capitulo 16

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O dia amanhece nublado, o que é costume nessa época do ano aqui em Atlanta. Sabia que de um jeito ou de outro eu me atrasaria, pelo horário que eu me encontro e porque eu cheguei de madrugada em casa e agora sinto tanto sono que mal consigo me arrumar.

Ao menos tomo banho, em função de ter tido o sacrifício de tê-lo feito na madrugada de hoje. Puxo o meu par de luvas e coloco a touca na cabeça antes de deixar o meu quarto.

Escuto um miado nos meus pés, e quando olho, fico chocada com o que eu vejo.

— É um gatinho! — encolho-o em meus braços. Ele tem pelo acizentado e olhos azuis. — O que você está fazendo aqui, bonitão?

— Eu adotei ele. — Blake surge de dentro do seu quarto, ele fica escorado na porta só de samba canção. — A única coisa que nos impedia de ter um gato ou um cachorro era a Heidi. Ela tinha alergia forte, então...

Eu o nomearia com a Charlie depois.

Papai estava cheio de papéis nas mãos. Ele tinha uma reunião para ir, mas deixou três copos térmicos para nós. O meu era um chocolate quente, do Blake café sem açúcar e o da Charlie era chá. Sempre foi assim.

— Oi, querida. — Kalel me vê assim que saio de casa, os pés enfurnados na neve. — Você vai usar o seu carro hoje?

— Só usaria para ir para o colégio, por quê?

— O meu carro não quer sair por conta da neve. — ele aponta o carro que Noah usou na noite anterior, cheio de neve ao redor. — Engraçado que eu acho que deixei ele dentro de casa.

— Talvez tenha se confundindo. — ele balança a cabeça, e contestaria, mas eu o interrompo antes que pudesse abrir a boca. — Se me der uma carona, ele é seu até o fim do dia.

Com isso, Kalel me deixa na porta do colégio. Faltavam dois minutos para os portões se fecharem. Isso não era lá um problema pra mim, eles sempre me deixavam entrar.

Os horários são atrasados em função do atraso de três professores, o que era comum com dia de neve assim.  E isso me ajuda ainda mais, porque os alunos estão espalhados nos corredores, esperando o primeiro horário de aula acontecer. Pelo menos algumas salas estão assim.

Se eu ver o Will agora, o momento será inteiro meu.

Puxo o telefone de dentro do bolso da calça, e me preparo para mandar mensagem para o Noah, até que o Nick começa a se aproximar. Meu coração dispara, porque ele era uma pessoa legal e eu não sabia como falar com ele, ou desviar das suas investidas nadas discretas.

— Oi. — ele sorri. — Posso falar com você?

— Claro, o que foi?

Engulo em seco.

— Eu acabei perdendo a razão lá no campo e empurrei feio o Noah. — ele cruza os braços. — O Noah é o melhor amigo que eu tenho. Ele me ajudou quando o meu pai morreu e me deu a maior ajuda para achar um emprego e pagar as dívidas lá de casa. E eu não quero que uma garota fique entre nós, entende? Apesar de que a garota seja você.

Isso não chega a me ofender nenhum pouco. Até porque, eu concordo com tudo o que ele diz. Eu não deixaria um garoto ficar entre a minha amizade com a Addison, por exemplo. E é por isso que eu me levanto um pouco para abraçá-lo.

Only Exception // Dixie and NoahWhere stories live. Discover now