Meu professor de biologia

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P.O.V Stiles Stilinski

Acordo sentindo que um carro estava pendurado sobre minha cabeça. A claridade da janela invadia todo meu quarto e eu estava a ponto de ficar cego.

Algo bem sutil faz cócegas no meu rosto. O que é isso? Cabelo? Eu nem tenho tanto cabelo!

Meu braço passava pela cintura de uma garota e ela estava confortavelmente aconchegada sobre mim.

Uma garota não. Ela.

O que eu fiz, o que eu fiz, o que eu fiz!?

Me levanto devagar e com dificuldade já que qualquer movimento exigia grande esforço. Sentado na beirada da cama vejo um sutiã no chão. Droga!

Se fosse pra pisar na bola que pelo menos eu lembrasse depois!

Vejo um comprimido e água no criado-mudo. Glória. Viro em segundos.

Olho novamente para Malia. Ela com minha blusa, eu SEM blusa, seu sutiã no chão e toda sua calcinha branca de renda exposta.

Deus, como eu queria poder lembrar... será que eu me previni? Procuro uma camisinha pela cama e pelo chão, mas não vejo nada. E é terrivelmente difícil tentar focar em alguma coisa que não seja ela ali deitada e seminua pra mim.

Por que essa garota teve de nascer tão linda, engraçada, inteligente e pelo amor de Deus, por que TÃO gostosa!?

Tão pequena e encolhida assim ela parecia indefesa, quem dera fosse um anjo assim o tempo todo.

Me levanto indo até o outro lado da cama.

- Malia. - Agacho e seguro sua mão. - Lia. - Digo de novo e ela parece despertar.

- Hm... - Ela diz manhosa e sem querer eu sorrio. - Parece que eu não consegui acordar mais cedo que você e ir embora antes que me visse...

- Por que iria querer fugir? - Sussurro de volta.

Malia abre completamente os olhos e se espreguiça olhando pra mim.

- Porque você provavelmente não gosta do que está vendo.

- Malia... nós é... nós...

- Transamos? Claro. - Sinto meu corpo ficar mais rígido que nunca. Eu sou o professor dela! - Que não, seu idiota. Você tava bêbado e eu te trouxe pra casa.

Uma onde de sentimentos me invade. E por que diabos é decepção e não alívio?

- Se não fosse por mim, você provavelmente tinha dormido na rua. - Ela continuou.

- Mas e o Scott?

- Você foi abandonado no início da festa, Stiles.

Allison. Será que deu certo?

Malia se levanta e anda até o outro lado do quarto. Ela coloca suas roupas espalhadas em cima de minha mesa e tira minha blusa. Suas costas nuas eram iluminadas pela sol e uma parte do meu corpo age involuntariamente.

Droga!

Malia termina de abotoar o sutiã e vira seu rosto pra mim:
- Quer um autógrafo?

Sinto vontade rir de tesão. Impressionante como essa garota adora se mostrar.

- Desculpa. - Saio do quarto e vou em direção a cozinha.

- Você se importa se eu pegar um remédio pra mim também? Minha cabeça tá latejando. - Malia vem até mim segundos depois.

- Claro que não... então foi você que deixou o comprimido lá?

- É claro, você não sabia nem o seu nome ontem. - Ela ri, mas eu continuo sério. - Não precisa fazer essa cara, já estou indo embora.

O quê!? Não!

- Olha, eu posso tentar fazer um café pra gente. Você cuidou de mim, eu tô meio que te devendo essa.

- Tudo bem. - Ela pareceu se animar com a ideia de comer. Essa é a Malia que eu conheço.

Vou em direção ao fogão e preparo duas tapiocas de queijo enquanto a maravilhosa máquina fazia o café.

- Como nos velhos tempos... - Ela se senta no balcão.

- É... - Eu concordo olhando em seu olho. Ela estava ali, nós estávamos aqui, era quase um sonho meu se realizando de novo. - Você pode me contar o que aconteceu ontem? Tudo, por favor.

Malia começa a comer e a falar ao mesmo tempo, e mesmo com a dor de cabeça, era impossível não prestar atenção naqueles olhos brilhantes e travessos.

- Dor de cabeça explicada. - Digo quando ela pareceu acabar de falar.

- Sinceramente, não achei nem que você fosse acordar hoje.

- Eu sou o Batman, lembra? Sou forte.

Ela ri com sua risada estranha e mostra aquele sorriso perfeito.

E como se eu não pudesse mais evitar ou esperar, me inclino em sua direção. Eu preciso beijá-la e que se dane todo resto.

- Lia!? - A voz de Lu ecoa pelo apartamento interrompendo meu surto.

Droga, Lucy!

- Lucy! Que saudade! - Malia se levanta do balcão e corre até ela a envolvendo num abraço demorado.

- Por que você nunca mais veio me ver? - Ela pergunta tristonha.

- A viagem, Lucy. Lembra? Eu te falei que ela passou um tempo em outro país.

Malia me encara e eu percebo sua decepção ao me olhar.

- É... desculpa não ter vindo antes, tudo bem?

- Mas promete que você não vai sumir de novo? Meu irmão ficou muito triste quando você viajou... e eu também.

Droga de novo, Lucy!

- Eu prometo, meu amor. Vou vir te visitar sempre que puder.

- E me levar pra tomar sorvete?

- Uhum. - Lucy então se joga mais uma vez nos braços de Malia e parecia não querer soltá-la nunca mais. - Por que não me mostra suas bonecas novas?

- Isso! Eu ganhei uma nova semana passada, vem! - Ela pega a mão de Malia e a arrasta pelo apartamento.

Elas ficaram conversando sobre bonecas por mais de uma hora e a despedida foi cheia de promessas de nunca mais se separarem.

Levo Malia até a portaria.

- Como você teve coragem de dizer pra ela que eu fui embora? Você disse que não queria mais contato entre nós duas!

- Eu sinto muito, mas eu realmente não soube o que fazer na época. De verdade, Lia. Eu sinto muito.

Ela encostou seu corpo na grade e olhou pro céu.

- Só não me separa dela de novo, tá?

- Prometo que não.

Ela sorri e se despede de mim quando seu uber chega.

Acompanho o carro com o olhar até ele virar a esquina. Acho que a única coisa que me conforta é saber que eu a verei amanhã. Isaac não merece essa garota. Não merece.

- Vocês voltaram a ser namorados? - Lucy pergunta animadinha quando eu subo novamente.

- Não, Lucy. Eu e a Lia somos só amigos agora.

- Sei. - Ela diz rindo e tentando tampar a boca.

- A senhorita já fez o dever de casa do final de semana?

Ela revira os olhos e dá um gritinho. Acho que eu não terei filhos nunca, como será daqui uns anos em sua pré adolescência? E se ela arranjar um namorado?

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Por que esse casal nunca dá certo, né?
XOXO