CHAPTER IX: Wake Me Up When It's All Over

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| L A N A |
13 de agosto de 2017

A MANHÃ COMEÇOU DE UMA MANEIRA NADA AGRADÁVEL

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A MANHÃ COMEÇOU DE UMA MANEIRA NADA AGRADÁVEL. Fui acordada por um grito de Sarah acompanhado pela incessante e recorrente dor na testa — aquilo começava a me irritar. Levantei-me rapidamente, vasculhando o quarto com o olhar fraco e sonolento, a procura da fonte do brado de desespero que me despertara de sonhos cinzentos não recordáveis.

Sarah jazia sentada no colchão, aparentemente sem fôlego e molhada de suor. Considerando o olhar abatido e o semblante exausto, chegava a parecer que havia acabado de correr uma maratona de pijama.

— O que foi? — perguntei, esfregando as mãos nos olhos na tentativa de afastar os últimos resquícios de sono.

Ela se assustou ao ouvir minha voz, e não manteu contato visual por muito tempo.

— Não... é nada — sua voz se mostrava trêmula.

— Eu conheço o seu "nada", e ele quase sempre significa tudo.

— Eu... eu... — tentava falar, mas continuava ofegante — tive... um pesadelo.

Sentei-me ao seu lado, olhando rapidamente para Ana e notando que esta ainda dormia — o que me surpreendeu, pois o grito de Sarah foi alto e minha irmã não tinha sono pesado.

— Com o quê você sonhou?

— Adivinha — ela colocou as duas mãos no rosto.

— Com a garota ruiva?

— Isso, eu sou a droga da garota ruiva.

— Por que você gritou?

— Eu gritei?

— Sim.

— Foi mal, não percebi.

— Não tem problema, mas o que acontecia no sonho?

— Eu não me lembro — ela disse com o olhar em outra direção. — Só sei que foi com ela, de novo — pôs a mão sobre o peito, como se estivesse machucada.

A ausência de palavras deixou que o som dos pingos de chuva preenchesse o silêncio daquele quarto, e ao olhar para as cortinas, pude perceber a estranha presença de luminosidade, a qual eu não imaginava que fosse encontrar naquele dia — levando em conta a tempestade da noite anterior.

— Tem certeza de que está bem?

— Sim, foi só um pesadelo.

— Eu nunca tinha te visto assim por causa de um sonho.

— Eu sei, e continuo achando isso muito estranho — sua voz transbordava medo e preocupação. — É  tudo tão esquisito e ao mesmo tempo tão real.

Melius - Cidade Dos CorvosWhere stories live. Discover now