Capítulo 10

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*****Luana*****

No dia seguinte...

Finalmente me acho preparada para encarar meus pais, dizer que sou lésbica e que estou namorando com Marcela. Me direcionando a mesa do refeitório onde todos estavam, irei contar a Marcela o que irei fazer.

- Oi gente! (Falei um pouco sem ânimo).
- Oiii! (Todos responderam em uníssono).
-Oi pequena! (Falou Marcela com carinho se levantando e me dando um selinho rápido). - Por que essa carinha? (Perguntou preocupada).
- A gente pode conversar em particular? (Perguntei a ela iguinorando sua pergunta).
- Claro, vamos para o jardim lá perto do campo. (Marcela falou).
- Vish D.R no ar. (Cantaralou Natt brincando).
- Para gente, pela cara dela parece ser urgente. (Manu disse mas eu decidi ignorar elas).

Marcela e eu saímos do refeitório rumo ao local da conversa, então ao chegar lá Marcela quebrou aquele silêncio horrível.

- Bom agora me fala, por que tá assim? (Perguntou preocupada passando a mão no meu rosto).
- É que eu tomei coragem e vou falar com os meus pais hoje a noite. (Falei rapidamente meio nervosa quase sem poder identificar o que eu disse).
- Que bom Amor! Mas é isso que você realmente quer? Está preparada? (Me perguntou cautelosa).
- Sim, é o que eu mais quero, já tá na hora deles saberem. Todos ao nosso redor já sabem, a qualquer momento eles vão descobrir e é melhor que seja por mim. (Expliquei).
- Então deixa a janela do seu quarto aberta hoje, tá? (Me disse e eu estranhei seu pedido).
- Pra quê isso, Mar? (Perguntei sem deixar de rir de seu pedido).
- É que eu vou ficar no seu quarto lá pra te dar uma força, te ajudar caso o pior aconteça. E para isso precisarei pular sua janela para entrar, por que eles vão estranhar se eu entrar pela porta. (Marcela explicou e eu sorri da sua audácia).
- Ta bom, mas e se você se machucar? (Perguntei preocupada).
- Esqueceu que seu sei fazer pakur, baby? (Me respondeu se gabando e eu revirei os olhos).
- É mesmo, então as 19:00 horas lá em casa. (Expliquei).
- Ok, e eu escalarei sua janela Cinderela. (Falou brincando me fazendo rir).
- É Rabunzel, sua idiota. (Sorri mais ainda).

Antes de voltarmos para a escola, demos uma boa namorada ali no jardim para aproveitarmos já que estávamos sozinhas. O restante do dia fiquei tentando gravar as melhores falas para poder explicar tudo direitinho para meus pais.
[...]

Então a noite chegou, quando foi umas 19:02, escuto um barulho vindo da varanda do meu quarto, era Marcela que vinha escalando as grades de ferro que ali havia.

-Ai dá pra ajudar aqui, Lua. (Marcela falou tentando escalar o último degrau para chegar ao meu quarto).
- Ai desculpa, tô indo. (Falei ao voltar a terra e ajudar a minha namorada).
- Ufa, aqui é alto hein. (A mesma disse se jogando na minha cama com a voz ofegante cançada). - E aí, preparada? (Perguntou ela sentando na cama).
- Não, mas seja o que Deus quiser. (Falei rindo nervosa).
- Calma pequena, se eles te amarem verdadeiramente, eles vão te apoiar. (Falou segurando meu rosto com as duas mãos).
- Tudo bem, agora deixa eu ir. (Falei selando nossos lábios em um selinho rápido e saindo do quarto).

Me dirigi a escada e fui em direção a cozinha onde meus pais se encontravam, meu pai estava lendo um jornal sentado na mesa enquanto bebia um pouco de suco, e minha mãe terminava de preparar o jantar.

- Oi filhota, nem veio me ajudar hoje com o jantar como sempre faz. (Falou minha mãe fazendo bico me fazendo rir).
- É que eu precisava ter uma conversa importante com vocês, e tava pensando em como ia falar. (Falei nervosa).
- Pode falar filha. Sente-se aqui. (Disse papai apontando para a cadeira ao seu lado na mesa).
- Senta aqui também mãe. (Falei e assim se fez). - Bom, vocês sempre trataram da sexualidade abertamente comigo né? (perguntei e eles fizeram sim com a cabeça). - Então eu conheci uma pessoa, ela é uma pessoa muito especial para mim. Me ajuda, gosta de mim, eu gosto dela, nos respeitamos, só que essa pessoa é... uma menina e nos tamo namorando. (Falei e fechei os olhos já esperando o pior).
- Espera ai filha, deixa eu ver se entendi. Você conheceu uma garota e está namorando com ela? Ou seja você é lésbica e não contou nada pra nós? (Meu pai falou com uma cara não muito boa).
- Calma Fabrício. Filha eu te aceito e te apoio inteiramente, você é minha filha e eu te amarei do jeito que você é, independente se você me dará um gênrro ou nora. (Minha mãe disse apertando minha mão fazendo meus olhos marejarem).
-Obrigada mãe. (Disse lhe abraçando então me virei para papai). - Pai, não vai dizer nada? (Perguntei confusa pelo seu silêncio).
- Desculpe filha, é que isso é meio novo pra mim, eu sempre quis te levar a igreja para ver você se casar, te ver com filhos... (Lhe interrompi).
- Mas o senhor pode fazer tudo isso, eu poderei me casar e ter filhos quando eu bem entender. (Falei me alterando um pouco). - Eu só quero o seu apoio, é o que eu mais preciso em uma hora dessas. Por favor me entende... (ele me interrompe com um abraço forte me fazendo cair no choro, e minha mãe se junta a nós).
- Filha eu te amo, e pra sempre te amarei, me perdoei é que eu sou meio "ogro" as vezes. (Disse segurando meu rosto com as duas mãos e eu ri).
- Ain, e como é minha nora? (Minha mãe falou empolgada e ela pareceu pensar um pouco). - Nossa, eu tenho uma nora. (Disse minha mãe batendo palminhas numa animação exagerada e eu sorri).
- Ta ali no meu quarto, querem conhece-lá? (Perguntei)
- No seu quarto? O que ela está fazendo lá? Como ela entrou se não há vi entrando pela porta? (Meu pai perguntou assustado).
-Ela entrou pela janela, a Marcela sabe fazer pakur e veio aqui só pra me dar uma força. (Falei sorrindo da reação do meu pai).
- E o que tá fazendo aí parada? Vai chamar minha norinha. Ai adorei isso de "Nora". (Falou minha mãe me fazendo rir).

Então subi de volta para o quarto chamar Marcela, que ao me ver na porta deu um salto da minha cama.

- Então como foi? Eles te aceitaram ou não? O que aconteceu? Que carinha é essa? Não tá com cara te quem acabou de brigar com os pais. (Perguntou toda preocupada e confusa).
- Desce lá e veja você mesma. (Falei segurando sua mão que estava fria e suada, mas Marcela apenas assentiu desconfiada e eu a levei para sala onde meus pais estavam).
- Pai, mãe, essa é a Marcela, minha namorada. Marcela esses são Fabrício e Claudia, meus pais. (Os apresentei).
- Prazer em conhece-los. (Marcela disse meio nervosa apertando as mãos de meus pais em sinal de comprimento).
- Meu Deus, minha norinha. (Disse minha mãe abraçando exageradamente Marcela).
- Calma Cláudia, assim você​ vai assustar a garota. (Meu pai disse nos fazendo gargalhar). - Bem vida a família Costa, Marcela, e aqui todos temos um pouco de loucura. Aceita jantar conosco? (Meu pai sugeriu).
- Tudo bem, não posso negar uma boca livre. (Marcela disse brincando e todos caímos no riso).
- Fominha! (Falei lhe dando um selinho rápido).
- Own! (Meus pais disseram em uníssono nos fazendo corar).

O jantar foi super animado, apesar de minha mãe quase me matar de vergonha falando das minhas "traquinagens" de quando eu era criança. Meu pai estranhou um pouco no começo, mas foi logo ele descobrir que Marcela era corithiana, que assunto não faltou, pareciam que se conheciam a anos.
[...]

Continua...

Amor Diferente - Romance Lésbico (1° Temporada)Where stories live. Discover now