♕ To Enchant a Demon - PARTE I

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Tal ação lhe custara muito caro. Fora com muita dor e sofrimento que ela aprendera que apesar de irritante, política — sobretudo a política da corte — era um tabuleiro em que nenhuma peça podia ser descartada ou tratada de forma leviana.

"Quem te convidou?" Michiko perguntou, sua voz saiu um tanto mais alta. Desnecessário dizer que ela também não gostava de InuKimi; tal mulher tinha um talento nato para ficar no caminho dos outros. No decorrer dos séculos, ela provara ser uma verdadeira pedra em seu sapato. Nem mesmo o fato de que ela dera à luz a Sesshomaru era capaz de fazer com que Michiko pensasse nela sob uma ótica boa. "Você certamente não se tornou uma parte dess­—

A mão de Hideki cobriu a dela suavemente, um apelo sutil para que se calasse. Ele sorriu levemente, assentindo com a cabeça. Ainda que concordasse com sua consorte, não achava inteligente banir InuKimi de um lugar que lhe pertencia por direito, mesmo que ela não mais o desejasse — e nunca tivesse desejado. Na verdade, parecia o contrário. Ultimamente, a mãe de Sesshomaru parecia querer fazer parte de seus encontros de uma forma irritantemente frequente.

"Seja bem-vinda, InuKimi-sama."

Ele fez uma mesura, mostrando a ela a mesma cortesia que mostrara a seu filho antes. A posição dogeza a irritava em demasia. Não era uma forma de demonstrar respeito; ao contrário, era uma zombaria velada. Ela revirou os olhos e se sentou num zabuton no centro do quarto, o mesmo assento em que Sesshomaru geralmente se sentava. Tal ação fez com que os presentes no cômodo ofegassem, como se chocados por sua atitude.

InuKimi apenas deu de ombros.

"Embora..." ele começou, um leve sorriso que não tocava seus olhos curvava seus lábios, "eu esteja... Nós estejamos..." Parou e se corrigiu, "bem curiosos para saber o motivo pelo qual devemos a sua maravilhosa presença?"

Ela sorriu.

"Você não deveria estar treinando a humana de estimação do seu filho?" Michiko perguntou, mal conseguindo conter a raiva que sentia.

Dessa vez, InuKimi riu levemente e balançou a cabeça.

"A consorte do seu Senhor," corrigiu-a, "está com ele... em seus braços... Vocês todos sabem como os jovens são... seus desejos..."

Mesmo que já faça um tempo para você, pensou.

"InuKimi-sama," Hiraku, provavelmente o único entre os velhotes que ela não odiava, falou, "Consorte? Eles já deram início ao..."

Outra risada foi ouvida no cômodo. Ela estava se divertindo imensamente com aqueles velhotes do Conselho.

"Não... mas nós sabemos que é só uma questão de tempo."

Um som de escárnio escapou pelos lábios de Michiko.

"Você foi de odeio humanos para amo humanos em pouquíssimo tempo."

InuKimi teria rido, mas achou que talvez fosse melhor manter a fachada de seriedade. Por ora.

"Eu amo meu filho e por ele farei qualquer coisa."

"Mesmo deixá-lo se envolver com humanos?" Hideki perguntou dessa vez.

"Se isso o fizer feliz, então eu sim, cunhado."

Houve silêncio por um momento no cômodo. Todos esperaram alguma onda de risada­ — era da natureza de Inukimi ser sarcástica, então todos esperavam que houvesse certa ironia em suas palavras. Mas dessa vez não havia.

"Você realmente acredita isso." O tom de Hideki era calmo, mas ele também estava surpreso.

Fora sua natureza maliciosa, InuKimi era conhecida por odiar humanos, mas ainda mais por amar seu filho. Ela poderia ser enforcada por diversos pecados, mas ninguém poderia dizer que não amava Sesshomaru.

Mating PoliciesWhere stories live. Discover now