PRÓLOGO

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Elleanor sentiu seu coração apertar enquanto aproveitava a brisa fria que entrava pela janela do seu quarto. A moça de olhos azuis e cabelos pretos levou a mão ao peito. Aquele tempo com céu nublado e vento frio a lembrava um pouco de sua infância. Que saudade sentia dos seus pais! Fazia anos que eles morreram subitamente, mas ela pressentia que precisava descobrir quem estava por trás disso.

        — Dizem que foi um acidente..., mas eu sinto que dessa vez vou ter a resposta que tanto procuro — resmungou e se virou ficando de costas para a janela do seu quarto e olhando nos olhos de sua melhor amiga. Ela era a única em que confiava para falar sobre o assunto.

        — Então vai se encontrar com o tal detetive? — perguntou Loren olhando Elleanor nos olhos. Seu olhar estava sério e parecia ilegível. Elleanor prensou os lábios pensando a respeito, então voltou a olhar a amiga.

       — Sim, eu irei — afirmou Elleanor olhando o pequeno telegrama que tinha em suas mãos. —... Zero Tuller...— leu aquelas palavras. Era certamente um nome estranho, talvez um pseudônimo, quem sabe? Piscou. Não importa, ele certamente seria capaz de descobrir quem matou seus pais. — Ele irá me levar à resposta que preciso — falou e uma das sobrancelhas de Loren tremeu. Parecia estar escondendo algo. Elleanor, obviamente, não percebeu o olhar misterioso de sua amiga.

    — Irei com você, então — Loren disse e Elleanor abriu um lindo sorriso, e mais uma vez uma das sobrancelhas de Loren tremeu.

    — Obrigada, Loren! — Elleanor foi até ela e a abraçou. — Sabia que poderia contar contigo sempre! Vou ser simples e direta ao encontrá-lo. — Ela andou de um lado para o outro um tanto impaciente. — Estou esperançosa que este homem irá, finalmente, descobrir sobre a morte dos meus pais. — Levou o telegrama ao peito novamente e suspirou animada.

    — Sei que vai dar tudo certo. — Loren sorriu sem mostrar os dentes — E seu tio, vai avisar? — perguntou.

   — Oh, não, por favor! — suplicou Elleanor — Guarde esse segredo. Se ele souber que estou fazendo isso, vai brigar comigo. Sabe como é perigoso se meter com estas coisas... — Revirou os olhos lembrando-se de seu tio. O homem era quase um pai super protetor. Respirou fundo. Ele havia feito uma investigação anos atrás a pedido dela, mas a única conclusão que chegou foi que se tratou de apenas uma fatalidade, uma terrível fatalidade envolvendo ladrões.

Mas Elleanor estava lá, e ela sabia — ou sentia — que não foi somente um assalto. Porém quem acreditaria nela? Na época, a menina tinha apenas 9 anos. Ela voltou a olhar o telegrama e uma sensação se formou na boca do estômago como um mau pressentimento.

E Elleanor estava certa.

UM DETETIVE PARA LADY EVENS (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now