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Dois dias depois

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Dois dias depois..

Não era difícil imaginar que todas as minhas ações e decisões me trariam até aqui e eu era responsável por cada pequena molécula que estava fora do lugar.

Um breu inebriante se formou em meu corpo e senti como se tudo tivesse se apagado para mim: Brie, Elle e Amelie. Todas apareciam como um grande borrão em minha mente e não sabia como consertar isso.

A lembrança de Elle indo para cima de Amy ainda era fresca em minha memória – se eu fechasse os olhos, conseguia ver nitidamente os olhos da minha amiga de infância sendo tomados pelas lágrimas enquanto sua mão pequena e quente se erguia em susto em direção a sua bochecha, afagando-a.

E, com isso, lembrava-me da primeira vez que vi Amelie há dezoito anos – e da pequena flor que lhe dei em símbolo da nossa amizade. Recordava-me de como seu cabelos estavam presos ao alto e suas bochechas levemente vermelhas.

Joguei meu corpo sobre o colchão macio e peguei novamente o celular, digitando o número de Amelie – a ligação chamou seguidas vezes e caiu na caixa postal. Soltei o aparelho e suspirei cansado.

Faziam dois dias que voltamos da casa de praia e, desde então, tudo estava estranho e escuro. Não tinho visto Brie, pois evitava sair do quarto, nossos pais estavam completamente confusos por não saberem o que aconteceu comigo e Elle que nos levou ao rompimento e, por fim, Amelie sumiu.

A porta do meu quarto se abriu bruscamente e vi o torso de Brie parado em meio ao batente – seus braços estavam cruzados e ela apoiou o peso do seu corpo sobre sua perna esquerda em uma pose.

— Já faz dois dias, Hero, quando vai sair desse quarto? – questionou. — Você precisa falar com Amy!

Permaneci deitado e, suspirando, cruzei os braços atrás da minha nuca.

— Eu já tentei, ela não me atende. – disse baixo.

— Ela mora do outro lado da rua! – disse óbvia. — Vá até lá!

— Eu não posso simplesmente ir lá! – brandei, levantando-me da cama.

Vi que Brie estava na mesma posição de minutos atrás, no entanto, sua expressão agora era de desdém.

— Você é um idiota, Hero!

Revirei os olhos, levantei-me da cama e caminhei calmamente até minha irmã. Quando estava perto o suficiente do seu corpo, levantei minha mão e a empurrei levemente para trás.

— Fica fora do meu quarto!

O suspiro pesado de Brie cortou o ar e, antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, as silhuetas dos meus pais preencheram o espaço bruscamente. Notei o rosto da minha mãe tão vermelho quanto fogo e o do meu pai, mais sério do que nunca.

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