Capitulo 27

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Três meses depois.

Dixie D'Amelio POV.

É quase instigante ouvir as palavras do meu pai, após algumas coisas que eu fiz há algum tempo. Ele me olha por trás da sua mesa, e fica um pouco imparcial nessa situação toda. Ele tem um ótimo jeito de não demonstrar expressão, e é como se eu estivesse na sala do diretor, só que com ele, consegue ser bem pior.

— Então, ele teve mais uma audiência fechada e rápida. Apreenderam todos os aparelhos que o Griffin tinha, além do mais, tanto ele quanto o advogado foram bons em cooperar. Não há mais vídeo seu, ou então fotos sua. Griffin ficará mais dois meses em prisão domiciliar e após cumprir isso, ficará  três meses fazendo diferentes serviços comunitários. — papai enfim explica, após todo aquele suspense do que realmente aconteceu naquele tribunal, onde ele preferiu que eu não estivesse presente, e eu ao menos precisava ter ido. O primeiro foi bem mais decisivo, e eu não quis ir. — Como pai, eu queria que ele ficasse na cadeia e não me importaria com isso. Mas eu sou um promotor de justiça, então tenho que ficar aonde a lei precisa. Se você quiser, Dixie, colocamos uma medida protetiva nele, para que ele nunca mais chegue perto de você de novo.

— Está tudo bem. — lhe digo, puxando as suas mãos e as apertando em cima da mesa. — Acho que ele aprendeu com isso. Aliás, eu mandei diversas cartas de recomendação e inscrições para muitas universidades. Não espero continuar em Atlanta, então não devo vê-lo mais.

— E a respeito do Noah? — ele me deixa apreensiva pela primeira vez de verdade nessa conversa. — Vocês dois vão para a mesma faculdade?

— Bem, tem uma possibilidade. Ele era jogador de Lacrosse, mas não é lá um time tão prestigiado. — paro para pensar sobre bolsas esportivas e tudo o que eu fiquei imaginando esses últimos meses de aula. — Pelo menos, ele tinha ótimas notas. Você sabe disso.

— Eu sei, eu sempre o disse essas coisas. Noah sempre foi extremamente inteligente. Ele sabia resolver Bhaskara aos dez anos de idade e tirava aquilo como uma brincadeira. — Mark parece orgulhoso do menino que chamava de “meu garoto.”

— Já quer trocar ele por mim agora, ou quer deixar o aniversário dele passar primeiro?

— Eu não trocaria a minha princesinha por ninguém nesse mundo. — ele puxa a minha mão, e eu dou a volta na mesa, sentando no seu colo. Ele coloca as mãos em minha volta. — O Blake talvez.

Nós dois rimos juntos. Meu pai sempre foi o meu pilar, a única coisa que me deixava bem nos meus dias mais tempestuosos.

Sua reação ao ficar sabendo que eu entrei nua no colégio foi ficar estático. Tanto ele, quanto o Blake. Charlie entrou no meio de nós três, para me proteger do ataque de dois homens. Só que eles não souberam o que dizer. Aí, veio o discurso de literalmente quarenta e cinco minutos do meu pai e uma hora do meu irmão. Sem brincadeira alguma. E Charlie precisou assistir cada minuto, como se servisse pra ela.

Depois, eles ficaram de bem comigo.

(...)

Eu o vejo em frente ao seu armário. Ele usa o capuz do casaco na cabeça e guarda algumas coisas. Me aproximo devagar e coloco as mãos em seus olhos. Eu o vejo sorrir pelo espelho que está pregado no fundo do seu armário.

— Pelas mãos pequenas, eu arrisco dizer que é o Bryce. — ele se vira para mim, e abre um sorriso lindo. — Não tão linda quanto o Bryce, mas serve.

Only Exception // Dixie and NoahWhere stories live. Discover now