Para onde vão os corações partidos?

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Mama, tenemos una americana aqui. – ele gritou para o lado de dentro. – Seja bem vinda a pousada Miraflores, senhorita.

– Canadense. – corrigi, deixando o rapaz com uma expressão confusa. – É que eu entendi que você falou que eu sou americana, mas na verdade eu sou canadense. – expliquei.

– Como eu disse, americana. – ele sorriu zombeteiro. – Venha, vou levar você até a recepção, deixe que eu carrego isso. – ele se apressou em pegar minha bagagem.

O interior do lugar era bem bonito, misturando uma decoração mais praiana com toques regionais, sofás e almofadas eram bem distribuídos pela recepção dando um ar aconchegante, enquanto um bar moderno na lateral se encarregava da modernidade.

– Rafael, ainda estás aqui? Você vai se atrasar para buscar a moça, menino. – uma mulher surgiu no balcão com uma prancheta em mãos.

– Desculpa mama, o motor do carro custou a funcionar e eu estava até agora tentando consertá-lo, mas olhe, temos hóspede nova. – ele ia me apresentar, mas eu me antecipei.

– Olá, eu sou a Emily Clark, acabei de chegar e estou procurando por um quarto, me disseram que aqui é a pousada da dona Elena e ela me foi muito recomendada.

– Ah querida, você é a amiga do Lima. – ela soltou a prancheta e contornou o balcão vindo até mim. – Eu sou Elena, estava doida para te conhecer, o Lima fala tanto de você.

– Elena! Finalmente nos conhecemos. – aceitei de bom grado o abraço que ela me ofereceu.

– Esse é o meu filho, Rafael.

– O que deveria ir me buscar no aeroporto a quase a hora atrás? – zombei assistindo o rapaz coçar a cabeça sem graça.

– Olha, a culpa foi do…

– Motor do carro, eu ouvi você falando. Sem problemas, você só me deve cento e vinte dólares do táxi. – ele se assustou e eu segurei a risada. – É brincadeira.

– Já gostei de você. – Elena sorriu, enquanto o filho revirava os olhos. – Vamos querida, temos um quarteirão pela frente.

– Achei que aqui fosse sua pousada.

– E é, mas você é uma grande amiga do meu irmão, o que significa que é amiga da família e não merece nada menos que um quarto em minha casa, veja só se eu vou deixar que você fique solitária em um quarto daqui depois do Lima me fazer várias recomendações a seu respeito. – não sei se por andar sensível nos últimos dias, mas eu me senti emocionada com as palavras acolhedoras dela, era bom se sentir querida e saber que eu não estaria por conta própria num país estranho que não fala o meu idioma. – Rafa, traga a bagagem da moça. Vamos, meu bem?

A casa de dona Elena era tão aconchegante quanto sua pousada, ficava um quarteirão distante da orla, mas ainda tinha aquele clima litorâneo. Ela me levou até o quarto de hóspedes, me deixando a vontade para descansar e prometendo me chamar assim que o almoço estivesse pronto. Depois de mandar uma mensagem para vovó avisando que eu estava bem e tinha chegado em segurança, resolvi tomar um banho dispondo do banheiro do corredor.

Voltei para o quarto e minha mala estava ao lado da cama, provavelmente trazida por Rafael. Vesti uma roupa leve e simples já que apesar de calor, o clima era fresco na região. Ainda enxugando os cabelos, fui até a janela e observei a paisagem, o distrito de miraflores era uma região de litoral bastante requisitada, vi nas minhas pesquisas que era um dos bairros mais turísticos da capital. Mesmo estando longe da praia, eu ainda conseguia vislumbrar o mar emoldurando os prédios baixos e casas residenciais, e se eu fechasse os olhos e respirasse fundo ainda podia sentir o cheiro da maresia.

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⏰ Last updated: May 22, 2020 ⏰

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