XIX - undeviginti / Parte II

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      forelsket

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Louis

O som do ar condicionado zumbe como plano de fundo ao que navega calmamente no sistema de estoque do pub, Tony preenchendo a poltrona a sua frente enquanto tem a atenção na tela do Ipad.

— Eu não acho que precise de mais qualquer alteração. – O cozinheiro se pronuncia depois de um tempo.

Eles tinham passado toda a noite enfurnados naquele cômodo pequeno, analisando o cardápio do estabelecimento e fazendo as alterações necessárias de acordo com as saídas.

— Me manda os arquivos alterados por e-mail então, amanhã eu checo tudo com Zayn e te informo o veredicto final. – Pede gentil, embora não desvie os olhos do computador. Depois que sua habilidade de leitura melhorou, passou a gostar de mexer e entender cada detalhe mais técnico do sistema.

— Ele vai me matar quando descobrir que eu tirei o hambúrguer que ele criou do cardápio. – Tony comenta em um tom brincalhão, se erguendo da cadeira e levando o tablet consigo antes de acrescentar com uma piscadela: — Vou aproveitar minha última noite vivo.

— Por favor, longe da minha sala, é difícil tirar mancha de sangue do carpete. – Louis condiciona bem humorado, lançando um sorriso ladino para o homem, que nega com a cabeça. — Boa noite.

— Boa noite, Tomlinson. – Ele se despede deixando a sala.

Seus olhos passam pelo relógio, só assim notando o quão tarde está e, sem perder mais tempo, sacode a cabeça ao que desliga tudo. Está no meio do caminho para se levantar quando é interrompido pela entrada de Harry no ambiente e se o fato dele não ter batido na porta não é alarmante o suficiente, com certeza o olhar baixo adjunto da expressão caída é um indicador que algo está errado.

— Amor? – O chama a medida que dá os poucos passos na direção dele. — Aconteceu alguma coisa?

O silêncio permanece inabalável conforme o cacheado passa direto por si a fim de deixar o envelope de dinheiro e o relatório do caixa sobre sua mesa, fazendo algo dentro de si encolher. E apesar de não passar de segundos, o momento antes dele virar de frente para o menor parece muito maior. Harry não o encara nos olhos, pelo menos não antes de tomar uma respiração em busca de coragem. O brilho encantador presente durante a tarde agora não passa de uma lembrança, o tom esmeralda apenas refletindo angústia e confusão. Louis já estaria com ele entre os braços à essa altura se algo na angústia dele não desse a entender que o problema é consigo. Imediatamente, seu coração dispara, bombeando adrenalina por todas as suas terminações. Com uma desviada rápida, consegue ver as próprias mãos tremendo em nervoso, o estômago se revirando pelo medo de saber o que houve.

— Harry? – Murmura baixo, o menos de um metro de distancia do seu garoto se mostrando distante demais para consolá-lo.

— Eu não sou assim. – O cacheado deixa escapar com a voz trêmula e o mais velho pode jurar senti-la reverberando diretamente em seu peito de uma maneira dolorosa. — Eu não faço isso, mas foi sem querer... E jurei pra mim que iria ignorar, mas minha mente fica tentando justificar aquilo e eu só consigo pensar em coisas ruins... Eu não quero acreditar nessas coisas.

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