𖤝 15. O Patrono • Safira 𖤝

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Assim que sai para a área externa, Raziel estava sentado em um dos bancos como um homem normal, mas depois de vê-lo com todo aquele brilho e magia angelical eu nunca mais conseguiria pensar nele de outra forma.

Ele colocou a mão no lugar vago ao lado dele e me sentei, o olhei atentamente e agora as runas no corpo dele estavam paradas.

— Gosta delas? — Ele olhou para onde eu olhava, que era as runas desconhecidas por nós shadowhunters que estavam agrupadas.

— Gosto, mas elas não estão no livro Gray. — Disse arqueando a sobrancelha.

— Ithuriel e eu não demos a vocês o conhecimento de todas as runas, eu temia que vocês se destruíssem se tivessem todos os conhecimento que nós. — Ele arrumou a mecha do meu cabelo atrás da orelha e sorriu pela primeira vez na vida ou quase isso. — Por isso são mortais, sangram e morrem, do pó vocês viriam e a ele iriam voltar. — O olhei com atenção redobrada.

Agora entendo porque foi me dada uma marca dourada, os olhos dele ainda estão completamente tomados por sua cor natural e eu não conseguia imagina-lo com uma forma humana como Asmodeus tinha dito aquela vez em Edom.

— Asmodeus me disse que você veio se aventurar como humano, que fingiu ser demônios e tudo mais. — Disse como quem não queria nada só pra ele iniciar a conversa que eu espero.

— Sei aonde quer chegar, através dos seus olhos eu vejo suas intenções e quer saber de sua mãe não é mesmo? — Ele repousou sua mão em meu ombro. Raziel seria um ótimo pai humano ou shadowhunter.

— Sim, você era apaixonado por ela? — Olhei para ele. — Que fim ela teve?

— Era, mas eu não estava me aventurando, a intenção era que você nascesse minha filha, depois sua mãe fugiu com medo que eu fosse um humano, ela foi capturada por Valentine e aconteceu tudo o que deu, eu não entendo o porquê ele fez isso. — Raziel parecia decepcionado, sendo criador de todos os shadowhunters eu imagino que ele não deva se orgulhar quando nossa espécie se volta contra a própria.

— Não sei como posso lhe consolar, você é Raziel e a cada luta até mesmo antes de saber que eu era sua filha, é a você que pedimos proteção. — Ele abriu um breve sorriso que logo desapareceu.

— O que eu iria te falar não era sobre isso, se eu estiver na terra por muito tempo logo os demônios irão vir, então como o tempo é curto tenho que lhe dizer que você diferente de Clary ou Jace, você é imortal. — Ele apenas lançou essa bomba em minhas mãos.

— Isso quer dizer que eu vou viver pra sempre e ver todos morrerem? E um ser imortal não pode ter uma runa parabatai... — Eu imaginava como seria perder Alec, Jaspen ou até mesmo o Jace que embora eu diga que não gosto dele na realidade gosto sim, minha visão ficou turva.

— Com o tempo vai se acostumar com as perdas, também está certa um shadowhunter  imortal como os irmãos silêncio não podem ter uma runa parabatai, mas você não é apenas um ser imortal, você é filha do criador das runas e na época estava tão assustada que em seu ritual eu permiti que fosse colocada a runa parabatai em você. — Eu não sei até que ponto ser diferente pode ser bom, mas nesse caso foi.

— Mas eu não quero viver perdendo as pessoas que eu gosto, sei que não posso pedir para que eles sejam imortais mas pode fazer de mim uma mortal... — Fiz cara de criança pidona.

— Pedido negado, vou te garantir que você veja só uma geração de Shadowhunters morrer, e depois de matar Jonathan quero que se case com Alexander Gideon Lightwood, mas após a morte de todos os que ama nesse instituto você terá uma surpresa. — Raziel balançou as mãos e a espada alma, um dos instrumentos mortais, dado a nós, pelo próprio apareceu nas mãos dele.

Em nossas mãos ela só brilha na hora de julgamento, mas nas mãos dele ela brilha apenas com o seu toque. Ele pegou a palma de minha mão e a cortou. O sangue escorria e conforme caia no solo abaixo de nós desaparecia, como bons shadowhunters nós aprendemos de pequenos que não podemos chorar ou resmungar ao sentir dor e fechei os olhos lentamente, abri apenas quando o incomodo passou e Raziel ainda estava ali.

— O que está fazendo? — Sussurrei.

— Agora você não tem mais todo o sangue demoníaco de antes. — Raziel me olhou. — Sei bem tudo o que lhe incômoda filha, mas sua frase, não existe nada bom em ser diferente está errada. — A cada vez que ele me chamava de filha meu coração disparava.

— Então não sou mais uma tribida? Eu não tive nem tempo de me explicar aos shadowhunters. — Falei confusa.

— Você é uma tribida, mas agora você é um puro anjo e também é uma shadowhunter, o sangue de Asmodeus ainda permanece em você retirei apenas o de Lilith. Você continua uma feiticeira até que eu saiba que você não precise mais desse poder. — Raziel sorriu.

Eu o abracei e assim que nos tocamos senti minha pele arder em locais diferentes, foi inevitável dessa vez não chorar. As mãos de Raziel acariciavam meu cabelo. Se passou uns minutos quando a dor de acalmou eu abri os olhos mais Raziel não estava mais lá, rapidamente olhei meu corpo e runas das quais eu não conhecia cobriam algumas partes meu corpo as mesmas que estavam nele.

— Safira... — Vi Alec correr para minha direção e me levantei. — Cade Raziel?

— Sumiu agora mesmo. — O avisei e encarei quando fui surpreendida por um abraço.

As mãos de Alec tocaram meu queixo e ele levantou meu rosto me fazendo olhar para ele. Foi quase mágico quando nos aproximamos sem dizer nada e ele selou nossos lábios me puxando para um beijo calmo. As mãos dele repousaram em minha cintura e ele me puxou para mais perto, senti o calor de nossos corpos ao se tocarem.

— Não vai brigar comigo? — Sussurrei. — Por ter te enganado?

— Eu não me incomodaria de casar com você Safira Herondale. — Alec respondeu contra meus lábios e nem pedi tempo e o beijei novamente.

Tribrida 𖥸 Shadowhunters (Concluída)On viuen les histories. Descobreix ara