De todos os novos olhares.

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	Me joguei na cama, exausta, ando vivendo só para o trabalho, mestrado e as discussões com o meu pai sobre "nunca parar em casa", "chegar tarde em casa todos os dias" e "viver grudada com os seus amigos pra cima e para baixo como uma adolescente",...

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Me joguei na cama, exausta, ando vivendo só para o trabalho, mestrado e as discussões com o meu pai sobre "nunca parar em casa", "chegar tarde em casa todos os dias" e "viver grudada com os seus amigos pra cima e para baixo como uma adolescente", ele simplesmente não se conforma com o fato de que eu e a Tati (que é afilhada dele) fazermos longas viagens de metrô sozinhas a noite para voltar para casa, já que o Diego só consegue nos dar carona até o metrô, mas o que eu posso fazer? Não tenho dinheiro para alugar nem um banco de praça perto do meu trabalho.

Nas últimas duas semanas, me restrinjo a ver o Di só no trabalho e nas caronas para a UFRJ e a Tati nas aulas e na vinda para casa, nem os meus finais de semana estão conseguindo me dar tempo para descansar, o final do semestre está chegando, e junto com ele, os trabalhos também.

Eu nem ouso reclamar, e como poderia? Nem coragem para pedir desculpas pelo ocorrido na palestra eu tive, tenho chegado mais cedo nas aulas para poder ocupar a fileira escondida da sala e só saio depois dele, para não correr o risco de esbarrar e ter que olhar para aquele rosto que tem o dom de me deixar sem graça todas as vezes, torço para conseguir me esconder pelo resto do semestre.

Meu celular me afasta dos meus planos de fuga, quando olho para a tela, vejo a foto do Diego na chamada, simplesmente odeio chamadas pelo whatsapp, não tenho paciência e ele sabe disso, não sei porque gasta tanto em cachaça para economizar em chamadas, já atendo sem paciência:

- Fala Diego, e aproveita bem essa chamada, porque vai ser a última que eu vou atender.

E o descarado me responde aos risos:

- Eu sei que a sua curiosidade nunca vai te deixar recusar as minhas ligações baby, eu vim te salvar desse mau humor, vim te chamar para uma festa, a Tati já disse que vai, já deve estar se arrumando, diz que vai?!

- E eu já consegui te dizer "não" alguma vez? Vou sim, estou precisando me distrair mesmo, vai ser onde?

E a resposta demorou a vir, quando olhei para a minha tela e a chamada estava "reconectando", perdi minha paciência novamente, era por isso que eu detestava essas ligações, coloquei o celular no viva-voz e fui até o meu guarda-roupa escolher a minha roupa enquanto a ligação não voltava, demorou uns cinco minutos até um Diego debochado voltar:

   - Estou sentindo sua raiva daqui Clarissa, poderia até prometer que da próxima vez eu falaria por mensagens, mas nós dois sabemos que seria mentira.

-Fala logo Diego, me diz onde vai ser essa festa, antes que eu mude de ideia.

- Calma nervosinha, nós vamos em um "open-house" no apartamento de um amigo meu de infância lá no Largo do Machado, vai ter bebida liberada e arruma uma bolsa para levar, porque vamos dormir por lá mesmo.

-Tem certeza Di? Eu não conheço esse seu amigo, será que precisamos dormir por lá mesmo?

- Fica tranquila Cla, ele é de confiança, e tem mais, hoje eu queria beber, nem você, nem a Tati tem carteira para dirigir o meu carro, e pegar Uber estando bêbado de madrugada no Rio de Janeiro não está sendo a coisa mais inteligente de se fazer ultimamente.

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