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- Peonias parecem perfeitas para um casamento na praia. - afirmou minha mãe.

Faziam semanas que estávamos em Laguna Beach, mas poucos dias desde que minha mãe e Georgia decidiram oficialmente discutirem sobre cada detalhe do casamento. O prazo de três meses expiraria em uma semana e meia. Exatos onze dias. Na noite passada eu descobri onde Hemerich escondia a chave da única gaveta - e a maior - trancada na escrivaninha. A chave estava escondida dentro do livro A Arte da Guerra. E naquele momento guardada no bolso do meu shorts.

- Eu já conversei com a melhor confeitaria da cidade, e teremos um delicioso bolo de chocolate com nozes. - Georgia avisou, marcando um X na terceira linha da sua lista.

Praticamente as duas estavam decidindo tudo, menos o detalhe mais importante, a data do casamento. Quando me questionaram mudei de assunto. Contudo, antes que chegasse no momento em que não haveria mais como escapar, eu iria pegar minhas coisas e retornar para NY sem Hemerich.

Sim, eu pegaria os papéis que eu precisava e deixaria Laguna Beach, sozinha. Naquele instante pensava em algo para escrever e deixar para Hemerich, como um bilhete de despedida. Ele havia saído sozinho e iria demorar para voltar, nesse tempo em que ele estava fora e Georgia distraída com a minha mãe, eu entraria no escritório e pegaria o que precisava e então deixaria Hemerich.

O prato estava pronto esperando para ser servido. Agora entendia o motivo de dizerem o porque a vingança era um prato que se comia frio. Você preparava a vingança em todo o seu furor, ela estava queimando, fervendo. Ao passar do tempo, a raiva ia diminuindo e a vingança ficando mais longa.

No final, haviam duas alternativas, o prato havia queimado ou sido servido frio. Eu me preparei com todo estupor possível, mas ao longo dos dias vivendo com Hemerich, eu temia o momento em que ele provaria a minha vingança. Tinha medo de como o sabor seria. Então decidi joga-lá fora, porque passei a preparar a vingança com tanto afinco que terminei me afeiçoando a quem eu a serviria. Antes que tudo desmoronasse, eu partiria. Aquilo já deixaria Hemerich, destruído.

Acredite, deixá-lo também iria doer em mim. Mas, doeria mais nele, já que nem poderia se despedir de mim. Despedidas existiam para nos causar saudades. Despedidas podiam nos fazer mudar de ideia. Despedidas podiam mudar tudo. Havia raiva em mim, porém também havia desejo. Duas coisas que nunca deveriam se encontrar. Uma mensagem de texto se encubiria de executar o que vim fazer contra ele, o destruir. Ele ficaria tão arrasado e com raiva, uma mensagem de texto seria o ponto final naquilo. O fim daquela relação.

Richard deixou claro:

- No dia em que encontrar os papéis e voltar, não deixe que Hemerich a veja partir. Ele odeia quando as pessoas partem sem lhe dizer adeus. Então, deixe uma mensagem clara sobre o fim desse relacionamento, ficando claro que não deseja vê-lo de novo. Isso, vai partir seu coração. Mas, ele já saberá o motivo de sua partida.

Quando desse falta dos papéis, saberia o porquê estive ao seu lado todo aquele tempo. Apesar de se questionar sobre as coisas que aconteceram, o inesperado - a parte fora do plano. Ele saberia da vingança passando a considerarar tudo como parte dela e aquilo me amargurava numa intensidade não imaginada antes, pois parte dos acontecimentos entre nós estava fora da vingança e presente nos desejos de ambos. Parte foi meus próprios sentimentos e anseios se envolvendo aos seus. Algo que não pude controlar como planejei.

Eu iria o destruir antes do entardecer, mas ele já havia me arruinado quando o dia começou. Ao se odiar uma pessoa o único problema era tê-la em seus pensamentos todos os dias e, a parte mais secreta disso, o desejo que começava a te sucumbir. Odiar uma pessoa era desejar arruina-la ao mesmo tempo em que desejava possui-la.

O coração do CEO que destruirei - Duologia Ceos Apaixonados 1Where stories live. Discover now