Troubles

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Doe e eu nos encontramos na casa da Lene no dia 24 para trocarmos os presentes. Tia Vera já estava acostumada com a gente nessa época do ano, então sempre deixava seu chocolate quente e seus biscoitos de gengibre que haviam se tornado tradição entre nós três. Passanos a tarde conversando sobre as festividades e coisas triviais. Ficamos até tarde ali e levei Doe em casa, já que ela havia pego um ônibus até Marlene e então segui para a minha. A decoração não se comparava a maioria das casas da vizinhança, que tinham decorado a frente. Mas os pisca-piscas mostravam nosso espírito natalino, além do boneco de neve que alguém construíra. Meus pais estavam na sala assistindo TV e Tuney estava, muito provavelmente, no quarto falando com Vernon. Eu preparei uma xícara de café para mim e subi para o meu quarto.

Como uma tradição própria, eu sempre maratonava os mesmos filmes: O Grinch, Barbie e o Quebra-Nozes, O Estranho Mundo de Jack e Os Fantasmas de Scrooge. Eles me deixavam ainda mais no clima de Natal. Eu dormira na metade do último filme, já era madrugada e começava a nevar do lado de fora. Eu simplesmente amava aquela época.

Apesar do horário em que eu pegara no sono, acordei cedo no dia seguinte. Meu pai já estava acordado, fazendo café, aproveitei para lhe entregar o presente que eu havia comprado. Ele me agradecera e falara que gostara, me abraçando e pousando um beijo em minha testa. Ele aproveitara para guardar a caneta e buscar o meu presente. Enquanto isso eu terminava as panquecas que ele começara. Não demorou para ele voltar com uma caixa pouco maior que a minha mão. Era um pequeno pingente com o símbolo da psicologia e um cérebro. Eu sorrir, voltando meu olhar para meu pai.

— Eu sei que eu não me posiciono muito nessa briga sua e da sua mãe — ele começou. — E eu sinto que eu acabei dando a entender que não te apoiava. Mas eu quero deixar claro que eu te apoio, independência de qual for a sua decisão, Lily, eu vou te apoiar. Principalmente se você quiser fazer uma faculdade e ser independente. Eu fico muito feliz que você queira criar o seu caminho, mas, acima de tudo, eu fico feliz vendo você feliz. Então se uma faculdade vai te fazer feliz, eu não vejo porque você nao deva fazê-la. E mesmo que daqui há alguns meses ou anos você me diga que quer lagar tudo e viver com alguém no meio do nada, eu vou te apoiar. Sobrou um dinheiro na poupança da Tuney que a gente pode usar nessa sua casa — eu ri com aquilo. — A gente dá um jeito, desde que você esteja feliz e satisfeita com o rumo que a sua vida tomar.

Eu o abracei. Por mais que ele nunca tenha se mostrado contra as minhas escolhas, mas ele dizer que não importava o que eu decidisse, eu teria seu apoio era a melhor coisa que eu poderia ouvir.

Nós terminamos de preparar o café e deixamos a mesa posta. Enquanto comíamos, papai me perguntou mais sobre essa história do James e do Severus. Meus pais tinham notado que eu havia me afastado de Snape, apesar de que não sabiam o motivo. Principalmente porque a sra. Snape sempre falava que o filho não havia lhe contado nada. No fundo eu sabia que ela não gostaria de repetir as palavras do garoto. Mamãe e Petúnia não demoraram a descer. Entreguei-lhes meus presentes e a cara de Tuney ao ver o suéter fora maravilhosa. Ela havia me dado um par de meias de ratos, com orelhinhas e bigodes. Não eram tao ruins, daria para usá-las em casa, sozinha. Mamãe me dera uma blusa social, fora o melhor presente que ela me dera nos últimos anos. Vi que ela não ficara totalmente insatisfeita com o que eu lhe dera. Como papai e eu preparamos o café, Tuney e minha mãe ficaram responsáveis pelo almoço, que no Natal era obrigatório que fizéssemos todos juntos. Enquanto isso, eu ligara para James e começara a arrumar as coisas para ir nos Potters mais tarde. Eu havia comprado uma lembrancinha para Dona Euphemia e Fleamont. Apesar de Jay ter falado que não precisava, mas eu queria e achava necessário.

— Bom dia, Lírio — ele disse ao atender o telefone.

— Bom dia, Jay — respondi. — Já são quase meio-dia, por que eu sinto que você acabou de acordar?