desculpas

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OLIVER


Dois meses se passaram desde que Blake resolveu aparecer, e diferente do que eu pensava, nada desmoronou. Eu sabia que tinha algo errado na hora que olhei para ele, e assim que Zoe saiu do escritório a sua mãe garantiu que eu soubesse o que tinha acontecido.

Zoe ficou abalada durante uma semana, se recusando a sair para trabalhar enquanto eu e Noire fazíamos o possível para que as crianças achassem que ela só estava doente. Foi como se ela se tornasse a Zoe que eu me casei durante um tempo. Sem sorrisos. Só existia medo. E era compreensível ela estar morrendo de medo de perder o pai, mesmo que fosse um imbecil que nem Blake. E então, depois de sete dias ela desceu do quarto como um furacão, exatamente como tinha saído daquele hospital. Cheia de esperança.


Era horrível, o pai dela estava morrendo e ela nunca teve oportunidade de ter uma boa relação com ele. E por mais que eu dissesse que entendia, eu não conseguia compreender. Scott sempre errava, mas ele sempre quis que eu e ele tivéssemos uma boa relação apesar de tudo. Sempre tentava me ligar e me forçar a aceitar Maddie para enfim, formamos alguma coisa parecida como família.

Zoe era diferente. Sua mãe nunca a quis de verdade. Seu pai só queria ela se a mãe estivesse junto. Seu noivo a tinha traído com a melhor amiga. E sua melhor amiga era alguém que não se podia confiar. Ela sobreviveu a não só um, como a dois incêndios e um traumatismo craniano. Era a pessoa mais forte que eu conhecia, sem dúvida nenhuma, a pessoa mais importante da minha vida. E que se dane se isso é tóxico ou não, ela era a porra da minha vida inteira. Sem Zoe toda a ideia de ser feliz desapareceria, essa casa, a piscina aquecida e as crianças não teriam sentido se não fosse ela.

- Ollie, seu pai está lá embaixo. - Ela falou as pressas, enquanto pulava para entrar na calça social. - Eu realmente preciso comprar um número maior.

Seu cabelo estava completamente cacheado, e ela usava um par de argolas que se eu me lembro bem, Louis tinha lhe dado antes de virmos para cá. Ela estava irresistível, como quase todas as vezes que eu olhava para ela.

- Claro que não precisa. - Eu falei, aproveitando o momento para dar uma tapa em sua bunda vendo seu rosto fechar na mesma hora. - Gosto de ver sua bunda nessa calça.



- Você gosta de ver minha bunda de qualquer jeito. - Ela revira os olhos terminando de abotoar.


- Sabe o quanto era difícil para mim dormir na mesma cama que você e não olhar? - Arqueei a sobrancelha, irritando ela de propósito. - E você parecia saber disso, usava aquelas calcinhas minúsculas junto com aquelas camisolas coladinhas e encostava em mim sorrindo, me desejando o boa noite mais falso do mundo.



- Não era falso seu babaca. Não acredito que você ficava reparando o tamanho das minhas calcinhas. - Sua boca abriu em choque antes dela dar um tapa no meu braço. - Estou me arrependendo amargamente de ter dormido tantas vezes agarrada com você.



- Se arrepende nada, amor. Você adorou cada segundo. - Sorri cínico puxando a minha garota pela cintura enquanto ela revirava os olhos de novo.






Beijei seus lábios antes que ela retrucasse. Diferente de Zoe, eu não iria trabalhar tão cedo e então, estava perfeitamente desarrumado. Subi uma mão para sua nuca, cuidando para que não desmanchar nenhum cacho enquanto a beijava. Eu poderia fazer isso para sempre. Beijar Zoe, falar com Zoe, dormir com Zoe, rir com Zoe. Uma das poucas coisas que não exigia esforço nenhum era isso, nós dois simplesmente existiamos. Ela suspirou contra a minha boca, passando suas unhas pintadas de rosa no meu abdômen, conseguindo me arrepiar automaticamente.

Contrato EscarlateWhere stories live. Discover now