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João Victor

Nós tava como? Aproveitando o lazer de chefe né, filho. Poucas vezes que eu saia com os moleques, preferia ficar na minha mantendo meu sigilo, porque namoral, não é fácil tu ser um dos maiores traficantes do Rio de Janeiro e não ser reconhecido em cada esquina.

Mas o pai tem o que? Tem a inteligência. Tenho 25 anos e tem 15 anos que eu tô nessa vida do crime e nunca nem fui preso ou sabem meu nome, ficha mais limpa que meu cu.

Os cara sabiam nem meu nome, eu tinha uns 10 vulgos diferentes e se pá, eles não sabiam nem de um! Mas pra isso acontecer, era muita privatização, num poder botar muito a cara em festa, num sair muito de casa, mas a gente dava altos pedidos né fi? Se for pra viver nas escondidas, que seja escondido em festa.

Art: Aiai, chega pai.- Comemorou o gol e eu ri, negando com a cabeça, vendo os moleques se juntarem.- Cansado de carregar né.

Felipinho: Os cara faz um gol e se acha o pica de Neymar, tá maluco.- Art bateu nele e eu ri, bebendo água.

Pt: Tem aquela morena ali olhando faz maior cota, quem de garante em chegar nela? - Geral olhou disfarçado pra garota e riu.

Art: Chegar nela pra que? Tá malucão.- Olhei pra menina novamente e ela me olhou, desviei na hora e fiquei calado, eu era o mais quieto entre eles.- Minha muié me bate.

Pt: Eu vou, se liga...- Falou esfregando as mãos e saiu toda animado.

Olhei pros meninos que tavam indo nas negas deles que estavam ali e a Paola me olhava, era amiga da mulher do Arthur e as duas viviam de esquema pra eu assumir a Paola, mas bagulho era só sexo e passava disso não.

Logo o Pt voltou com a mina do lado e eu até estranhei, ele falou que ela ia jogar e a começou a gastar naquela brincadeira, a menina se garantia no controle e ganhava até dos outros moleques. Logo as meninas que estavam sentadas também vinheram e só pra atrapalhar o jogo, enjoei do bagulho ali e fui me sentar na areia, apoiei os braços no meu joelho e fiquei olhando ali.

Vi uns carros de Polícia passando lá por cima e me levantei, metade dos moleques aqui eram procurados e ia ser uma mola do caralho pra dar fuga.

Jv: Ou, menor...- Gritei pelo Arthur e me aproximei, falando baixo só pra ele.- Polícia tá rodando, manda os menor meter o pé.

Art me olhou balançando a cabeça e eu fui pegando minha sandália, fui me saindo em uma direção enquanto os menor ia subindo em outra. Fiquei caminhando devagar e quando olhei pra trás, a menina tava andando ali também, virei a cabeça e acendi um cigarro me sentei por ali e observei a menina entrando num condômino, parada de riquinho mermo fi, fiquei marolando ali e acabei metendo o pé pra minha casa.



@/brazaa02

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Coração vagabundoOnde histórias criam vida. Descubra agora