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"A pessoa certa é aquela que está ao seu lado nos momentos incertos."
— Pablo Neruda.

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STILES STILINSKI

Um coisa era certa, meu corpo ardia de dor em cada músculo que eu não pensei que isso fosse possível de um dia acontecer, nem mesmo quando o treinador me fazia correr junto com o time de Lacrosse me fazia sentir tudo isso e olha que ele não me forçava a fazer flexões. Mas agora meu corpo lateja de dor, e cada movimento me fazia ver estrelas brilhantes, que as vezes acreditava realmente que iria desmaiar, só que nunca aconteceu.

Pego a bolsa de treino que Jocelyn me entregou depois que chegamos do café da manhã após a visita ao santuário dos Irmãos do Silêncio, a qual continha tudo que vou usar nos próximos meses, como uma garrafa térmica, mudas de roupas para os treinos, livros didáticos em línguas que nunca imaginei e outros muitos comuns, além de um kit reserva do que o que deixaram no apartamento de Luke.
E se eu achava que ao menos iriam me dar um dia de folga para algum preparo mental depois da Runa de Clarividência, estava enganado, já que eles me fizeram começar ainda no mesmo dia.

Passo em frente a mesa de trabalho onde o livro ainda está aberto, e o marco antes de fechar, respirando fundo e filtrando a dor pelo corpo o máximo que posso antes de deixar fluir devagar. Abro a porta para sair do quarto, as roupas de ginástica são leves no corpo, e assim que a porta está aberta vejo Arthit encostada no umbral da porta da frente, onde seu quarto está localizado.
Seu olhar me examina rapidamente, a sobrancelha arqueada um pouco e a testa franzida.

— Acho que pegaram pesado com você. - Comenta, deixando seu lugar e fechando a porta.

— Sim. - Consigo murmura, fazendo o mesmo com a porta e passando a mão no pescoço dolorido. — Tudo está doendo...

Arthit sorri, compreensivo com a situação, me deixando ir na frente no corredor e vindo atrás de mim, sinto o puxão em meus ombros para que arrume a postura e me faz parar de imediato com a dor. Um grunhido me escapa dos lábios.

— Desculpe. - Diz, massageando o local com força que chega a aliviar um pouco do peso. — Você precisa manter a sua postura ereta ou vai ser mais difícil para você nos próximos dias.

— Já está difícil agora. - Falo.

— Eu sei. - Diz Arthit, soltando meus ombros e passando a andar ao meu lado. — Amanhã piora.

— Uau... - Resmungo, mas o cansaço é visível em minha voz. — Que tipo de amigo é você ?

— O que vai te aconselhar e apoiar nas dores ? - Devolve Arthit.

Bufo, respirando fundo e sentindo as dores pelo corpo dolorido e cansado, minhas costelas reclamam, não que elas tenham sido fraturadas no outro dia, mas elas ainda doem ao respirar.

— Foda-se, te odeio. - Exclamo. — Não, isso é muito injusto. Eu odeio todo mundo, principalmente o Alexander.

Arthit ri, um riso alto que atravessa as paredes e o vazio dos cômodos do instituto, paro de andar e olho para ele.

— O que é engraçado ?

Ele me olha por um segundo, o seu sorriso caindo um pouco, mas não o bastante para não parecer amigável.

— Está falando sério ?

— É claro que estou. - Digo o mais sério que consigo. — Eu odeio ele, o idiota não me deixava falar e só me jogava no chão.

— Quantas vezes ? - Arthit arqueia a sua sobrancelha.

— Quinze. - Indago com um pouco de raiva ao lembrar. — Acho que até fiz amizade com o chão.

STALEC × WHAT IF ?Where stories live. Discover now