Capítulo 22

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Nota do autor: Itapoga completou um ano de publicação no dia 26 de junho e gostaria de agradecer quem ainda está acompanhando, amo vocês <3 A música do capítulo é Swim do Chase Atlantic.

Nota do autor: Itapoga completou um ano de publicação no dia 26 de junho e gostaria de agradecer quem ainda está acompanhando, amo vocês <3 A música do capítulo é Swim do Chase Atlantic

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O breu da noite tomava os andares do prédio em que Daniel morava e o único som audível era o uivo dos ventos sazonais. E, rapidamente, um dos corredores se iluminou quando as portas do elevador abriram, revelando dois jovens apaixonados que faziam Newton questionar a impossibilidade de dois corpos ocuparem o mesmo espaço.

Naquele momento, não existia um fio de preocupação na mente de Daniel em ser visto por alguém, mesmo que estivesse reproduzindo uma cena tão imoral em lugar público. Todos os seus pensamentos eram relacionados ao cheiro inebriante do brasileiro, seu gosto e o toque do corpo dele no seu. Não tinha duas horas desde que provara dos beijos do rapaz e já concluía que estava viciado.

Se o primeiro contato de seus lábios foi repleto de ternura, estes eram dominados pela luxúria. Daniel gostava mais destes, com o brasileiro pressionando-o contra o espelho do elevador e as mãos explorando a extensão de pele debaixo de sua camisa social, que ainda estava encharcada das águas do lago léman. Por onde ele tocava, o loiro sentia seu corpo formigar e, em gestos sem um mínimo de pudor, pedia por mais, porém, em outros lugares, que ele estava evitando propositalmente.

As pesadas portas do cubículo metálico começaram a fechar e o barulho foi suficiente para tirá-los do transe em que se encontravam. Dan abriu os olhos e se deparou com as íris cor de conhaque do outro garoto encarando-o de volta, queimando em tentação.

"Talvez seja melhor deixarmos o elevador antes que as luzes de emergência acendam." A voz de Pedro estava mais grave que o usual e ele era incapaz de dizer que não mexia com os seus ânimos alterados.

A súbita perda de contato fez o loiro suspirar, entretanto, era necessário para ele raciocinar corretamente. Difícil tarefa, porque estava de frente para a perdição, inteiramente submerso na chama de seu olhar.

A travessia pelo corredor até a porta de seu apartamento foi custosa devido ao joelhos enfraquecidos e sua consciência, que continuava presa aos acontecimentos de instantes antes. Apesar de todas as adversidades, conseguiu entrar em segurança e, segurando Pedro pelo pulso, guinou para o quarto.

"Torço para que não tenhamos perturbado o sono de Vincent." Dan murmurou, virando a tranca de seus aposentos.

"Ainda não." A malícia na entonação do brasileiro causava arrepios no protagonista dessa história.

Os pelos eriçados de Daniel também eram fruto do frio excruciante que sentia e, sem Pedro envolvendo-o em seu calor humano, tremia do queixo às panturrilhas. Este era o peso da realidade, consequência da ideia estúpida que tiveram de entrar no lago numa noite de outono.

Repreendendo-se mentalmente, ligou o aquecedor e soltou uma respiração pesarosa, sabendo que demoraria alguns minutos para que a temperatura estivesse agradável suficiente para que seus ossos parassem de doer.

"Conheço um outro método para nos esquentarmos e é bem mais prazeroso." Tirou uma mecha de cabelo de seu ombro e pronunciou cada sílaba lentamente, os lábios acariciando seu pavilhão auricular. Os sentidos do pobre garoto estavam sobrecarregados.

Não satisfeito, o universo presenteou seus olhos com uma visão divina: o brasileiro despido de seus trajes formais. Sentiu as bochechas corarem ao notar que não conseguia parar de fitar as curvas de seu abdômen esculpido, que desciam em uma linha V proeminente e terminavam no cós da fina e única peça que o separava da completa nudez.

Desviou os olhos de seu corpo e tentou mantê-los em seu rosto, porque sentia que estava a um segundo de perder as rédeas de seu autocontrole. E realmente perdeu quando Pedro invadiu seu espaço pessoal e abriu os botões de sua camisa, um a um, enquanto sustentava seu olhar predatório nas íris azuis do mais novo.

Cada vez que a ponta dos dedos dele triscavam seu torso, o coração de Daniel errava uma batida, e a adrenalina tomava aquilo como uma deixa para correr desenfreada, transformando o frio em fogo. Dan ardia de desejo, e perguntou aos céus se aquele seria o momento que transpassaria a linha da loucura e perderia o último bocado de sanidade que restava.

Não teve tempo de concluir o pensamento, pois os lábios macios do rapaz repousaram sobre o seus, beijando-o vigorosamente e, por conseguinte, acabando com qualquer dúvida remanescente. Gostaria que sua ansiedade sempre cessasse dessa forma, em gestos libidinosos de suas línguas e respirações ofegantes.

A noção de espaço e tempo do loiro era afetada por aquele cujo a pele era dourada e a voz surpreendentemente aveludada, que tentava instintivamente se livrar das calças de grife do outro, assim, deixando-o gradativamente mais perto de seu objetivo.

Daniel teve de separar o beijo para arfar quando a roupa deslizou por suas pernas e o brasileiro o tocou de forma tão íntima. O mínimo contato de seus dedos na área que fora tão negligenciada era suficiente para fazer seus joelhos bambearem e sua libido clamar por misericórdia. Precisava tê-lo, necessitava saciar-se.

"A fronte que ardia em brasas, a seus delírios, pôs fim." Pedro partiu o beijo, sussurrando algo que era incoerente para Dan. O garoto tinha o juízo embriagado demais pelas mãos do brasileiro em sua cintura para raciocinar. "Sentindo o roçar das asas, o sopro dum querubim." Virou o loiro com precisão e pressionou o próprio quadril contra a lombar dele. "Um anjo veio e deu vida ao peito de amores nu." Prendeu os longos cabelos do outro em uma das mãos e, com os lábios rentes a orelha do mais novo, agora exposta, continuou. "Minh'alma, agora remida, adora o anjo que és tu." 

Nota do autor: E aí, valeu a pena esperar tanto tempo por esse capítulo? Vocês querem um hot ou assim tá bom? Me conta o que acharam! 

Itapoga (Romance gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora