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— Aghr!

Era a terceira vez tentando fazer o meu cabelo cair como uma cascata no meu ombro esquerdo.

A festa seria aquela noite. Esperavam ansiosos Hemerich me apresentar ao seu grupo de conhecidos e sócios. Ao mundo dos seus negócios. Houve uma manchete no jornal de fofocas questionando nossa presença, em vista de uma sutil sumida.

Evitamos sair o dia todo. Hemerich mal saiu do escritório, quando o fazia estava falando ao celular. Vinha me checar de vinte em vinte minutos até sentar na beirada da minha cama com seu notebook.

— Não consigo trabalhar desse jeito, preciso ir para o meu quarto e sentar na varanda. Venha comigo. — Ele me levou para o seu quarto. Isso mesmo eu entrei no quarto dele com todos os empregados da casa sabendo.

Sentei na pequena mesa de ferro que ficava na varanda do quarto, curiosa olhando para dentro do cômodo cujo tamanho era o dobro do meu. O layout era o mesmo: uma suíte com closet. As cores apenas eram mais escuras.

Minha presença não passava de uma distração. Ele trabalhando focado em seu celular e notebook, levantando uma ou outra vez para olhar a frente da casa. E eu sentada mexendo nas unhas, ouvindo música nos fones de ouvido, tentando não pegar fogo quando nossos olhos se cruzavam e se perdiam um nó outro por longos minutos.

Devo ter dormido sentada, pois acordei deitada na sua cama prestes a ter um ataque do coração com o susto. Lembrei de onde estava ao avistar de pé novamente no celular... Abotoando seu colete. Ele havia tomado banho os cabelos molhados e penteados para trás o denunciaram. Seus quatro travesseiros com fronhas azul-marinho, cheiravam a ele. Como um gato na grama rolei de um lado para o outro de propósito.

E continuava ali desde então. Agora ele me esperava sair do closet.

— Algum problema? Você está sentada aí faz quase uma hora. — Hemerich entrou mexendo nas abotoaduras do paletó.

— É o meu cabelo, ele não quer ficar do jeito que imaginei. — reclamei apontando para o espelho.

Seu closet era bem grande. O banheiro e closet dariam outro quarto facilmente. Metade do closet era preto, azul-escuro e cinza. A outra cores mais claras é descontraídos. Boa parte eram ternos.

— Posso tentar?

Tombei a cabeça para trás e o colar delicado e simples — uma correntinha de ouro com uma pedra de topázio em forma de lágrima — escorregou para o lado do meu pescoço.

Atrás de mim ele segurou a parte solta do meu cabelo. Sua presença era forte,  o perfume invadia meus nariz e entorpecia meus músculos.

— Quero que ele caía nesse ombro como uma cascata.

— Entendi. Minha mãe costumava fazer penteados assim.

— É mesmo?

Hemerich enrolou uma mexa do meu cabelo ao redor da presilha e o prendeu com um grampo. Balançando as mexas as soltou no meu ombro esquerdo e elas pararam quietas.

— Oh, obrigada!

Por impulso soltei da cadeira e o abracei jogando os braços em seu pescoço. Hemerich agarrou a minha cintura. Nossos olhos prenderam um no outro, seus lábios entreabertos se aproximando do meu enquanto inclinava a cabeça cada vez mais para baixo.

— Quanto romance! Acho que cheguei na hora errada. — Hemerich virou o rosto na direção da porta, os olhos semicerrados. — Só para constar, eu bati, ninguém respondeu fiquei preocupado e curioso. Então entrei.

— Joan. — Hemerich resmungou.

— Vim pessoalmente escolta-los. O clima está quente aqui, mas precisamos ir.

O coração do CEO que destruirei - Duologia Ceos Apaixonados 1Where stories live. Discover now