chapter seven

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— Não - respondeu após alguns minutos

— Está tarde, a gente pode até de deixar mais sóbrio, mas você precisa ir pra casa

— Mas, meu pai... - ele não teve tempo de concluir a sua fala quando o vômito chegou primeiro, mas Peter foi esperto o suficiente pra deixar um balde por perto.

— Eu sei que você pode ter problemas, mas eu não tenho como te levar para o meu apartamento mais, e o Peter também não. - expliquei - Robert, você precisa parar com isso, o álcool não vai resolver seus problemas

— Eu sei disso, Ethan. Mas as coisas não estão muito boas, principalmente pelo fato de que as provas finais estão chegando. - sentou-se.

     Eu olhei para Peter e seu olhar transmitia o mesmo sentimento do meu. Eu sei dos problemas que Robert tem em casa quanto a faculdade e seu pai, e ele sempre foi um cara que descontava tudo no álcool, mas as coisas têm piorado nos últimos meses.

— Vamos lá, o Peter vai te levar pra casa - falei ajudando-o a se levantar do sofá

— Eu vou? - meu sócio me encarou

— Vai, porque eu estou com o carro da Mae.

— Olha só, vocês já estão até emprestando carros - brincou Robert se enrolando nas palavras - Está ficando sério. - ele riu sozinho.

— A gente se vê, irmão - disse assim que Peter o levou para fora do bar.

     Eu desliguei todas as luzes do local e tranquei a porta assim que sai do bar.

     O bar estava lotado.

     Sextas sempre são os dias mais cheios, vejo Shan e Becky de um lado para o outro, se esbarrando por algumas vezes, atrás do balcão. Como na última semana Pete fechou o bar, essa semana é minha vez.

     Eu conheço boa parte dos universitários que estão aqui, geralmente são sempre os mesmos. Tem pelo menos 300 deles aqui.

     A ideia de abrir um bar foi minha, Pete e eu estávamos conversando sobre grana e ele disse que a única coisa que dava dinheiro de verdade na faculdade era bar, e eu pensei: Por que não?

     O Furious Bar existe há quase três anos e estamos muito bem, obrigado!

     Pete cuida dos pedidos e recebimentos de bebida, já eu administro o dinheiro que entra e sai do caixa.

— Vou pegar mais uma, quer? - Robert questiona ao se levantar do estofado. Ele já está muito bêbado.

— Não, ainda tenho metade, valeu. - apontei para a garrafa de cerveja a minha frente e meu amigo apenas acenou com a cabeça e caminhou em direção ao bar

     Eu deveria dizer a ele que ele deveria parar de beber, mas Robert não escuta ninguém, nunca. Ele sempre faz o que bem entende e quando quer sem se preocupar com as consequências. E não, eu não estou me isentando da responsabilidade, jamais, mas eu já passei muitos anos tentando ajudar ele, e eu fiz o possível para ele parar com o álcool, até proibi meus funcionários de venderem bebida para ele, mas não resolveu em nada porque ele achou outro bar para encher a cara.

     Eu amo meu amigo e eu me preocupo pra caralho com ele, mas eu não posso impedir ele de cometer erros, ele, e só ele, sabe da vida dele e o que acontece dentro de casa, eu não posso tomar decisões por ele, o que eu posso, e sempre faço, é apoiá-lo e segurar a barra pra ele não cair.

     Rodei o local com os olhos e notei que uma garota de cabelos ruivos encaracolados estava caminhando em minha direção. Eu tento buscar na minha memória se eu a conheço, mas não tenho tempo de pensar quando ela se debruça sobre a mesa e me encara.

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