isso é sério? Pensei que íamos todos juntos. — ela contesta, bem surpresa.

— Isso incomoda você, Tracie? — Jacob, o que toca o baixo, consegue ser bem duro com a própria irmã, mas só porque ele acha que ela reclama demais. Não que ele esteja errado. — Vá, Noah.

Eu meto pé da garagem dos Maxwell o mais rápido possível.

A ideia de uma banda veio a calhar por algumas razões específicas. Bem, eu e Kalel estamos bem, mas eu lhe disse que não queria ajuda financeira dele aqui em Boston. Tudo o que ele fez foi garantir dois meses de aluguel perto da Universidade, já que a ideia de morar dentro de uma fraternidade estava bem longe.

Universitários eram realmente insuportáveis. Todo santo dia tinha alguma festa nova e eu me cansava cada vez mais dos convites.

Enfim, eu fiquei sabendo da banda pelo Bryce, primo da ex de West. E eu tinha vergonha de cantar, realmente tinha, mas eles disseram que eu só precisava tocar.

Dois anos depois, estávamos tocando em vários eventos e eu aprendi a perder a vergonha. Tracie cantava atrás da bateria, e às vezes eu a acompanhava. Jacob e West tocavam o baixo e o teclado, respectivamente. Éramos bons, e com o tempo o dinheiro foi caindo na minha conta até que eu mesmo pudesse me bancar.

Foi uma solução meio que temporária, porque eu concluí meu curso em Harvard esse ano, e imagino que continuarei aqui em Boston, até ter alguma sorte em Nova York, onde o mercado do que eu procuro é maior.

Tudo só se encaixou. E eu toquei a minha vida, como precisava fazer.

Only Exception // Dixie and NoahWhere stories live. Discover now