CHAPTER XXVII: Gods And Monsters

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| L A N A |
15 de agosto de 2017

QUANDO A NEBLINA OPACA QUE CERCAVA OS ARREDORES finalmente desapareceu, alguns dos moradores da cabana tiveram uma estranha surpresa

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QUANDO A NEBLINA OPACA QUE CERCAVA OS ARREDORES finalmente desapareceu, alguns dos moradores da cabana tiveram uma estranha surpresa. Disseram que não era comum avistar corvos por aquelas redondezas, e que esses pássaros não costumavam se afastar da cidade — a qual localizava-se há mais de vinte quilômetros dali —, mas haviam dezenas, talvez centenas, preenchendo os galhos dos pinheiros que rodeavam a moradia. Pequenos vultos negros sobrevoando a cabana com um corvejar quimérico, como se alguém os houvesse convidado para o café da manhã. Provavelmente estão inaugurando uma nova rota para fugir das tempestades em Corbeaux, sugeriu Charles, mas ninguém estava preocupado com aquilo.

Assim que as visitantes, Katherine e Cassandra, sentaram-se à mesa — casualmente, cumprimentando a todos com bom humor —, o clima no cômodo pareceu ficar mais carregado que uma noite chuvosa em Corbeaux. O assunto dos corvos não durou mais do que dez segundos pelo fato de que a tensão naquela mesa poderia ser cortada com uma tesoura. Era como se estivessem tomando café da manhã na companhia de uma bomba relógio, a qual todos — exceto Sarah e Lana — sabiam que estava prestes a explodir.

Katherine se sentou entre Cassandra e uma cadeira vaga na ponta da mesa. Ao lado de Cassandra estava Ethan, depois Jason, e na ponta, Charles — o qual mostrara-se ser um velho amigo das visitantes, sendo o único que demonstrou verdadeira satisfação pela visita das duas. Esme sentava-se à cabeceira da mesa, próxima a Charles, com sua habitual postura de chefe da casa, observando Katherine com um sorriso frio, como se estudasse uma adversária em uma partida de xadrez.

Elizabeth havia acabado de se juntar ao grupo, não mais com dores de cabeça depois do chá de Esme — o qual, felizmente, também funcionara em Lana —, percebendo imediatamente a atmosfera carregada da sala de refeições. Ela se sentou à ponta da mesa, de frente para a cadeira vazia à direita de Katherine. Ao seu lado estava a segunda cadeira vazia, depois Madelyne, Lana, Sarah e então Ian, na outra ponta. Eleanor e Megan eram as únicas que ainda não estavam ali. A primeira dissera que subiria para chamar a segunda, mas quinze minutos se passaram e não havia nenhum sinal de uma ou outra.

— Você deve ser Sarah — Katherine falou, casualmente cobrindo com geleia uma fatia de torrada. — Ouvi muito sobre você. Digo, a primeira versão de você. Eryn alguma coisa, nao é mesmo? Já recobrou alguma parte das memórias, Querida?

Sarah, no lado oposto da mesa, sentada à esquerda de Lana, ficou sem ação por alguns segundos. Talvez estivesse tentando lembrar em que momento o rumo da conversa havia mudado para a direção de seus traumas.

— Hmm… algumas, sim — soou mais como pergunta do que como resposta. — O que você ouviu sobre mi… sobre Eryn?

— Não se preocupe, querida, tenho certeza de que encontrará todas as peças do quebra-cabeça em breve. — Com um sorriso frio, ignorou a pergunta e mudou de assunto como se fosse a anfitriã de alguma coisa. — E você? Lena, não é? Conheci sua avó, sabia?

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⏰ Last updated: May 10, 2022 ⏰

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Melius - Cidade Dos CorvosWhere stories live. Discover now