capitulo 26

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Dia seguinte.

Noah Beck POV.

Depois de uns três dias do término, eu estava um caco, ainda. Quando eu falava aquelas coisas com a Dixie, eu sabia que ela iria revidar pior. Eu a chamava até de vadia, porque a gente não era nem amigos. Mas se isso a machucasse de verdade antigamente, eu me recusaria a fazê-lo.

Eu provei, então, o que era deixar a Dixie magoada.

Apesar de ontem ela ter me provocado e dito tudo aquilo para mim, eu ainda sabia que ela não estava bem. Heidi voltou e eu ao menos cheguei a perguntá-la como as coisas estavam. Eu estava sendo um grande cuzão com ela, e sabia bem disso.

Além do mais, era quase horário do almoço e ela não tinha aparecido ainda.

— Fala, cara! — Bryce se aproximou, junto com Nick. — Você sabia que Nick está conversando com uma menininha de quinze anos?

— É dezesseis, seu fodido. E eu só farei dezenove quando ela fizer dezessete, está tudo certo por aqui.

Pisco algumas vezes e olho para a cara dos dois.

— Quem é essa? — passo a participar da conversa para mudar o rumo dos meus pensamentos.

— É a garota do shopping.

— Ela tem a altura de uma menina de quatorze anos. — zombo, retirado o pé do armário de baixo para um calouro abri-lo.

— Vocês deveriam cuidar das garotas de vocês, beleza?

— Ela é virgem?

— Ah, pode ter certeza que é. — ele diz, e parecia mais animado ainda com a ideia. — Ela é loira, é atirada e desconfiada. Além disso, virgem. Todas as características da Addison, cara!

Ele leva uns socos no ombro pela brincadeira de que Bryce não teria feito direito.

Só que aí, os socos vão ficando mais lentos, e eu olho na direção em que ele está olhando.

Puta que pariu!

É a Dixie.

Pelada.

Ela está completamente nua, mostrando o piercing no mamilo que eu tanto adorava e a pele bronzeada para todos os caras que tinham tentado algo, mas não conseguido. O estagiário de natação que eu cheguei a conhecer fica completamente estático.

Dou um passo para frente, desconcentrado. Minha presença no lugar parece demonstrar respeito para os caras. Ninguém levanta o celular e tira foto dela, não que eu visse. Eu poderia quebrar o telefone de cada um, assim como eu fiz com o do Griffin.

E falado nele, o cara sai do fundo do corredor. Ele ri desacreditado, com a ruiva da Samantha ao lado.

Eu não sei quem de nós está mais chocado.

— Griffin, aí está você! — ela fala animada, com uma risada debochada. — Então, pessoal, esse carinha aqui que vocês estão vendo,  ele ameaçou o meu namorado lindo, para que ele terminasse comigo, assim ele aproveitaria minha suposta “fragilidade” para voltarmos. Só com a minha ajuda você conseguiria ser a porra do rei do baile, certo, amigão? — ela bate a palma. — Acontece, bonitão, que você ao menos irá ao baile. — Griffin fica confuso e constrangido, tudo ao mesmo tempo. — Então, pessoal, ele disse para o meu namorado que se ele não terminasse comigo, espalharia um monte de fotos minhas nuas, sabe? Aquelas que todos vocês têm no mínimo dez no telefone. De vocês, ou de alguém. Além disso, ele teria um suposto vídeo de sexo nosso, o que seria envergonhado para você espalhá-lo, Griffin. Você sabe que estaria nítido demais o fingimento todo. — Bryce e Nick riem junto com todo o corredor com a humilhação da Dixie para com o Griffin. — Mas eu não sei se você sabe, mas eu era menor quando foram tiradas as fotos, e nessa parte legal, eu ainda sou uma menor, então o que você fez foi crime. Vários, aliás. E o meu papai é promotor de justiça e advogado. Então, eu espero que se divirta com seus novos amigos na cadeia. — Dixie sorri, como se tivesse triunfado em cada palavra. Foi a maior vingança que ela já fez. — Veja bem, a cada saída do colégio, há dois policiais esperando você. Então pode escolher uma.

As pessoas começam a aplaudir a minha namorada. Ela está até de rabo de cavalo para não esconder nada. Então, ela se inclina, como se agradecesse a platéia.

— Vamos, cuzão.

Nick e Bryce começam a empurrar Griffin. Samantha não diz nada. Ele grita também, questionando a ruiva se ela não iria apoiá-lo, entre outros xingamentos para Dixie. E se eu não tivesse com outra prioridade agora, arrastaria a cara dele nos armários.

— Tudo bem, o show acabou. — retiro o casaco do corpo e a faço colocá-lo, ela aperta os botões, com um sorriso no rosto. — Você é louca, alguém já lhe disse isso?

— Muitas pessoas. — Dixie fica radiante. — E esse foi o meu gran finale. Chega de vinganças. Passei a minha vida toda fazendo isso com você e com pessoas ao meu redor. Eu estou me libertando disso tudo.

— É até sábio, vamos ver até quando dura. — ela soca minha barriga, enquanto ri. — Você pode me perdoar por ter sido um babaca e não ter confiado em você?

— Hmmm… Posso. Mas eu já disse, você tem que me recompensar.

— Ah, eu vou. Você prendeu o Griffin e mostrou, até demais, como poder ser foda nesse colégio de merda. Impôs todo o seu respeito, apesar de que a sua atitude pode dar às universidades um motivo para não aceitá-la.

— Eu torço para que tudo dê certo. — ela afirma com a cabeça, um pouco preocupada. — Vamos sair daqui? Papai está lá fora, e não quero estar aqui quando ele descobrir que eu entrei pelada na escola.

— Agora.

Fico atrás dela, enquanto ela aperta os meus braços. Quando pulamos o muro e saímos correndo da escola com pingos de chuva, eu percebo o quanto eu amo essa garota e como eu quero me casar com ela.

Only Exception // Dixie and NoahWhere stories live. Discover now