Ufania Breve

479 68 136
                                    

Perfídia — Capítulo 04

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Perfídia — Capítulo 04.

"Um anjo com a arma na mão, apontando em minha direção, me dando carinho. O amor é fatal, você não vai dar uma chance a ele?." — No Shame, 5 Seconds Of Summer.

[Alguns dias depois.]

Tudo estava tão calmo nos últimos dias, que me fazia questionar o que estava por vir; não, eu não era anunciadora de maus presságios. Mas, eu sabia que trazer o Jungkook iria causar retaliações. Eu estava preparada para o que estivesse para vir — pelo menos, eu tentava acreditar nisso — eu esperava que Hoseok me ligasse, furioso por não demorar para deduzir que se Jungkook havia sumido, quem estava por trás do seu sumiço, seria eu. Mas, aquilo não aconteceu, e a calma se tornou pior do que qualquer ameaça.

No entanto, resolvi tirar aquilo tudo da minha cabeça e focar no Jeon; no objetivo que havia feito eu trazer o mesmo para a minha casa. O processo de recuperação do Jeon, não iria ser rápido — isso era mais do que óbvio, ninguém cura uma doença psicológica do dia para a noite — contudo, não estava sendo um processo tão tedioso e desgastante. Pelo contrário, estava sendo vantajoso para ambos os lados; conversar com ele por um certo tempo durante o dia, era o ponto alto do mesmo para mim. Ele estava mais aberto e a conversa simplesmente fluía. Ele me contava um pouco de como a sua vida era ou de como ele gostaria que ela tivesse sido e de repente, eu nos pegava em uma utopia alternativa. Na qual, a relação de médico para com o seu paciente, não existia; éramos apenas duas pessoas, com interesses e afazeres em comum. E o fato daquela realidade me parecer — um tanto — convidativa, fazia eu rapidamente me perder nos meus próprios pensamentos. Eu não sabia como alguém apenas ao sorrir, ao gesticular, até mesmo ao respirar; poderia fazer outra pessoa sentir sensações tão intensas quanto confusas, em resposta. Até, Jungkook provocá-las em mim.

Algo em mim, pulava euforicamente à cada palavra ou toque acidental que acontecia entre nós. Nos falávamos constantemente tanto quanto passávamos tempo juntos, visto que, ele não podia sair e eu me negava a fazer o mesmo, para justamente não o deixar sozinho.

Isso me intrigava de uma maneira da qual eu não estava sabendo lidar, como tudo normalmente ligado à ele. À cada observação por mais mínima que eu fizesse sobre ele, eu ficava com uma leve vontade de suspirar em completo fascínio. Eu não sabia dizer o que era ou o que significava aquilo que eu estava sentindo, mas eu tinha certeza de que eu não deveria sentir. Eu sabia que estava começando a ser bem mais do que só uma doutora ajudando o próprio paciente e eu não sabia o que mais me assustava: o fato de sentimentos estarem nascendo ali ou a sensação de que eles sempre estiveram presentes, mas eu sempre me neguei a ver ou aceitar.

Doutora? Ainda está me ouvindo? — Aquela voz baixa e de tom brando, me atraiu a atenção para o homem da qual ela pertencia, Jeon Jungkook.

— Desculpe, do que estávamos falando? — Falei, um pouco alheia às coisas ao meu redor.

— Minha troca de personalidades. — Disse, em um tom baixo e cauteloso.

Perfídia (Jeon Jungkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora