XXI - viginti unum / Parte I

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Harry

É intrigante o modo como cada pessoa parece estar centrada na vida dentro da própria bolha, algumas correndo pela pista de cooper, outras em bicicletas; grande parte deitada no gramado, lendo ou apenas pegando os raros raios de sol que a tarde fresca tem a oferecer.

Os olhos focados nas próprias atividades da plateia a sua volta perdem a careta que toma o rosto do cacheado, o qual caminha ao lado do homem negro impressionantemente mais alto que si. A primeira coisa que reparou em Andrew quando se encontraram mais cedo foi a frase "cute but psycho" estampada na camiseta larga e, apesar da sobrancelha arqueada pelo trocadilho, o mais novo não questionou, apenas aceitando o copo de chá na mão coberta por um dos seus moletons compridos demais.

— Sou apenas seu psicólogo, Harry, não seu conselheiro. Eu não devo lhe dizer o que é ou não para você fazer. – Ele dá continuidade ao longo discurso que vem fazendo. — Eu sei que já tomei uma aproximação mais parcial antes, mas era a abordagem que você se sentia mais à vontade. Além do que, estava concentrado a aprender a andar e eu apenas instrui quanto a direção. Agora que já sabe, não vejo necessidade da minha interferência.

Mais uma vez estão em uma sessão no parque, o que na grande maioria das vezes significa uma pauta leve regada pela bebida quente preferida do psicólogo, uma caminhada despretensiosa enquanto corre o olhar pelas pessoas em volta e, com sorte, sol o suficiente para mantê-los aquecidos, assim como naquele momento.

— Então não tem nada para me dizer? – Harry solta junto a um suspiro, bebericando o chá e verdadeiramente apreciando a brisa que brinca com seu cabelo solto,

— Você quer contar? – O homem rebate, escondendo o sorriso por trás do copo.

— Quero, mas não quero que ele mude o jeito que me trata. Tenho medo de, você sabe, acontecer algo entre a gente e o comportamento dele não ser natural comigo. – Enrola as palavras, desviando o olhar para um grupo de crianças correndo de um lado para o outro ao longe.

— Achei que já tivesse acontecido algo entre vocês. – Andrew pontua, o que o faz ganhar um par de olhos esmeraldas semicerrados diante da ironia no tom.

— Sim, mas não tudo... ainda. Não consigo evitar ficar pensando se devo ou não contar, me incomodaria receber um tratamento diferente apenas pelo que houve, mas, ao mesmo tempo, não acho que seria tão justo com ele entrar nisso às cegas... Não sei bem o que me angustia mais, porém nunca estarei pronto para a reação dele. – Verbaliza a frustração, os dedos firmes ao redor do copo de papel conforme o estômago embrulha levemente.

— Pelo o que eu estou entendendo, até agora você não considerou o que já aconteceu entre vocês como sexo. – Os olhos negros dele brilham sob a luz alaranjada, o encarando conforme solta a reflexão um tempo depois, aguardando o aceno de cabeça do menor antes de continuar: — No entanto tem ciência que foi, não é? Não preciso, nem quero, detalhes quanto ao que fizeram, mas julgo que vocês já tiveram contato extremamente íntimo. Isso é sexo, Harry.

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