Capítulo 8

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*****Marcela******

No dia seguinte...

Nessa terça - feira as coisas não andavam muito bem, acordei com minha mãe praticamente "espancando" a porta, pra quando eu abro ela simplesmente me dizer apenas que não ia dormir em casa porque ia visitar meus avós e me pai ia junto. Séria cara? Não dava pra ligar ou mandar uma mensagem depois, precisava me acordar assim.
Já que não conseguiria dormir novamente, comecei a me arrumar e me encaminhei para a escola.

- Oi pessoal. (Disse para Natt, Nanda e Erick que se encontrava na porta da sala de aula).
- Oiii! (Falaram eles em uníssono).
- Ai preparados para hoje? Temos educação física? (Perguntei animada, amo essa matéria).
- Claro, mas eu vou ficar só na torcida com as líderes, por que não sei jogar nem dominó. (Nanda disse revirando os olhos e nós gargalhamos).
- Eu quero agarrar um monte de bola hoje. (Natt disse animada, e Nanda arregalou os olhos com a frase de duplo sentido que ela disse). - Bolas de futebol, por que são as únicas que eu gosto. (Natt consertou a frase constrangida, nos fazendo gargalhar).

Natt era a goleira do time.

- Bom pessoal, deixa eu ir que é matemática agora. (Erick disse indo em direção a sua sala).
- Oi Ana. (Falei vendo Luana se aproximar de nós então me aproximei e indo lhe dar um selinho, mas para o meu espanto ela virou o rosto me fazendo selar suas bochechas). - Que foi? (Perguntei confusa).
- Nada, só tô extressada mesmo. (Ela disse com um semblante triste). - Vamos Manu? Temos que terminar aquele trabalho de física. (Disse pegando Manu pelo seu braço a arrastando para dentro da sala).
- O que deu nela? (Natt perguntou tão confusa quanto eu).
- Não sei, mas vou descobrir logo. (Disse séria).
- Vamos gente, que o professor de Árabe,quer dizer, Inglês, já tá na sala. (Nanda disse nos fazendo rir e entramos na sala).
[...]

Durante os primeiros horários Luana se manteve quieta, sequer sentou ao meu lado como sempre fazia, nem com Manu ela conversava direito. Então após terminar minha atividade, resolvi ir falar com ela pra saber o que está acontecendo.
- O que você tem, linda? (Perguntei sentando ao seu lado e colocando uma mexa de seu cabelo para atrás).
- Nada. (Respondeu ela encarando o caderno sem sequer me olhar).
- Não, eu te conheço, pode me contar, talvez eu até te ajude. ( Falei preocupada).
- Eu já disse que não foi nada, caramba. (Respondeu ela irritada se alterando).
- Se não fosse nada, você não reagiria assim. Me conta droga. (Falei segurando seu rosto com as duas mãos, mas a mesma virou o rosto).
- Só me deixa sozinha, por favor. (Me pediu com a voz embargada e eu resolvi fazer o que ela me pediu, saí sem responde-la).

Durante todas as aulas, Luana continuou do mesmo jeito, me evitando. Na hora do intervalo, ela se sentou em uma mesa separada de todos, Manu queria sentar com nós, mas eu praticamente a obriguei a ficar com Luana, para não deixar a mesma se sentir sozinha.
Todo esse mistério da Luana esta me agoniando.
Finalmente chegou o horário de educação física, como Luana é a única que ainda estava no vestiário sozinha, aprovei para conversarmos melhor.

- Será que você finalmente vai poder me contar o que tá acontecendo? (Falei entrando de uma vez no vestiário, fechando a porta atrás de mim).
- Eu não tenho nada pra falar com você, Mar. (Luana falou se levantando e tentando andar até a porta mas eu entrei em sua frente).
- Viu Lua, você é a única que me chama assim. Pelo amor de Deus, me diz o que tá acontecendo. (Falei segurando os ombros dela com força prendendo a mesma contra a parede e ela derrepente caiu no choro na minha frente, então a abraçei forte e ela deslizou na parede fazendo a gente se sentar no chão). - Calma, calma meu amor, seja o que foi, estarei ao seu lado. (Falei acariciando seu cabelo tentando consola-lá mas agora eu bem mais preocupada).

Após alguns minutos, percebi que Luana estava melhor e comecei a falar:

- Agora que está melhor, pode me dizer o que você tem? (Falei cautelosa).
- É que eu tô com medo, Mar. Muito medo mesmo. (Falou soluçando pelo choro).
- Medo de quê, meu bem? (Perguntei confusa).
- Eu vi o que aconteceu com a Natt e a Nanda, tenho medo de algo parecido acontecer com nós caso a gente namorar. E além do mais, tem a minha família que eu não sei como irá reagir. (Falou olhando para o chão com o olhar perdido).
- Eu sei que essa nossa sociedade machista e homofobica podem nos dar medo, mas não deixe esse medo ser maior do que sentimos uma pela outra. E em questão a seus pais, eu tenho certeza que se eles realmente te amarem vão te aceitarem como você é. Vamos pegar pra nós, o exemplo dos pais de Antônio, e vamos enfrentar isso juntas. (Falei segurando seu rosto com as duas mãos e ela me olhou por uns instante parecendo refletir).
- Obrigada por ser tão paciente. (Luana disse me abraçando forte).
- Mas não conte com isso sempre, fiquei furiosa com esse teu cú doce. (Falei saindo do abraço a fazendo sorrir com meu comentário, esse foi seu primeiro sorriso hoje. Como eu tava com saudades dele).
- Sua boba, eu tava mau. (Disse me dando um leve tapinha no braço e eu respirei fundo).
- Lua, eu sei que é cedo, mas... você disse que "caso a gente namorar", então... agora eu queria saber se...você quer... namorar comigo? (Perguntei gaguejando nervosa e Luana pareceu pensar por alguns segundos).
- Eu aceito, Mar. (Disse me fazendo dar um suspiro de alívio).

Então eu a beijei, mas a beijei com uma intensidade e alegria que nunca havia sentido antes. Nossas línguas travavam uma batalha intensa enquanto passeava minha mão sobre sua coxa, subindo para seu quadril dando um leve aperto em sua bunda. Trouxe Luana para mais perto de mim, a fazendo quase sentar em meu colo. Então parei o beijo, descendo beijos, mordidas e chupões em seu pescoço a fazendo arquear o pescoço para atrás soltando suspiros em sinal de que a mesma já estava se deixando leva pelo desejo, me dando total acesso.
Estava tudo indo bem, até sermos enterrompidas por três seres que parecem ter brotados do chão.

- Vish Maria, momento hot total. (Natt disse tapando os olhos após ter entrado e eu me afastei de Luana ficando corada).
- Que nada filha, isso aqui é melhor que Cinquenta tons de cinza. (Manu disse e Nanda arregalou os olhos).
- Espera, Manu você com essa postura de mocinha já assistiu cinquenta tons? Isso é o fins dos tempos. (Nanda disse fingido-se aterrorizada).
- Parem vocês aí. (Disse as enterrompendo). - Temos algo a comunicar a vocês. (Terminei olhando para Luana e nos levantando do chão).
- Estamos namorando. (Dissemos juntas fazendo todas arregalarem os olhos surpresas dando gritinhos estericos fazendo meus tímpanos zumbirem).
- Nossa gente, que bom. Parabéns. (Natt disse batendo no meu ombro).
- Ai que lindo! (Nanda disse abraçando Luana quase a enforcando e Manu logo se juntou a elas em uma animação exagerada).
- Espera ai gente, vou ficar viúva antes do tempo assim com esses apertões de vocês nela. (Falei salvando Luana daquele estrangulamento que elas chamam de abraço).
- Agora chega né. Viemos chamar vocês, por que o professor já vai formar os times para o jogo. (Natt falou e nos assentimos nos dirigimos para o campo).

No nosso time, Natt era a goleira, eu a atacante, Manu na defesa e Luana na zaga, entre outras garotas que também fazia parte. Nosso time ganhou de 5x2, sendo que desses 5, três foram eu quem fiz, o último gol foi Luana que fez. Pra comemorar nossa vitória, a mesma correu em minha direção e saltou no meu colo colocando cada perna sua fica de cada lado da minha cintura e me abraçou fortemente. Em seguida me dando um beijo fazendo todos ao redor nos olharem surpresos.
Manu, Natt e Nanda para não causar um constrangimento maior, se juntaram ao abraço, se jogando em cima de mim. Eu não consegui segurar todas e caímos juntas no chão umas por cima das outras gargalhando igual doidas.
[...]

Continua...

Amor Diferente - Romance Lésbico (1° Temporada)Where stories live. Discover now