— Em minha defesa, ela estava dormindo quando eu saí. — levanta as mãos como sinal de rendição. — E era a Lola Melwick.
— Caralho, ela tinha os seios mais lindos de toda Atlanta. Não me surpreende que ela se tornou modelo. — suspiro, relembrando o sucesso da loira em comerciais locais. — Mamãe te buscou pela orelha.
— Ah é, disso eu não tenho nem vontade de lembrar. — Charlie solta uma risada, talvez não lembrando de toda a história porque realmente estava dormindo. — A gente sempre levava bronca por sua culpa, sua desgraçada. Não tem nem o direito de rir.
— Ah, eu tenho. Amava usar isso ao meu favor, vocês não tem ideia.
O mais velho e eu temos a mesma ideia ao atacar ela, com cócegas no corpo inteiro, sabendo que ela odiava a sensação que dava.
Eu os amava demais.
(...)
Meus pés queimam um pouco ao tocarem o asfalto quente. Mas é uma sensação suportável. Aproximo-me da caixa de correio, e recolho as cartas de dentro dela, apenas com a calça de pijama e a camiseta que não tampa nem o umbigo todo. A recordação da entrada da casa ao lado é nítida. Eu havia levantado a blusa pra cima, mostrando os seios pro Noah, apenas para que Tatum tivesse a oportunidade de pegar algo que parecesse comprometedor. Foi icônico.
— São só meio-dia, Dixie. Uma visão horrorosa dessa é o cúmulo.
Ouço a voz dele. E rio sem ter que me virar, procurando algo que esteja no meu nome.
— Meu cabelo 'tá um ninho de passarinho, não está? — passo os dedos entre os fios da minha cabeça. — Ah, não importa. Eu sou linda de qualquer jeito.
— Quem é que anda mentindo pra você? — Noah apoia a mochila no ombro e chega mais perto. — Fiquei surpreso ao não vê-la na aula.
— A Addison entregou os convites, então eu não precisava ir.
Ele balança a cabeça. Ficamos alguns segundos nos olhando, mas ele não diz nada.
Noah não entendeu nem a analogia dos convites?
Aceno com a cabeça, dando meia volta para voltar para casa. Afinal, a sola dos meus pés já estavam ficando vermelhas. Na entrada, Noah me chama.
— Qual é, achou que eu ia esquecer? — sorri, mostrando os dentes enfileirados dentro da boca. — Feliz aniversário, chata.
Reviro os olhos, voltando a me aproximar dele. Noah me puxa pelo quadril e me abraça. Solto uma risadinha pelo ato carinhoso, o que é meio raro pra alguém como ele, e retribuo o abraço.
— Bem, obrigada. E não fique chateado, seus dezoito ainda vão chegar. — ele me empurra e revira os olhos, enquanto eu ria, sabendo o quão aquilo o chateava. — Você quer entrar?
— Não, valeu. Eu preciso ir pra casa, a minha mãe quer que a gente almoce juntos. — ele acha tudo isso muito patético, e não me surpreende. — O merda do meu pai não 'tá aí hoje, então…
Normalmente eu o repreendia. Mas acho que a melhor coisa é só balançar a cabeça. Kalel e Noah brigaram muito na noite passada, e eu nem cheguei a entender ou prestar atenção. Isso me chateava, porque eles tinham um péssimo relacionamento, e eu não sei quantas vezes o Kalel já foi pra cima dele. E Noah, do jeito que é, nunca dá o pé a torcer.
capitulo 18
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