Capítulo 1 - A estranha

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AVISOS:
1º Este é um livro que escrevi há cerca de 10 anos, sendo esta a minha primeira fanfic.
Então peço que sejam gentis com meu eu adolescente anos que amava tanto a saga de Stephenie Meyer que resolveu "meter o bedelho" criando novos personagens e aproveitando os que já existiam.
2º Esta história se encontra INACABADA e devido à tanto tempo ter se passado, eu devo ser honesta com meus leitores e dizer que provavelmente jamais terá seu devido fim.
3º É óbvio que você que está lendo isso tem total direito de me perguntar por quê eu estou postando uma história inacabada e sem perspectiva de continuação e eu vou ter que te responder que resolvi fazer isso apenas para de alguma forma "eternizar" um dos meus primeiros trabalhos. 

4º Eu peço perdão desde já pelos diversos erros que a história deve ter, já que eu costumava escrever no meio da aula - e por isso bombei em quase todas as matérias daquele ano.

CRIANÇAS, NÃO FAÇAM ISSO. 


Elizabeth Masen 1882     Edmund Masen 1882-22 

Edward Masen 1901        Anthony Masen 1904-18 

                                                 Hugh Masen 1922-20 

                                                 Joe Masen Klein 1942-35 

                                                 Gabrielle Masen 1977-16 

                                                 Elizabeth Phillis Masen 16y

Ao entrar em meu carro e mirar a paisagem extremamente verde, eu me vi num lugar diferente ao que eu estava habituada, mas pensei comigo mesma: "Vai valer o esforço, e serão apenas alguns anos... pense pelo lado positivo, depois é só ir para faculdade e esquecer o tempo em que passei aqui!". Suspirei. A quem eu estava tentando enganar? Aquilo era meu maior pesadelo. Sudeste do Canadá... Ou para mim: Fim do mundo. Era aonde eu tinha ido parar. Era onde eu passaria dois anos de minha vida a partir de agora. Dois anos. Vinte e quatro meses. Setecentos e trinta dias... Era tão difícil dizer adeus a tudo o que eu gostava e seguir para um mundo totalmente diferente aquele que eu estava habituada. Nem parecia que eu me mudava de San Francisco para St. Albert. Não parecia que eu estava nem no mesmo continente.Mas ao falar para minha mãe que eu arranjaria um modo de economizar para a faculdade de um jeito ou de outro a melhor ideia que tive foi: Me mudar para casa dos meus avós onde a escola seria bem mais barata, dando assim oportunidade para que minha mãe poupe dinheiro para minha faculdade. Lógico que na hora eu tentei de todos os modos me enganar, comentando várias vezes ao dia o quanto ia ser bom, mas agora que a realidade estava cara a cara comigo eu não via mais como esconder que esses seriam os piores anos de minha vida.Consegui por fim achar a escola, estacionando no primeiro lugar que vi e segui para a secretaria. A secretaria – uma mulher loura artificialmente que mal passava de 40 anos – me recebeu com um sorriso tentando ser agradável, e eu retribui na mesma tentativa, peguei a papelada que ela me oferecia e voltei para o carro. Passei a olhar e memorizar com cuidado os horários e o resto dos papeis... Nunca foi difícil para mim, memorizar as coisas e isso era um mistério já que acontecia de modo tão incrível que nem eu sabia como.Me lembro bem de uma vez, em que estava no supermercado com minha mãe, eu segurava a lista de compras memorizando algumas coisas até topar em meus próprios pés (coisa que acontecia constantemente quando eu estava "desligada") e fazer a tal lista voar para longe e rumar para o vento. Fiquei meio envergonhada, pois não gostava de me sentir culpada - e quem gosta? - e falei que conseguiria fazer as compras mesmo sem a lista. Claro que minha mãe ficou meio em dúvida, mas com uma confiança sempre forte em mim deixou que eu indicasse o que faltava, e continuamos com as compras. O que depois de um tempo percebi que era bem estranho, era que eu via a lista com perfeição em minha mente e isso deixou minha mãe boquiaberta, pois conseguimos fazer as compras de modo tão rápido que ainda trouxemos coisas que não estavam na lista. Esse foi só o primeiro caso, a partir daí eu pude ver que isso era bom e ruim ao mesmo tempo, por que havia alguns momentos que eu queria definitivamente deletar da memória.Voltando de meus devaneios, pude ver que já haviam chegado vários alunos e que estava bem perto da primeira aula. Olhei para o estacionamento e com alivio pude perceber que todos os carros eram menos humilhantes do que em minha antiga escola e o carro mais interessante era um Porsche amarelo e uma Ferrari vermelha. Bom, era mesmo beeem interessante, mas ao menos eu não me sentiria tão mal com meu Astra de segunda mão. Guardei meu material e os papeis, pois afinal nada mais ridículo do que andar por ai com um mapa na mão ainda que você seja a novata da escola. Olhei no relógio; só faltavam cinco minutos, então era melhor me apressar e seguir para sala dois – aula de literatura. Sai do carro tentando ser o mais invisível possível. E segui para a sala, havia decorado tudo – ou quase - do mapa só naquele meio tempo e assim não seria nada difícil. Respirei fundo e entrei na escola seguindo as placas e chegando a sala de aula, por infeliz coincidência eu não cheguei só, pois o professor estava bem atrás de mim com sua pasta e bugigangas. Era um pouco idoso, careca e carregava peso demais para uma pessoa dessa idade. Ao vê-lo sentar-se em sua mesa cheguei perto e me apresentei. Ele deu um sorriso de boas-vindas e me mostrou um lugar para sentar; a última mesa do lado direito onde já havia uma garota ali. Assinou minha ficha e voltou a corrigir provas. Pelo visto esse seria o professor mais legal dessa escola. Me virei para a classe e pude ver quase todos os presentes alunos da classe me analisando. Corei e desviei o olhar para a ficha. Nunca gostei de ser o centro das atenções, e se eu pudesse fazer uma formula química de grande potência seria para ganhar invisibilidade. Segui para a minha carteira ciente de todos aqueles pares de olhos, mas ainda encarando a ficha em minhas mãos. Encaixei meus pertences onde devia e me sentei dando um bom dia a minha colega de sala, que sussurrou um bom dia bem tímido.Começou então a aula e eu dei uma olhada nos livros anotando o que podia – era tudo bem fácil, nada que eu com toda a minha curiosidade não tivesse dado uma olhada antes – depois da explicação o professor Lois (como havia escrito na ficha) passou uma atividade em que nós teríamos de trabalhar em dupla. Tínhamos exatamente trinta minutos e isso ia me deixar com tempo de folga para me entrosar com a garota ao meu lado. - Entendeu mais ou menos o que o professor disse? – perguntou ela com uma voz musical gentilmente para mim.Ela tinha o cabelo por coincidência no mesmo tom de bronze que o meu - o que era definitivamente estranho já que essa realmente não era uma cor muito comum – que ia até a cintura em ondas, sua pele era bem pálida e abaixo de seus olhos haviam olheiras um pouco fundas. Sorria para mim mostrando dentes brancos e bem pontiagudos e seus olhos eram de um castanho médio.Eu sorri timidamente e assenti com a cabeça.- Hmm... que bom... Meu nome é Reneésme, Reneésme Cullen.- O meu é Ellie Phillis... Elizabeth na verdade, mas só quem me chama assim são meus pais. - Hmm... entendo... então me chama de Nessie por que é assim que meu amigo me chama. Ou ao menos chamava.E foi nesse clima que passamos a conversar. Com minha memória unida à inteligência de Reneésme fomos as primeiras a terminar o trabalho e voltamos a nos conhecer; Ela tinha a mesma idade que eu, morava aqui na cidade há algum tempo, e com a família, nada de muito original. Mas algo que percebi, foi que ela até antes de eu chegar não era de falar muito com os outros. Me perguntei o porquê, mas não abri a boca com medo de tocar em um assunto proibido. Quando a aula terminou já tínhamos trocado até o número de contato e descoberto em comum mais algumas aulas e outras coisas pessoais; como ter medo de falar em público, gostar de algumas séries da tevê e etc. E continuei sentindo os olhares curiosos de todos atrás de nós.- É a novidade por aqui sabia? – disse-me ela enquanto andávamos para aula seguinte.- Hmmm... espero que a curiosidade passe logo – não tinha certeza se queria todos me olhando.Segui para as aulas seguintes mostrando a mesma lista e me sentando com pessoas mais falantes, como Lílian (de álgebra) e Matt (de geografia) – outros colegas de sala que dividiram a carteira comigo. Acho que estava bem melhor com Nessie – agora eu tinha intimidade para chamá-la assim – do que com todos tentando saber tudo sobre mim. Aliás, aquela menina tinha um jeito bem cativante para ser a excluída da classe, como aparentava e acho que se esse fosse o motivo de sua exclusão eu seria a próxima.Na hora do almoço fui até o refeitório somente para pegar a comida já que não queria exatamente a companhia de mais ninguém tão falante assim. Me encaixei na fila e peguei só o necessário, dei meia volta e quase tive uma sincope! Quando me virei, não percebi o tamanho do homem que estava atrás de mim e acabei esbarrando nele com tudo, mas o mais estranho foi que eu tinha visto pela visão periférica que todo o meu lanche tinha ido ao chão, mas quando pude me recuperar do baque estava tudo do mesmo jeito, ou quase do mesmo jeito – por que uma das manias que tenho é verificar o lugar de tudo e me lembro perfeitamente de meu suco não estar ali... - mas o que me prendeu mesmo foi o tamanho daquele homem em que eu tinha esbarrado. Acho que era professor de Educação Física ou algo assim, pois era imenso tanto em largura como em tamanho, fiquei boquiaberta por um tempo, mas depois percebi que ele reprimia um riso e então voltei a mim mesma.- Eh... Descul...pe... Desculpe.- Está... tudo bem com você? – falou ele dando um sorriso, de dentes tão brancos e pontiagudos como os de Nessie, e meio preocupado. Acho que estava se perguntando se não havia machucado uma doente mental.- Ah... está sim, acho que sim. Obrigada. Desculpe mais uma vez. – eu disse meio envergonhada e saindo da vista de todos.Dei um sorriso meio amarelo e continuei saindo. Mas alguém, cujo até agora eu não tinha percebido – acho que devido estar atrás daquele homem enorme – falou comigo e tirou toda a surpresa e arrependimento em que eu estava.- Olha para onde anda na próxima.Olhei para ela e fiquei perdida por alguns segundos. Era loura, esbelta, maior do que eu e linda. Muito linda. Mas como às vezes eu tinha sérios atos reflexos de rebeldia, perdi a compostura e falei entre os dentes.- Eu já pedi desculpas a ele. Mas não vejo o porquê de seu incômodo. E saí com o queixo mais empinado do que deveria para a porta do refeitório. Já estava meio zangada e ao mesmo tempo me sentia um lixo por ser tão desligada e impulsiva. Até que vi alguém se aproximando de mim e me virei.- Oi, Ellie - falava ela com um sorriso curto no rosto.- Nessie – falei ainda controlando minha raiva com os olhos fechados e os punhos cerrados embaixo da bandeja, mas voltando ao normal.- Vi o que aconteceu ali na fila, posso falar com você? – disse ela me indicando uma mesa e sentando comigo, mal pude perceber que também carregava uma bandeja e que havia pouquíssimos alimentos na mesma.Me sentei e tratei de abrir meu refrigerante, dei um gole sobre a supervisão da mesma, mas nem entendi, nem perguntei o porquê.- E ai? O que quer falar sobre isso? Acho que não foi um bom início de conversa com aquela loura.- É sobre isso que eu queria falar. – disse. Mas como ela tinha visto o que tinha ocorrido? Estaria ela por perto e eu que não tinha visto? Evitei perguntas para saber onde daria o final dessa conversa.- Bom, eu vi que você meio que ficou com raiva da Rosalie. Mas entenda, ela não é muito... aberta a novas pessoas, se pode se dizer assim. Então não foi uma boa... coisa você ter falado daquele jeito com ela. – vi que ela tentava de todos os modos e lutando com as palavras defender sua amiga e que Nessie era até bem parecida com a tal Rosalie, que era bem parecida com o grandalhão também... - Aquela cena toda não passou de um ciúme incontrolável e impulsivo, mas ela não é sempre assim, e se ela deixar que você se aproxime poderá ver que ela é uma ótima pessoa.Na frente de tudo aquilo eu vi um certo absurdo.- Ela sentiu ciúme de mim? – naquele momento lembrei de seu rosto e sinceramente não havia uma remota possibilidade de eu conseguir fazer ciúme nela, nem que ela fosse completamente louca e possessiva!- Sim. Ah, mas entenda, ela não gosta muito de mudanças, por isso, sempre vê problemas em pessoas novas.- Ela é... louca? Nossa, você viu o tamanho dele para o meu? Você viu a beleza dela para minha? – eu tentava compreender o porquê desse ciúme, mas não havia outra possibilidade. Ela era mesmo uma louca possessiva!- É eu sei, mas entenda, ela é meio insegura, você tem que recuperar sua confiança para que ela possa ser legal com você. – eu ainda a via tentando defende-la.- Bom, depois dessa eu duvido muito que eu consiga que ela seja legal comigo.- É, isso é verdade..., mas não custa nada tentar, não é?- É, ao menos ela não solta fogo pelos olhos... – tentei por alguma distração na conversa para que ela não ficasse tão constrangida.- Com certeza, ou você já estaria muito bem passada. Nós duas rimos e depois voltamos a falar de coisas banais. Depois de algum tempo, pude ver que não se tratava de amizade. Ela, Rosalie e Emmett – o grandalhão – eram seus irmãos, sua família que – depois eu estranhei um pouco - era bem grande. Também me indicou pelo refeitório quem eram os outros que estavam sentados em uma mesa do outro lado do nosso. Haviam três homens e três mulheres, o grandalhão Emmett estava ao lado de Rosalie, seguido por um casal típico adolescente que seria bem comum em minha antiga escola, mas os dois eram tão lindos que acho que não daria para serem tão comuns assim. Ele - parecia com alguém que no momento eu não lembrava quem era, mas sabia que já o tinha visto em algum lugar – seus cabelos eram iguais aos de Nessie que eram quase iguais aos meus (me perguntei se essa cor estava na moda por aqui.), e parecia atento a algo que não estava ali, meio sério... e falava baixo com a garota ao seu lado. Ela tinha o cabelo castanho e ondulado, e suspirava como se estivesse tentando acalmá-lo sobre alguma coisa que, claro, eu não podia ouvir. Os nomes eram Edward e Bella e percebi que Nessie falou deles com certa admiração. O último casal da ponta era os mais diferentes e foram a mim apresentados como seus primos – de famílias separadas obviamente - Jasper e Alice, segundo ela tinha falado. Ele era sério, de aparência forte. Com os cabelos dourados e de braços cruzados parecia quase com raiva, mas seu rosto não combinava com aquela expressão. E a menina ao lado dele – bom, o termo menina era dado devido a ela realmente parecer só uma menina. – era totalmente ao contrário. Tinha o cabelo desfiado e preto, o nariz bem fino e se houvesse alguma criança por ali poderia confundi-la com uma fada. E sorria, era a única que sorria e parecia que a única que tinha motivos para isso. Conversava com todos tentando pacientemente convencê-los a algo, pelo que eu vi. Mas fui tirada de meus devaneios por Nessie que bateu a sua latinha de refrigerante – não percebi se propositalmente – com barulho na mesa. Ao olhar para ela novamente pude ver que ela estava com uma espécie de raiva e tristeza, mas quando olhou para mim tratou de disfarçá-lo com um sorriso fraco que eu também retribuí. E então ouvi o toque da quarta aula e me levantei, percebi que ainda estava com fome, mas não tinha mais como comer. Suspirei e me levantei com ela ainda meio distante, mas disfarçando com certos sorrisos.- Olha, me desculpa, mas não estou me sentindo muito bem... acho que não vou assistir às próximas aulas. Tenho que ir para casa. Eu... te ligo depois. Tchau. Fiquei paralisada, ela estava tão bem para de repente sair desse jeito. Mas dei um sorriso e acenei com a mão já que ela já seguia para a secretaria a passos largos. Parada no meio do corredor, pude perceber o que estava acontecendo. Era tudo culpa minha. Todos estavam com raiva de mim. A partir do momento em que esbarrei em Emmett iniciei uma guerra! Rosalie, provavelmente havia contado a Edward que contou a Jasper e assim todos acabaram achando que eu queria algo a mais com Emmett! E isso acabaria sobrando para Nessie também. Como pude não perceber isso logo? Segui para a aula de biologia, mesmo sabendo que não teria cabeça para pensar em nada. Bati na porta e vi que a aula já tinha começado e isso tornou tudo bem pior já que tive que me apresentar ao professor e tive que suportar os olhares sempre em mim. Mas mesmo assim procurei um lugar vazio, e sim, esse lugar existia, mas estava logo atrás de Edward e Bella o que me deu um certo frio na espinha, mas tentando não aparentar isso segui para a cadeira que tinha escolhido. Me sentei e passei a prestar atenção na aula – ou ao menos tentar fazer isso – mas minha mente estava bem longe, estava ainda naquele esbarrão que faria minha nova amiga levar uma grande bronca. Já estava tão distraída que parei para brincar com a caneta batendo repetidamente na mesa e fazendo um barulho que para os outros poderia ser meio irritante. Depois de alguns minutos desse jeito, tive que prestar um pouco de atenção no casal a minha frente e percebi que eles estavam conversando rápido demais para que eu percebesse sobre o quê. As frases que eu ouvia eram "Fala você, ela não morde e não vejo o porquê de tanta preocupação, é só uma nova amiga" e "Ela é muito nova, pode não aguentar, isso provavelmente não dará certo". Até que ouvi a garota meio que suspirar e repentinamente ela virou-se para mim e falou:- Eh... sabe me dizer para onde Reneésme foi? Claro que depois do choque de ver aquela garota falando comigo eu recuperei o fôlego e pude responder.- Ela... me falou que iria para casa.Juntei coragem para acrescentar as próximas palavras.- Olha, pode me fazer um favor? Bom, pode falar para Rosalie que eu peço desculpas sinceras pelo que eu falei e que ela não precisa sentir ciúmes em nada de mim e que... se necessário for eu nem cruzo mais o caminho de vocês? – falei parecendo estar narrando uma partida de futebol.Depois dessa Edward também me olhou e o vi unir as sobrancelhas e ficar uma aparência um pouco confusa, mas logo virou o rosto e passou a encarar livro em sua frente. Bella por outro lado reprimiu um sorriso e mordeu o lábio.- Nossa... olha... acho que você não precisa se afastar desse jeito de todos nós, pois percebi que Reneésme gostou muito de você, - vi Edward fazer uma leve careta diante disso - mas veja bem, acho que já deve ter percebido que ela não tem tanto amigos assim e peço para que se não pretende levar essa amizade a diante corte laços de imediato com... ela.Continuei olhando surpresa e meio chocada com o que ela me dizia. Era uma intimação, uma ameaça ou ela só tentava proteger a irmã?- Ah... tudo bem. Eu gostei muito dela. Não precisa se preocupar, não pretendo magoá-la. E... entendo sua preocupação.- Obrigada.Ela se virou novamente e a vi cutucar com o cotovelo o braço de Edward com uma expressão de "Viu, eu tinha razão". Ao perceber isso balancei a cabeça e dei um sorriso desviando o olhar para a janela.Pelo que eu sentia, não ia morrer de tédio nessa cidadezinha.Minha próxima aula era de espanhol e me senti meio triste indo sozinha e sentindo os olhares de maioria dos alunos em mim. Cheguei à sala fazendo o mesmo ritual das aulas anteriores e me sentei olhando para as mãos.- Reneésme te deixou só? – perguntou uma voz de sinos um pouco aguda.Só então percebi que Alice estava na carteira ao meu lado esquerdo e sorria para mim do mesmo modo simpático de Nessie.- É. Resolveu sair mais cedo – confirmei timidamente.- Hmmm, posso te fazer uma pergunta? – Tá, o que uma pessoa como ela poderia se interessar em perguntar para mim?- Claro.- Você tem dois sobrenomes? – Será que ela pediria meus documentos também? E daria tudo para Rosalie? Nossa, um pouco de pressão e eu já me encontro nesse estado.- Sim, Phillis Masen – respondi ainda de modo tímido.- Hmmm...E nesse momento a professora Mendez – uma mulher corpulenta e baixinha de pele morena clara – começou a aula, ela primeiro pediu a atividade da aula passada e depois separou a sala em duplas me deixando com a garota da frente – uma menina de cabelo castanho bem claro e cacheado que não parava de falar com sua amiga ao lado e lançava olhares especulativos sobre mim. Eu dei um sorriso meio amarelo enquanto ela virava sua cadeira fazendo com que ficasse de frente para mim e assim que se arrumou nessa posição voltou a trocar papeizinhos com sua amiga dessa vez me analisando de cima a baixo. Eu queria rir, pois me senti como se estivesse consultando uma psicóloga, mas apenas comecei a atividade sem me importar muito com a falta de interesse da minha parceira de espanhol. Em pouco tempo já havia terminado e arrancando olhares surpresos de maioria que ainda debatia sobre o texto de atividade, eles mal sabiam que graças aos ataques de loucura entre minha mãe e eu, fiz três anos de curso intensivo e esse trabalho não era nada difícil para mim. Cheguei até a mesa da professora na mesma hora em que Jasper – o irmão menos falante dos Cullen – estava saindo e ele apenas me olhou rapidamente.- Sra. Mendez.Fiquei esperando que ela analisasse meu trabalho para obter a resposta óbvia.- Onde está sua parceira Srta. Phillis?- Está... ocupada com outras coisas.- Ah, então vejo que vou ter que mudá-la de dupla... – ela passou a analisar a sala como se buscasse algum aluno que estivesse disponível – Hmmm, você se sentiria incomodada se tivesse que entrar em uma dupla já formada?Rezei para que eu estivesse enganada no que estava pensando que ela diria, mas...- Alice? Jasper? Vocês poderiam fazer um trio? Só por hoje, é que como não estou vendo a outra menina Cullen... Reneésme, e essa garota precisa de uma parceira mais avançada no curso – eu realmente queria matá-la por me expor a tanto, agora toda a classe saberia que além de estranha eu era uma nerd irrecuperável e ainda sentava com os mais reclusos do colégio, não que isso me importasse, mas era bem notável que eles não eram tão aceitos pela turma assim...Alice acenou com a cabeça com seu sorriso de sempre e Jasper estava com o rosto bem estranho, como se estivesse curioso. Eu voltei a olhar para a senhora Mendez e ela me entregou outro trabalho, então voltei para o meu lugar pouco me importando que minha antiga parceira estava bem ressentida com o que eu havia dito. Não precisei fazer muito, apenas arrastei um pouco minha cadeira para o lado dos Cullen.- É boa em espanhol? – perguntou Alice quando me sentei e passei a começar o segundo trabalho.- Curso intensivo – disse tentando não ser presunçosa.Mesmo sendo um trabalho num nível mais avançado para mim não fazia muito efeito e eu terminei com certa rapidez e ao levantar o rosto foi que percebi que os dois me analisavam também, exatamente do mesmo jeito que minha ex-parceira, os dois com rostos curiosos e analisando cada movimento meu. Levantei uma sobrancelha e suspirei.- Vocês já terminaram? – estava tentando ser amável.- Sim, e você?- Acabei agora, podemos trocar e analisar? – bom, afinal era isso que eu devia ter feito se minha colega de trabalho não estivesse ocupada demais trocando comentários sobre mim. Peguei o trabalho de Jasper passando o meu para Alice, sua letra era como ver um pergaminho antigo, era bonita e rápida inclinando para a esquerda, sinal de que ele costumava lembrar muito do passado, minha avó uma vez me ensinou sobre isso. Claro, estava tudo certo e coincidentemente trocamos de papel na mesma hora, como se já estivéssemos entediados desse trabalho – bom, eu estava. A caligrafia de Alice já era bem mais arredondada, mas também era perfeita e sem erros de ortografia, inclinando-se para a direita, sinal de que ela estava sempre preocupada com o futuro. E assim nós terminamos essa aula, claro que eu não esperava que dali saísse mais alguma coisa além de algumas perguntas curiosas e respostas curtas, assim que o sinal tocou os dois se levantaram e eu recebi uma despedida formal de Alice e um tchau quase mudo de Jasper.Quando tocou para a saída, logo depois da última aula, me levantei e segui para o estacionamento, me senti extremamente cansada e arrependida, pois tinha colocado o carro no último lugar do estacionamento. Mas mesmo assim segui para lá, e ao passar e admirar novamente aquele lindo Porsche, percebi quem era seu dono, pois Nessie estava ao volante escutando música e de olhos fechados, com a cabeça encostada no banco. Ri um pouco de sua expressão de anjinho e bati no capô. Quase de imediato ela abriu os olhos e me viu, deu um meio sorriso e mexeu no som do carro, baixando o volume ao que eu percebi, e abriu a porta para sair.- Não falou que ia para casa? Ou foi só para me evitar? – eu disse sabendo a verdade por trás daquela fuga.- É, eu até iria se tivesse um carro só meu que pudesse andar com ele normalmente.- Ah, sim. – não consegui pensar em uma resposta melhor.- Mas e ai? Aquele Astra branco é seu? – perguntou ela vendo meu constrangimento.- É, sim. Faço o que posso para economizar, é de segunda mão, mas funciona bem. – dei um sorriso amarelo, na frente daquele Porsche reluzente, meu Astra era apenas um carrinho qualquer.E então vi sua família se aproximando, percebi que eles não andavam, e sim se moviam praticamente em sincronia uns com os outros, e depois de deixar meu queixo cair um pouco me toquei da situação e falei;- Bom, acho melhor ir andando. Nos vemos amanhã? - Não precisa ir se não quiser... e, eu não falei que ligaria? - Ah, é. – havia me esquecido disso, dei um sorriso e completei – É melhor eu ir mesmo. Foi bom te conhecer.Dei um sorriso e virei às costas antes que pudesse ser apanhada por aquela família. Cheguei ao meu carro e dei uma última olhada, Nessie havia ido parar na Ferrari e quem dirigia era Edward com Bella no banco do carona. Já no Porsche estavam Alice e os outros. Passaram por mim e vi alguém acenar distante, provavelmente Nessie. Entrei e passei a pegar o caminho de volta.Ao chegar perto da entrada passei um tempo mirando a casa. Minha nova casa. Era tão singela, amarela com portas de madeira clara e ao mesmo tempo tão... rústica. Suspirei. Este tem sido o lar dos meus avós a cerca de quarenta anos. Não sei como, mas era para mim incrível que um ser humano passasse mais de vinte anos em uma casa, mas eles conseguiram passar até quarenta! E o mais incrível... juntos! Para mim o único sentimento que eu não conseguira até agora entender era bem presente naquela casa. O amor. É bem diferente ler e ouvir falar sobre ele a entender o porquê ou como acontece. Sacudi a cabeça me livrando desses pensamentos sentimentais demais e coloquei o carro na garagem que estava livre – sinal que meu avô estava circulando pela cidade -, sai do carro pegando minhas coisas e usando os pés para fechar a porta. Ao chegar na porta de casa consegui em fim usar as mãos e girar a maçaneta entrando em casa. Pelo cheiro à senhora Klein fazia chá de hortelã, pois adorava tomá-lo pela tarde. Senti um costume começando a aflorar, tirei o casaco e o prendi no cabide. Ao chegar à cozinha vi minha avó tentando pegar no armário uma caixa de biscoitos, mas devido a sua altura – e isso afinal era um mal de família – não havia conseguido ainda. Cheguei perto, pedi licença e tirei para ela, pois afinal era um pouco mais alta.- Já chegou meu anjinho? Esperava por você para que me acompanhasse no chá. Como foi seu dia Lizzie? – disse ela com um sorriso enrugado no rosto.Suspirei, esqueci da mania que meus avôs tinham de me chamar pelo apelido que eu mais odiava. Lizzie. Desde bebê fui chamada assim e a partir dos oito anos passei a ter aversão por esse fofo apelido. Claro que como era minha avó que estava me chamando assim deixei passar.- Ótimo, vovó. Nada de muito original e já fiz alguns amigos – e também alguns inimigos.- Hmmm, que bom. – disse enquanto colocava numa pequena tigela com biscoitos na mesa e distribuía o chá nas xícaras. Me sentei e passei conversar com ela sobre as atualidades da família. Nada tão novo se passava, mas para agradá-la fiz cara de surpresa para meu primo de segundo grau que com menos de dois anos já era esperto o suficiente para saber sair da casa e ir até a piscina do quintal e o plano de reforma em meu quarto que meu avô planejava fazer já que agora eu havia crescido – não sei como eles perceberam isso – e precisava de mais espaço.- Obrigada vó, mas sabe que se isso custar muito eu prefiro deixar como está não sabe?- Ah, querida. Sabe que seu avô adoraria que fosse o mais feliz possível em sua estadia aqui em casa. Deixe que ele se divirta construindo e reformando, sim.- Tudo bem, mas não quero que ele se esforce muito nem que gaste muito, e a regra é: nada rosa demais ok? - Sim, tudo bem meu anjo... Mas o que tem contra rosa? Me lembro que construí quase todo o seu enxoval e ele era rosa com branco. – nessa hora deu uma imensa vontade de fazer uma careta para que ela percebesse que esse era o motivo, mas me contive.- É vó, mas para mim não é a melhor cor do mundo está bem? Mas nada demais... O chá está muito bom, hortelã, não é? – mudei de assunto bruscamente, mas sabia que ela não perceberia devido ao elogio.- É, me lembro de ser seu preferido.
Sorri e a vi retribuindo. Era ainda a perfeita dama inglesa. Afinal essa era sua origem. Me lembro que quando pequena ela me contava várias histórias de sua vida na Inglaterra, e eu era também uma ótima ouvinte. Ela havia morado até os vinte e cinco anos lá e só encontrou meu avô por que havia ido a uma viagem para Chicago, moradia de meu avô Joe Klein até seus trinta e cinco anos. Ali eles se conheceram. Minha avó uma dama da alta sociedade e meu avô um capitão da Marinha, viveram esse amor a primeira vista e assim os anos se passaram, para falar a verdade foram só alguns meses, até eles se mudarem para cá no Canadá. E até agora acho que foi o clima que os deixou felizes morando aqui, pois os dois adoravam a chuva e a neve que aqui tinha. Terminei o chá e os biscoitinhos e esperei que meu avô chegasse, detestava a possibilidade de minha avó passar o dia sozinha em casa, embora soubesse que isso já havia acontecido algumas vezes não conseguia saber como deixar uma senhora indefesa e tão doce dentro de casa. Quando ele chegou, me deu um abraço e quando senti um forte cheiro de cimento em sua roupa, ele me falou que estava ajudando seu amigo na construção da casa da filha dele. Bem típico de cidade pequena. Pensei comigo mesma. Me perguntou como foi o meu dia e eu respondi igualmente ao que havia dito a minha avó. 

A SAGA CREPÚSCULO: Winter DuskKde žijí příběhy. Začni objevovat