대취타 (Daechwitta)

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Greta e Nari se encaravam em silêncio a cinco minutos, com um copinho cheios de soju a frente de cada uma na mesa do escritório improvisado no segundo andar do Porão. Nari tinha dado um jeito de redecorar o lugar de modo que parecesse mesmo com um escritório de verdade — e dela — com cadeiras novas, luminárias grandes, uma mesinha de centro em frente ao sofá de três lugares, original do lugar, uma prateleira com livros que ela não tinha lido e muitos objetos que na opinião de Greta eram inúteis. As duas estavam sentadas no chão, uma de cada lado da mesinha de centro, se encarando sem piscar como se estivessem numa batalha épica.

— Quem ficou com a Micha? — perguntou Nari.

— As enfermeiras. Apesar do quarto de luxo, só posso ficar lá até certo horário. Depois disso a enfermeira chefe faz questão de me colocar para fora. — respondeu Greta cruzando os braços e sentindo os olhos arder na vontade de piscar. Mas não cedeu.

— E quem vai ficar com ela no dia do evento? — os olhos de Nari estavam vermelhos por conta do esforço, mas ela também continuou sem sinal de que iria piscar.

— Eu.

— Você não pode, ainda vai apresentar o evento. Assinou um contrato.

— Você pode me substituir. Não é complicado.

— Não dá mais tempo, o evento é amanhã e eu não confio em mais ninguém. Eu posso ficar com a Micha amanhã. É na minha casa que ela vai ficar, afinal de contas.

— Você também não pode, já que é a organizadora da festa. — as duas piscaram como se finalmente tivessem acordado de um sonho com a voz de Jin as despertando. Estava sentado numa das pontas da mesa, também de braços cruzados e um copinho de soju cheio a frente dele.

— Por que ele está aqui, mesmo? — perguntou Greta apontando-o como se ele fizesse parte do grupo delas desde sempre. As duas se viraram ao mesmo tempo e o encararam. Jin sorriu e virou sua dose de soju num gole, sentindo como se estivessem numa cena de filme. — Você não tem, sei lá, uma agenda super lotada com eventos de idol e etc? — perguntou.

— É exatamente porque eu tenho que estou aqui. Esse é um deles. Isso aqui devia ser uma reunião de trabalho...— respondeu ele como se conhecesse Greta há anos, e sentindo isso genuinamente. Virou outra dose de soju e as duas o acompanharam com caretas idênticas que o fez rir.

— Ele é um dos principais produtores, unnie. — explicou Nari.

— Aaaaah... — concordou Greta. — Quer dizer que você não vai cantar amanhã?

— Não quero nem me arriscar. — respondeu ele enchendo o copinho dela. — Vou ficar como empresário, dos bastidores, fingindo que não vim.

— Certo. — concordou Greta com um movimento de cabeça antes de virar o copinho servido por ele. — Mas isso não responde nossa discussão, Nari. — continuou, batendo o copinho com força na mesa. — Eu preciso ficar com a Micha.

— Posso me intrometer? — perguntou Jin antes que Nari respondesse. — E se a Michelle-ssi viesse para o evento?

Greta não queria admitir, mas amava ver como ele tratava Micha como se fosse alguém da família, assim como os outros membros que ela havia conhecido no dia da internação. Era quase como se eles todos se conhecessem há muito tempo e isso era estranho e reconfortante no mesmo nível. O que explicava os muitos presentes que eles continuavam mandando para Micha, mesmo depois da definição da data e o horário da alta dela.

— Você já bebeu demais, querido, melhor abaixar esse copo. — respondeu Greta. — Nari?

— É sério, noona. — interrompeu ele de novo. Antes que as duas protestassem, ele se levantou do chão e foi até a maleta que tinha trazido e que as duas tinham entendido apenas como acessório de moda, desses do tipo que só um idol usava. Voltou com uma pasta transparente e tirou um documento dali. — Tomei a liberdade de pedir uma autorização judicial para menor de idade. Quantos anos ela tem? Nosso advogado pediu para uma adolescente e...

Interlude (Suga)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora