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S/n on:

Estava no trabalho de garçonete num bar de esquina. Já eram 22h e eu estava exausta e louca para que o bar fechasse.

— S/a querida, coloca mais uma dose para mim. - Olhei para o homem sentado na minha frente, o rosto era abatido mas mostrava um sorriso para os amigos do lado. Senhor Giovanni era um fregues antigo, gostava dele, era o único que me chamava de S/a, e apesar do apelido ser intimo gostava do modo como ele falava, como se sentisse realmente algum tipo de carinho por mim. Ser seu copo.

— Está será a última, o senhor já bebeu demais. Sua mulher não vai gostar se chegar em casa nesse estado.

— Não se preocupe querida, minha mulher não esta nem ai pra mim. Se eu morrer não notará - Vejo que na sua voz mostra um pouco de tristeza.

— Não fale isso. Ela te ama. agora pare de beber.

— O amor é algo tão abstrato querida.

— Abstrato? - fico curiosa.

— Você só pode saber do seu sentimento. Mas é impossível se a outra pessoa te ama. Não é uma coisa concreta nunca será.

— O senhor tem razão - Concordo com a cabeça e vou atender um caso que me chamava no canto.

Já era meia-noite quando fecho o bar, suspiro aliviada sentindo dor nas costas. Arrumo os últimos detalhes antes de fechar completamente e vou embora. Hoje é sexta então amanhã não irei trabalhar, consegui uma folga que não tinha meses.
No caminho pense no seu Giovani e em toda a sua Filosofia de bêbado até que tinha razão, o amor só é certo para você mas você nunca terá certeza dos sentimentos de outra pessoa. Suspire joga esses pensamentos para o ar, tenho muitas para me preocupar pra ficar pensando no amor.

— S/n!!! - Sabina corre e me abraça, a pego no colo.

— Isso são horas de estar acordada? Hein mocinha!? - falo fazendo cosquinhas nela que rir sem parar até começar a perder o fôlego.

— Para...pa..ra.. - Falou sem fôlego, parei no
mesmo instante. — Ela insistiu em te esperar. -Falou minha mãe, encostada no parapeito da porta. Larguei a Sabi e a abraçei.

— Demorou querida, deixei seu jantar no forno.

— Obrigada mãe, hoje é sexta-feira. Eles ficam até mais tarde, mas nem demorei tanto. Ainda é 1h.

— Sabe que odeio que trabalhe lá.

— Não temos opção, é isso ou passar fome, e as vezes eu ganho umas boas gorjetas. -Sorri para ela acreditar no que eu falava.

Você é preciosa, S/n, muito preciosa.

— Não sou não. Pare com isso. Vou colocar Sabina na cama.

— Querida deixa que eu coloco ela na cama, descanse.

— Boa noite, S/n. -Ela já coçava os olhinhos, que estava vermelhos.

— Boa noite, minha princesinha. -Dei um beijo em seu nariz e ela deu um sorrisinho. Meu amor por ela não era abstrato, era quase palpável o quanto eu amava aquela menina, acho que não seria capaz de amar alguém mais do que amo Sabi.

Sabi é minha irmãzinha ela só tem 3 aninhos e é a minha princesinha. Minha mãe teve ela numa idade dificil ela já tinha 38 anos, e meu pai 40, foi nessa época que ele ficou doente. Eu só tinha 14 anos quando Sabina nasceu, eu praticamente a criei, minha mãe teve depressão pós parto, foi muito difícil para ela encarar mais uma gravidez quando mal dava para alimentar seus três filhos e ainda a doença do meu pai. Então eu praticamente fui a "mãe" de Sabina, eu acordava a noite quando ela chorava, eu cuidava dela quando ela tinha cólicas, em modéstia parte ensinei tudo que ela sabe. Hoje ela é como minha filha, e talvez ela também me veja como sua mãe.

Tiro esses pensamentos de minha mente. E decido ir ver o meu pai, geralmente evito de vê -lo a ideia dele estar naquela cama sem poder se mexer é uma coisa tão surreal para mim, que ainda prefiro lembrar da época em que ele corria pela casa atrás de mim. Aquele homem naquela maca dada pelo hospital não pode ser o mesmo homem que corria atrás de mim e de Lamar tentando nos pegar.

— Oi papai, cheguei agora. Estou um pouco cansada então passei aqui rapidinho.- Digo a ele e vejo que ele força um sorriso em minha direção, Beijo seu rosto e saiu, vê - lo daquele jeito ainda me doe.

𝓣𝓸 𝓫𝓮 𝓬𝓸𝓷𝓽𝓲𝓷𝓾𝓮𝓭...

𝐆𝐃𝐔𝐏 | 𝗚𝗥𝗔𝗩𝗜𝗗𝗔 𝗗𝗘 𝗨𝗠 𝗣𝗥𝗜𝗡𝗖𝗜𝗣𝗘 ᵇᵉᵃᵘˢⁿWhere stories live. Discover now