Atlanta, Geórgia.
11:00AM
Dixie D'Amelio POV.
O som vai ficando mais alto a medida que o meu corpo desperta. Com isso, sinto o cheiro de vela e a presença de outras pessoas no espaço, não só o meu pai.
Esfrego os dois olhos com as costas da mão, e então eu me sento na cama. Os três cantam a música de feliz aniversário pra mim, enquanto papai segurava um bolo cheio de chantilly nas mãos. Blake está escorado na porta e Charlie junta as mãos, os três cantando de pijama e com muito ânimo.
— Feliz aniversário, meu amor. — papai diz com calma. Até então, não estávamos nos falando direito nessa última semana. — E sobre aquele último dia…
— Está tudo bem. — o interrompo antes dele continuar. — Eu mereci.
Ele me dá um sorriso aliviado, e então eu me inclino para soprar as velas do número “1” e “8”.
Charlie se aproxima, e me entrega um presente em formato de um livro enorme. Ela e Blake se sentam na cama, e eu fico simplesmente muito curiosa sobre o presente.
— Abre o embrulho! — ela parece eufórica. — Passamos a madrugada montando, espero que você goste.
Isso não ajuda na minha ansiedade, nem que por um segundo. Com isso, rasgo o embrulho avermelhado. Seguro-o com firmeza, até perceber que na verdade era um álbum de fotos da cor verde água.
— Ah, gente! Não precisava. — sinto-me emocionada, e mesmo com todas as nossas brigas, tomo a liberdade de me inclinar e abraçar os dois, um com cada braço.
— Agora abre. — Blake incentiva.
— Espera, isso é um brinco? — toco no objeto de metal pendurado na sua orelha direita. — Você colocando brinco?
— Eu queria inovar. — ele parece um pouco envergonhado, mas da de ombros. — As tatuagens não foram o suficiente.
Estranho aquilo e fico calada olhando pra Charlie, que olha pra ele. Nós duas acabamos olhando pra ele, porque isso parece incomum demais pra ele.
— Abre logo, Dixie! — ele corta o contato visual e bufa em seguida.
Todas as páginas vem seis fotos, três de cada lado da página. Mesmo eu, resistente com esse lance sentimental, não consigo segurar o choro. Todas as fotos tem um valor muito grande pra mim. É a minha infância completa por meio de fotos e o meu crescimento. Inevitavelmente, Heidi aparece nelas, mas não daria para eles evitarem.
— Deus! Vocês lembram dessa? — aponto para a foto em questão, e eles riram ao mesmo tempo. — A Charlie ficou presa no banco do Central Park na primeira vez que fomos pra Nova York. Ela chorou por uma hora direto e eu e Blake nos posicionamos ao lado dela, sorrindo desse jeito.
— Eu não achei que teve graça.
— Você que foi tapada de sentar num brinquedo pra um bebê com doze anos de idade. — Blake revira os olhos e ela faz um bico gigante.
— Nossa, e nesse dia, Blake? Nós dois saímos. Eu pra brincar na rua e voce pra ir ao cinema, e acabamos deixando a Charlie sozinha em casa. Detalhe, ela só tinha oito anos na época.
