Desejos Indômitos

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Hamburgo, 29 de Setembro de 1987.

     – O que tá rolando entre você e o Axl, sua pervertida?! — Duff, muito mais pra lá que pra cá, me questionou. Confesso que assustei com a pergunta.

     Axl estava num quarto separado, segundo os meninos, fazendo os seus exercícios vocais. Como vim com o pessoal da equipe, acabei não o vendo. Os outros quatro já tinham aquecido e agora estavam "relaxando" para entrar no palco. Eles não falavam em outra coisa que não fosse "dar o melhor deles no show e ir para o clube de strippers o quanto antes" ou "quero mergulhar os mamilos de cada uma na cerveja e depois chupar toda a espuma", pois é, Slash me falou essa proeza como quem diz um "boa noite" para desconhecidos na rua. Sorte que eu não era uma desconhecida e já sabia que esse era o normal daquele puto cabeludo.

     Tinha esfriado em níveis astronômicos. Eu odeio o frio com todas as minhas forças! Confesso que não tinha me preparado tanto assim e nem tinha um leque muito variado de roupas na mala. Optei por usar um vestido até a altura dos joelhos em cetim preto, meia calça da mesma cor e minha jaqueta de couro seguindo o padrão monocromático. No pé, as boas e velhas botas de combate, que ao menos manteria o meu pé quente e confortável o resto da noite que, pelo que eu previa, seria bem longa.

     Sei que era só a fotógrafa e tudo mais, mas qual é?! Alemanha, alemães... Fora que, pelo que eles vinham dizendo, iríamos para o melhor clube de striptease da cidade. Eu, inocente mas nem tanto, já imaginava que não iríamos para uma esquina qualquer ver garotas fazendo poledance nas placas de rua, certo? Tratei de me vestir um pouco melhorzinha, deixei o cabelo até um pouco abaixo dos seios solto e volumoso, caprichei no rímel e batonzão vermelho. Merecido, vai?!

     – Você tá gostosa pra cacete, Axl vai surtar quando te ver! — Slash mais ria que falava.

     Duff, Slash e Steven levantaram, parando de frente pra mim. Eu estava encostada numa bancada de maquiagens segurando um copo de água com gás. Ainda era cedo demais para o meu fígado. Diferente do deles...

     – Não tem nada acontecendo! De onde vocês tiraram isso?
     – Nem vem não... Vamos te botar contra a parede até você confessar! — o cacheado "ameaçou". Eles meio que já estavam fazendo isso, não tinha pra onde eu escapar, o ponto era que: não havia porra nenhuma rolando!
     – É isso mesmo, garotinha — Steven entrou no meio deles, gesticulando suas baquetas que eu cheguei a ficar com medo dele acertar minha cara com aquilo. — Pode ir falando! Nós estamos de olho... Só vendo ele no seu colinho, deitado na sua cama, você já estão andando até abraçadinhos!
     – É, seus dois safados, filhos da puta! — Duff deu uma tragada no seu cigarro. — Nós vamos pegar vocês dois no flagra... Você vai ver. Eu vou botar ordem nessa porra!

     – Na moral, vocês tão criando coisa nessas cabecinhas chapadas de vocês

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     – Na moral, vocês tão criando coisa nessas cabecinhas chapadas de vocês...
     – Até o Izzy acha isso, não é Izzy?! — Duff envolveu o moreno que estava sentado do outro lado da sala com sua guitarra no colo, um copo e um cigarro.
     – Até parece... Fala pra eles que eles estão tendo um surto coletivo, Izzy, pelo amor de Deus.
     – Olha — ele tomou um gole de sua bebida, provocando uma pausa dramática, depois levantou. — Eu concordo.

I Don't Wanna Go Home Right NowWhere stories live. Discover now