memento vivire
Harry
A força gravitacional pareceu o atingir com mais força quando seus olhos verdes piscaram abertos. Até mesmo a ação de se mover estava exigindo mais dele do que em dias comuns e pensar, de alguma maneira, também parecia mais difícil. A mente do cacheado poderia ser comparado ao sistema de um Windows 98 pela velocidade em que processava as coisas.
Com custo, Harry senta-se na cama e passa as mãos no rosto com força, como se o movimento pudesse varrer o sono para fora de si. O de cachos não precisou olhar o relógio para saber que dormiu muito, bem mais que o comum. As dores no corpo por ter permanecido tanto tempo na mesma posição estão presente por todo o seu corpo.
Ao deixar que uma lufada de ar longa deixe seus pulmões, o cacheado finalmente pisca os olhos abertos de fato e nota que veste uma peça de roupa que não é dele, um moletom. As memórias voltam devagar, o atingindo como flashes consecutivos: O gato, a alergia, Louis na farmácia, ele tomando banho a seco no meio de um estacionamento e o lava-jato.
O que aconteceu depois?
Harry é incapaz de responder. Há apenas um grande espaço em branco entre estar no lava-jato e estar agora sentado em sua cama, um salto no tempo daquele momento e o agora. Com um franzir de cenho, Harry esforça-se a lembra como voltou para o carro, como chegou em casa, ou até mesmo como foi parar em sua cama. A medida que as dúvidas cresciam, sua expressão confusa se intensificava.
Com um suspiro derrotado por ver que não chegava a qualquer conclusão, ele pega o celular, o qual também não tinha resposta de como acabou em seu criado mudo. Harry ao constatar o horário, salta da cama em um pulo e corre para o banheiro. Ele tem vinte minutos para estar no psicólogo.
O de cachos sai de casa com as questões ainda sem respostas pairando no fundo de sua mente e a nota mental de agradecer o pai por ter alimentado todos os seus bichos enquanto ele estava em coma.
[...]
O cansaço ainda domina o corpo do cacheado quando ele chega na sala de Louis, entrando no espaço após se anunciar e caminhando à passos decididos para logo deitar-se no sofá.
— Você está bem? – Ouve Louis dizendo de sua mesa.
— Uhum. – Resmunga com a bochecha espremida pelo estofado, dizer que Harry se jogou no sofá seria algo muito elegante para o que ele realmente fez.
— Parece que passou a noite inteira acordado. – Louis o alfineta, e a certeza que ele lhe atirava um sorriso provocativo foi o que fez o cacheado abrir os olhos e encara-lo.
— O que aconteceu na noite passada? – Escolhe por perguntar, seu corpo agora mais desperto por lembra-se daquele assunto, e ajusta a posição no sofá.
— Não se lembra? – O mais velho devolve, o tom divertido jamais o abandonando.
— Só de acordar hoje na minha cama como se saísse de um coma.
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Sui Generis
Fanfiction"Os crentes do efêmero dizem que tudo muda, que nada é para sempre. Mas se a mudança é algo constante então o efêmero é uma contradição por si só? " Esse é um dos milhões dos questionamentos de Harry. Um garoto que provou desde cedo a instabilidade...