CHAPTER XXI: Who You Were

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| L A N A |
14 de agosto de 2017

A BRUXA MÁ DO OESTE HAVIA IDO DORMIR no cômodo dos garotos

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A BRUXA MÁ DO OESTE HAVIA IDO DORMIR no cômodo dos garotos. Aparentemente, causar tanta destruição em seu próprio quarto exigiu muita energia de si. Me ofereci para ajudar Elizabeth a terminar de limpar a bagunça deixada pelo Furacão Megan, mas mantive uma boa distância da gosma escura que, vez ou outra, se mexia. A estante de livros que costumava se encontrar acima da cama de Elizabeth fora destruída, assim como os vasos da mesa de Madelyne, e havia uma única rachadura no espelho ao lado da cama de Megan, serpenteando da base até o meio. As camas não foram prejudicadas, mas os lençóis tiveram de ser removidos, visto que acabaram sendo atingidos por terra e respingos de vômito.

Embora estivesse evidentemente aborrecida pelo fato de os outros não colaborarem com a limpeza, Elizabeth não parecia estar chateada com Megan. Talvez por episódios como aquele não serem nenhuma novidade, ou talvez por entender que a Megan Faminta não era a Megan de verdade, afinal, a pessoa que reencontrei no banheiro da escola na última sexta — radiante, imponente e confiante —, definitivamente não era aquela Megan.

Eu levava pedaços de madeira e sacos com terra e plantas mortas para o corredor, enquanto Liza, usando luvas de borracha, arduamente esfregava com uma escova o chão de madeira que fora manchado pelo vômito tenebroso. Às 15h27, ouvi o som do SUV dando a volta na casa, e minutos depois, a porta da frente se abrindo. O ranger dos velhos degraus da escada denunciou a rápida aproximação de alguém, e logo em seguida, Paul Stepford colocou apenas a cabeça para dentro do quarto, como se temesse a criatura que habitava o cômodo.

— Como vocês conseguiram criar um terremoto aqui dentro? — brincou, entrando por completo quando percebeu a ausência da Bruxa Má do Oeste, as mãos escondiam alguma coisa às suas costas. Ele estava suado e completamente sujo de terra, além de possuir alguns vestígios de algo que assemelhava-se a sangue seco em seu moletom.

Elizabeth não achou graça. Estava há quase trinta minutos tentando tirar aquele vômito da madeira do chão sem nenhum sucesso, o odor pútrido incomodava minhas narinas.

— Esme conseguiu comida para Megan? — ela perguntou, à beira de um ataque de nervos.

— Esme não conseguiu coisa alguma  — ele retrucou, levemente aborrecido. — O máximo que ela fez foi se sentar sobre um túmulo e ler um livro enquanto eu cavava e decepava isso — ao final da frase, ele finalmente expôs o que escondia atrás das costas, e tive de virar a cabeça para não vomitar quando me deparei com uma enorme perna humana em um saco plástico. — E ainda tive que enterrar o resto, de novo.

— Se você fizer a Lana vomitar no chão que eu acabei de limpar...

Pelo canto do olho, pude notar Paul rapidamente esconder o saco plástico atrás das costas novamente.

— Foi mal, Lana — disse ele. — Ah, quase esqueci, Esme está te esperando.

Senti um calafrio no final de seu anúncio, imaginando temerosamente o que a bruxa anciã ainda tinha para me falar. Olhei para Elizabeth, silenciosamente perguntando se ainda precisaria de mim. 

Melius - Cidade Dos CorvosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora