Park Jimin havia acabado de completar vinte anos quando recebeu a proposta de seus sonhos, cursar Moda em uma instituição de referência da capital. O único problema é que ele terá de morar com seu tio e a nova esposa do mesmo, caso contrário seus pa...
A sociedade sempre foi um grande desafio para as mulheres, especialmente para as que não se conformam com a submissão e padrões impostos pelas gerações passadas. Não estão erradas, direitos devem ser igualmente respeitados independente do gênero.
Pessoas insistem em ditar o que elas irão vestir, assim como um código de conduta que deve ser severamente respeitado. A consequência da desobediência é clara, levam nomes pejorativos e têm suas reputações manchadas por simplesmente lutarem por sua liberdade.
Não foi diferente para Ae-Cha, filha mais nova de uma família importante de Busan. Sempre teve tudo ao seu alcance, assim como os garotos que a admiravam no colégio. Foi sua beleza encantadora que conquistou o coração do jovem Young-Soo, com que teve um breve e inesquecível romance.
Ambos tinham o apoio de suas famílias, o que deixava o romance mais confiante e forte que nunca. Ae-Cha com seu primeiro amor, Young-Soo com a garota que ele finalmente acreditou que fosse a mulher certa para sua vida. No entanto, o destino trabalha de forma misteriosa, e nem sempre fica claro a razão pela qual algumas coisas acontecem.
Elas simplesmente acontecem.
Aquele paraíso se transformou no inferno. Ae-Cha viu no homem que confiou, uma figura completamente diferente. Bastou apenas dizer a ele o que havia descoberto em uma simples consulta de rotina, algo do qual a jovem também não se alegrou de imediato, mas acreditou que teria o apoio dele.
Sentindo enjoos e tontura, a garota procurou sozinha um pronto atendimento de Busan. Por medo precisou ser acompanhada por sua madrinha, única pessoa que conseguiu entender seu desespero e não teve reação de julgá-la. Depois dos exames constataram uma gestação de três semanas, sinal de que mesmo usando métodos contraceptivos uma vida estava sendo gerada em seu ventre.
Seu mundo começou a desabar no consultório, mas de longe seria a pior coisa que enfrentou naquele dia de merda. Ae-Cha precisou de um tempo para ter coragem, acreditou que fosse ter pelo menos o apoio de seu namorado, porém quando soube da gravidez ele simplesmente deixou a responsabilidade nas costas da garota e fugiu com a ajuda de familiares.
“Essa responsabilidade é inteiramente sua, não tenho culpa se o preservativo falhou. Não estou preparado para ser pai.”
Ela também não estava preparada para ser mãe, mas como mulher levou toda culpa. Infelizmente é o que mais ocorre na sociedade, e alguns ainda não têm escrúpulos ao dizer que só engravida quem quer. O único método contraceptivo com cem por cento de eficácia é a abstinência sexual, mas nem todos estão aptos a esse tipo de discussão.
Como se não bastasse ter sido abandonada pelo homem a quem ela confiou tudo, Ae-Cha ainda precisou enfrentar seus pais. A dor ali foi ainda maior, pois no mesmo dia seu pai a colocou para fora. A garota descobriu que para ele, sua honra só vale se estiver acompanhada do marido.
Ae-Cha foi acolhida por sua madrinha, passou dias tentando tomar uma decisão. Ela sempre soube das responsabilidades de ter uma criança, chegou a cogitar o aborto, mas sabia que teria o dobro de julgamentos se o fizesse. As coisas não são tão fáceis hoje, mas naquela época a sociedade era pior quanto as escolhas de uma mulher.
Ela decidiu gerar essa criança, abandonou o colégio e encontrou um emprego de meio período. Foi muito difícil, mas a única saída para ficar na casa de sua madrinha e ajudar com as despesas. Ae-Cha viu sua vida mudar drasticamente, mas não se deixou abater pela sociedade.
Oito meses e meio depois o bebê nasceu, um menino completamente saudável e forte. A gestação foi bem complicada, o parto teve complicações, ela não pode amamentar o filho com o leite materno por razões de um tratamento, mas nos olhos daquela criança Ae-Cha enxergou um amor que ainda desconhecida.
Ainda no hospital prometeu protegê-lo acima de tudo, daria sua vida pela do filho caso fosse necessário. O passado foi superado como uma lição, o abandono sempre será lembrado como uma cicatriz, porém Ae-Cha jurou a si mesma que seus sonhos não terminam ali. Se antes queria realizá-los por si, agora tem o dobro de motivos para fazê-los.
A maternidade não é uma maravilha como algumas descrevem, tanto que esse foi o maior desafio que Ae-Cha enfrentou. Houve ajuda de sua madrinha, mas em boa parte do tempo ela precisou dar conta de tudo sozinha. Julgamentos vieram aos montes, porém a garota guardava cada palavra para si.
Para defender o filho, Ae-Cha é capaz de transformar-se em uma fera.
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⚖ NOTAS DA AUTORA ⚖
Este prólogo se passa alguns anos antes de história principal, em breve irão saber exatamente o porquê. Os capítulos a partir de agora terão uma média de 4K/5K de palavras, deem bastante atenção ou vão se perder em razão dos acontecimentos.
