CAPÍTULO TREZE

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A área da imprensa transparece o caos e a ansiedade de todos os jornalistas e amantes da Fórmula 1. Anya e Luca guardaram um lugar para mim, porém eles se questionaram o motivo do meu atraso. Com palavras simples, eu expliquei que fui informada do horário erroneamente e precisei esperar até Carpentier estar pronto. Deixei as informações sobre os irmãos dele e o acontecimento no corredor para outro momento.

Por ora, eu preciso focar na corrida.

Luca entrega um notebook para Anya e eu tiro a proteção da minha lente favorita. O burburinho ao redor é enjoativo porque todos acham que Carpentier manterá sua posição ou superará os adversários.

– Ei, Perrie, eu acabei de ver o que você produziu lá no box da Ferrari. Que material de primeira! – Anya tenta me animar. Desde que eu os encontrei, ela sentiu que eu estou um pouco perdida.

– Obrigada. Aprendi com você.

Anya fica sem graça com o elogio. Ela realmente me ensinou alguns truques quando falei que precisaria editar algumas coisas no celular mesmo e, depois de passar a faculdade toda editando com aplicativos mais amadores, ela soube me dar todas as dicas. Mesmo com todas as ferramentas enquanto trabalha numa emissora grande, ela ainda é fiel às origens.

– Ei, Perrie, estamos fazendo apostas sobre a corrida hoje. Cem euros para posição em que Carpentier vai terminar. Cento e cinquenta euros se você quiser apostar quem vai dar a volta mais rápida. – Luca estende um bloco de papel que ele usa ocasionalmente para anotar informações que chegam de uma vez. – Carpentier terá a volta mais rápida, mas ficará em terceiro lugar.

– Eu acho que ele vai ficar em quarto, sem a volta mais rápida – Anya se pronuncia e Luca e eu a encaramos. – O que foi? Eu não acho que ele vá ganhar.

– Ela não acompanha o esporte, certo? – Luca sussurra.

– Ei, a Fórmula 1 é mais britânica que aquele jogo que vocês chamam de futebol. – Ela protesta. – Meu pai torce para Mercedes desde que eu me entendo por gente!

– Ok, dona das corridas, não precisa ficar brava. – Meu amigo se vira para ela com as mãos nos quadris. – Mas saiba que você vai perder feio hoje. Onde foi parar o seu favoritismo pelo francês?

– Ele nem dirige tão bem assim – ela dá de ombros. – Perrie, uma ajudinha?

– Carpentier vai levar o troféu de primeiro lugar para casa, assim como a volta mais rápida. – O queixo de Luca cai e Anya ri. – O que foi? O carro da Ferrari tem chances de levar a melhor com Carpentier no volante nesta temporada.

– Você esqueceu o fiasco italiano da temporada passada, Michelle? Se a Ferrari conseguiu duas voltas mais rápidas durante toda a temporada foi muito! – Luca se revolta. – O que você ouviu no box que não pode nos contar?

– Nada, Luca! – tenho vontade de rir do desespero do meu amigo. – Eu acho que Carpentier virá com tudo para conquistar essa corrida.

– Torcendo pelo inimigo, Perrie? Isso é algum tipo de psicologia reversa, você vai torcer para que ele ganhe e no final ele perde?

– Inimigo? – Anya estranha a escolha de Luca pela palavra. – Que vocês não se suportam eu sabia, mas inimigos?

– Luca Anderson, cale a boca! – aponto minha câmera para ele. – Mais uma palavra e você pode esquecer o baile. Entendido?

– Sim, senhora. – Ele acena em concordância, mas isso só piora a minha situação.

– Perrie Michelle, o que você não está me contando? – minha amiga cruza os braços e exprime os lábios.

Dangerous RacesWhere stories live. Discover now