O inesperado aconteceu...

48 8 6
                                    

Capítulo VI
O inesperado aconteceu...


         Dentre quaisquer surpresas que poderiam ocorrer em Bratislava, nenhuma delas seria páreo para o que senti ao ver Milan ali, em pé, sorrindo de forma meio assustada, parecendo aqueles meninos quando ganham o primeiro videogame. Desviei o olhar para perceber se tia Yana tinha notado aquela troca de energias tão evidente, mas nada. Ela tagarelava coisas em eslovaco que só os deuses dos idiomas poderiam me ajudar a entender. Simona estava mais atenta ao primo, parecendo entender que eu o conhecia mais do que ela poderia imaginar. Não demorou muito para Tony perceber um clima mais animador naquela hora do jantar. Foi logo falando:
         - Gente!!! Quero ver essa história belíssima acontecer aqui em Bratis! (Ele logo inventou um apelido para a cidade, novamente usando o português para não aguçar mais curiosidades). – Tô sentindo que o primo delicioso que Simona iria me apresentar já foi fisgado pela deusa dos trópicos, né? Simplesmente arrasou! Quero um romance tórrido, viu! Nada menos que isso. – concluiu. Olhei para meu amigo, parecendo que iria fulminá-lo. Ainda bem que ninguém ali entendera o que ele tinha dito. Entendi subliminarmente que Simona iria fazer a ponte para que Tony e Milan se entendessem de maneira mais íntima, porém aquilo não iria ocorrer, visto que, em nossa conversa ao telefone, o chef tinha demonstrado interesse em mim. Meu amigo percebera isso e, fazendo um jogo limpo, deu a entender que iria deixar nossos caminhos livres. O engraçado nisso tudo é que, em tão pouco tempo de amizade, nós nos entendíamos com a alma, sabíamos o que estava na mente um do outro, parecia coisa de vidas passadas.
         - Vocês já se conhecem, Yuri? – sondou Simona, continuando, sem esperar pela minha resposta. – Me conte os  detalhes, porque parece algo bem gostoso...
         - Eu conheci Milan na primeira noite no hotel, ele cozinha muito bem, Simona. Mas fiquei, tipo, numa linha simplesmente passada ao saber que esse mundo do leste Europeu é tão pequeno. Ele é teu primo, garota?! – não havia mais palavras para alinhavar o tom de surpresa que eu tinha imposto à pergunta. Tia Yana finalmente parou de tagarelar e as crianças agora estavam abraçadas ao irmão, que permanecia no mesmo lugar, esperando sua oportunidade para esclarecer a coincidência daquele reencontro.
         - Pensei que viria só um amigo seu para cá, prima. – Milan demonstrava estar tão seguro quanto nas vezes em preparava seus deliciosos pratos. Beijou a testa de seus irmãos e de sua irmãzinha, dirigindo-se, em seguida, à sua mãe, a quem abraçou ternamente. Sentou-se na cadeira reservada para ele e continuou, resoluto:
         – Você deve ser Tony, muito prazer. Minha prima já tinha falado muito de você, parece até que está apaixonada. – Milan gostava de colocar um toque de humor numa situação que poderia estar mais tensa. Eu achava aquilo o máximo.
         - É impossível alguém não se apaixonar por mim, querido. Olhe meus lindos olhos de pérolas negras... – todos demos uma gostosa gargalhada, vendo Tony dar uma piscadela para Simona, após dar aquela resposta super engraçada.
         - Mas... você ainda não me deu os detalhes mais interessantes de como se deu esse encontro entre você e Milan, hein, Yuri! Não tente escapar... – minha amiga parecia não querer desistir de saber as circunstâncias de tanto encantamento entre mim e Milan.
        - Ah, vou te falar só um pouquinho pra não dar muita audiência. Eu pedi pra ele me explicar quais eram os ingredientes do trdelník e no final estávamos na Eclipse com os amigos dele. Tomei todas e mais um pouco, fiz um show pirotécnico com direito à Madonna e beijos triplos... – tentei resumir tudo, mas fui interrompido por Tony.
         - Gata!!! Ai, desculpa, Yuri. Posso te chamar no feminino às vezes?! Porque você tem toda uma alma bem fêmea, meu bem. Maravilhosa!!! – eu permiti que ele me chamasse pelo feminino sim, porque naquele momento, aliás, desde que eu chegara a Paris, aquela vontade de mostrar mais meu lado feminino aflorava cada vez mais. Era um caminho sem volta, era um desejo de associar o externo ao interno. Ao perceber que eu não me opusera ao pedido, ele continuou, perguntando se eu tinha beijado Milan na boate. Simona ficou abismada quando o primo disse que vontade não lhe faltara. Claro que eu queria enterrar minha cabeça ali mesmo no chão da sala de jantar, pois estava sendo o centro da conversa.
         - Crianças, olhem bem pra mim! Estou parecendo um tomate, né? Vocês me colocaram na berlinda. Tia Yana, “Help me”! A essa altura a nossa tia em Bratislava já havia terminado seu jantar e se encontrava na sala de estar com as crianças, deixando-nos bem à vontade para conversarmos. Ela se assustou quando ouviu seu nome, vindo prontamente ao meu encontro. Usei aquele subterfúgio para que parassem de especular sobre a relação entre mim e Milan, até porque ainda não havia relação alguma. Deu certo! Simona perguntou à tia se ela poderia fazer trdelnìks para nós no dia seguinte e ela prontamente acolheu o pedido. O assunto tinha deixado de ser meu nome e Tony entendera a mensagem, procurando puxar de Milan a receita daquele doce típico tcheco. A conversa seguiu com piadas sobre o longo dia que tivemos ao perambular por Bratis, nome fofo que Tony tinha inventado. Milan explicou que teria uma semana de licença para cuidar do avô. Tia Yana e Simona ficaram mais aliviadas ao saber que o senhor de 89 anos estava se recuperando bem da queda que havia sofrido, fraturando o fêmur. A boa notícia fez com que tia Yana nos convidasse a conhecer seus pais, o que prontamente foi aceito por mim e Tony. Afinal de contas, seria mais uma oportunidade de passear pela pitoresca capital da Eslováquia, já que Devín se encontrava a trinte minutos de distância.
         - Já que não passeamos de barco no rio Moldava como eu queria, você aceita pelo menos jantar comigo no restaurante da ponte UFO, Yuri? – novamente o assunto se voltava para mim, agora no aconchegante terraço, onde, num canto, as crianças riam a valer, brincando e pulando com seus jogos infantis. Tony não perdeu tempo:
         - Eu aceitaria na hora, viu amore? Não se perde uma chance dessas em milhões. Só assim você esquece... – ele não chegou a terminar a frase, pois eu sabia que o nome mencionado seria Jan. Procurei interromper meu amigo, que estava empolgado demais em ser o cupido da noite.
         - Poderíamos jantar todos juntos, não é? Quero essa confraternização. Pelo menos dividimos a conta, já que Simona falou que é bem caro comer lá. – tentei de tudo para não me encontrar a sós com o lindo chef, pois meus pensamentos e desejos ainda queriam o deus tcheco, filho do dono do hotel. Mas Milan não desistia, queria me conquistar. Por que não dar chance ao certo, já que o duvidoso estava em Praga? Sabe-se lá se ele ainda se lembrava da minha existência.
         - Okay, podemos jantar todos na ponte, mas... Você vai passear comigo pelo Rio Danúbio depois, só nós dois.
         Era impossível dizer não àquele convite, já que em Praga o mesmo não havia se concretizado. Não seria elegante da minha parte fazer uma nova desfeita. Nem eu queria. Naquele exato momento, vendo a insistência daquele belo chef em querer ficar comigo, eu cedi aos encantos, ao desejo que estava implícito, mas que surgira. Procurei colocar tantas ideias no lugar, buscar entender o porquê de, repentinamente, desejar estar com Milan, e não com Jan, na cidade de Bratislava. Ao ver a insistência e vontade que o filho de tia Yana imprimia em querer um momento a sós comigo, senti um desejo aflorar, querendo descobrir o que aqueles lábios poderiam mostrar além da função de provar os pratos deliciosos que encantavam hóspedes e visitantes no restaurante do hotel onde eu me hospedara e onde ele trabalhava. Todas as direções naquele momento levavam ao desejo. Eu sentia que era hora de viver o agora, e não suspirar por um futuro incerto. Era algo que eu me prontificara a fazer desde que aceitei o convite de Ingrid. Não iria voltar atrás, após ter aceitado aquele convite.
         Aquela noite em Bratislava estava muito especial. Aquele clima em família, com meus amigos, com tia Yana, com as crianças, com Milan. Enquanto todos conversavam e riam eu de repente comecei a refletir sobre o dia seguinte. Mais um dia longe de Praga? Sem ver meu deus tcheco de olhos azuis? Eu não iria provar aqueles lábios novamente? Nem parecia que, no dia seguinte eu teria que ligar para dar satisfação à minha irmã sobre meu paradeiro, pois eu sabia que ela poderia ir até Praga se fosse possível, a fim de estar no controle de meus passos, apesar de a mesma ter se certificado de que iria me deixa livre para buscar meu próprio destino durante aquelas férias. Eu compreendia aquela atitude de Ingrid em estar a par de como eu estava, do que estava aprontando e claro, com detalhes. Eu estava visitando lugares antes desconhecidos para mim e isso a preocupava. Se fosse por Henri, eu já estaria no Japão, pois ele sempre soube que eu tinha um certo receio em desbravar o mundo, apesar de desejar muito por isso desde a adolescência. A oportunidade estava ali, eu estava vivendo meu destino. Era assim que minha irmã e meu cunhado queriam que eu estivesse, apesar de Ingrid ser mais protetora e ficar mais no meu encalço.
         - Ei, Bela Adormecida! Acorde desse encanto... – Tony me trouxe de volta ao presente. Milan me encarava de forma terna, parecendo entender que meu estado de espírito tinha saído daquele local e retornado à Republica Tcheca. Eu queria resistir àquele olhar, àquele sorriso. Mas aquele homem, com aquela barba por fazer, um jeito todo cuidadoso de me tratar, procurando sempre ver se eu estava bem, à vontade. Era algo que eu jamais tinha sentido antes. Sempre tive relacionamentos tórridos no sexo, mas um pouco frios no lidar, no tratar um ao outro. Milan tinha uma maneira doce, apesar daqueles trejeitos tão másculos. Era meu oposto no que tangia à sexualidade masculina. Minha delicadeza, meu trejeito feminino confrontava aquele homem de aspecto viril, robusto, porém suave, atencioso, cavalheiro. Ele parecia atraído exatamente por aquilo que eu carregava dentro e fora de meu ser, aquela dicotomia, a ambiguidade que atraía olhares, desejos, mas que também fazia muitas pessoas expressarem ojeriza, preconceito. No brasil, por muitas vezes faziam-me chacotas, gracinhas, havia brincadeiras na escola desde quando eu era criança, colegas de classe procurando me ridicularizar pelo meu jeito. Era algo que meus pais não sabiam lidar, mas que também não deixavam impune. Sempre me defendiam, eram a meu favor, mas nunca foram claros se me aceitavam ou não. Ingrid, pelo contrário, sempre procurou mostrar a mim que sabia pelo que eu estava passando, sobre minha sexualidade muitas vezes reprimida por causa do trabalho, do convívio com meus pais. Não sei se tudo aquilo que ela aprontara comigo era para me libertar de vez ou para me fazer compreender que eu não precisava mais da permissão de ninguém para ser o que eu realmente desejava ser. Ali na minha frente, sentado numa cadeira bem confortável, eu tinha a resposta. Não era difícil perceber que Milan me desejava do jeito que eu era, nem mais nem menos. Simona e Tony perceberam logo que um clima estava se formando ali. Tia Yana parecia estar desconfiada, mas eu não queria e não iria sondá-la, até porque eu iria precisar de um intérprete. Naquele terraço, toda uma nova configuração estava se tecendo, meu primeiro romance parecia muito iminente. Meu corpo desejava aquilo, minha mente buscava ser razoável e meu coração lutava por ainda buscar Jan, que apenas tinha me beijado, mas que parecia estar tão atrelado ao meu futuro quanto Milan estava. Depois de mais conversas e risadas, brincadeiras e confraternizações de novas amizades, cada um foi se dispersando para poder descansar e aproveitar o dia seguinte, que seria certamente tão longo quanto aquele primeiro ali na Eslováquia.
         No quarto reservado para mim, eu já ouvia, ao longe, o que parecia ser um galo cantando. A manhã já estava por vir e eu não tinha ainda pregado o olho, pensando em tantas coisas. Meus amigos pareciam duas pedras, estavam num sono tão delicioso que nem se moveram quando eu saí para a cozinha, sedento por um copo d’água. Cuidadosamente achei as chaves da casa penduradas junto a um quadro na parede da sala de estar. E ali, no terraço aconchegante, fiquei a fitar as luzes de todas as outras casas, dos prédios sempre num estilo mais rústico, antigo. O sol já dando seus primeiros sinais, com tímidos raios querendo brotar do horizonte. De repente, meu corpo ficou arrepiado, dos pés à cabeça. Aquela barba roçando em meu pescoço, dois braços se entrelaçando pela minha cintura, o corpo de Milan, quente, conectando-se por trás do meu. Seus lábios pareciam uma brisa, acariciando meu pescoço. Eu não estava em condições de me negar a tal investida, visto que foi a mais deliciosa que eu sentira em anos de existência. De repente a voz dele soou como veludo em meu ouvido:
         - Por que você resiste tanto a mim, hein?... Eu não consegui dormir, pensando em você, em te agarrar exatamente desse jeito. Lembra que eu disse que você seria minha flor?... – eu não iria mais resistir. Me virei para ele, afim de fitar aqueles olhos profundos, de percorrer todo aquele rosto eslovaco, receber aquele beijo que tanto ele esperava de mim, nossos lábios nem pareciam perceber que o sol já começava delicadamente a nos iluminar. Nem estávamos preocupados sobre quem iria nos ver primeiro ali, conectados de forma tão deliciosa, meus braços envoltos em seu pescoço, seus braços me segurando firme contra o corpo quente dele, nossas línguas úmidas, trocando fluidos de tanto desejo, de tanta vontade. Tudo fora esquecido naquele exato momento. Nada mais eu queria a não ser estar ali, me sentindo protegido por aquele homem, por aquele anjo, que me protegeu e me deixou a salvo, quando eu estava à deriva, exacerbado de tanto álcool. Aquele beijo que ele deu em minhas bochechas, com tanto respeito e carinho, à porta do meu quarto de hotel, naquele momento eram trocas de fluidos, de lábios sedentos um pelo outro, de corpos sedentos um pelo outro. O desejo ali era palpável, suas mãos começavam a acariciar minhas costas, a apertar minhas nádegas. Minhas mãos também percorriam suas costas, sua nuca, acariciando seus cabelos loiros e ondulados. Seu cheiro, seu corpo excitado me atraía tanto naquele momento. Estávamos tão excitados que teríamos feito amor ali mesmo, no terraço da mãe dele. Mas sabíamos que deveríamos nos conter. Saí do aconchego daqueles lábios e fui para uma de suas orelhas, onde de leve, dei uma mordida, sentindo seu corpo arrepiar enquanto ele novamente beijava meu pescoço, arrepiando meu corpo novamente. Segurei seu rosto bem junto ao meu e suavemente comecei a expressar o que eu estava sentindo:
         - Eu não sei o que está acontecendo comigo, Milan. Mas agora, nesse exato momento, eu só queria que tudo parasse pra ver que coisa linda é nós dois aqui, nos beijando ao amanhecer. Eu não tinha planejado nada disso. Você me desejava, Milan?... – minha pergunta não condizia com tudo o que eu queria realmente falar, fazer.
         - Desde o momento em que você me perguntou sobre o trdelník, no restaurante do hotel, lembra? – ele deu uma pausa, mirando bem nos meus olhos. Eu parecia que iria derreter ali mesmo de tanto desejo. E continuou... – Na boate, eu quis te beijar, fazer amor com você. Me segurei tanto. Só dei um beijo nas suas bochechas. Tá vendo? Eu sou um homem que não se aproveita de uma flor completamente bêbada para depois sair falando por aí...
        - Eu nem queria que fosse diferente, sabia? Meu “Jardineiro Fiel”! Milan, olha, eu queria que você soubesse que... – antes de minha fala ser terminada, o som das crianças acordando nos fizera desconectar daquela posição de abraço em que estávamos. Implicitamente sabíamos que deveríamos respeitar o local onde estávamos, as crianças, irmãos e irmã dele, tia Yana, a mãe dele. Não que o que estávamos fazendo era errado e obsceno. Para nós aquilo era a coisa mais normal do mundo, e era mesmo! Mas havia momento um momento ideal para reservamos ao prazer e à luxúria que merecíamos. Sentamos, cada um a uma poltrona, ali no terraço, nos olhando, sem dizer uma palavra, apenas sorrindo um para o outro. As crianças saíram para ver quem já estava tão cedo lá fora. Deram um abraço carinhoso no irmão. Eu achava aquelas demonstrações de carinho entre Milan, os irmãos, Simona e tia Yana algo tão lindo, que eu não tinha na minha família. De repente as crianças estavam rodeadas em minha volta, me abraçando e me enchendo de beijinhos. Não sei se fora Milan quem pediu para elas fazerem aquilo, ou se foram afetos espontâneos.  O que importava era o carinho em si. Me senti tão especial. Retribui os abraços, acarinhando cada uma daquelas crianças tão fofas. Logo elas foram para o quintal buscar os lindos poodles. Tia Yana já se fazia ouvir lá dentro da casa, parecendo chamar pelo filho, que respondeu em eslovaco e, antes de se dirigir para atender sua mãe, parou em minha frente, agachando-se para me dar mais um rápido, porém não menos delicioso beijo.
         - Temos que dormir nem que seja um pouquinho, sabia? – falei-lhe, após me afastar docemente daqueles lábios viçosos. – O dia hoje promete...
        - Por mim eu passaria o dia todo só com você, mas sei que sua popularidade está em alta na minha família e vou deixar eles curtirem você também. Não sou egoísta, viu?... Minha mãe adorou você e Tony, sabia? – a essa altura ele já estava andando, em direção à porta de entrada da casa. Fiquei a observar os pássaros que já se alegravam com a presença do sol. Eu realmente precisava dormir um pouco, pois iria gastar muita energia bem positiva naquele dia, que seria o último em Bratislava. Estava determinado a aproveitá-lo com todas as minhas forças. Algo inesperado ocorreu com a surpresa de ter Milan ali, mas algo bem mais especial viria, eu tinha certeza! As crianças voltaram do quintal com os poodles, fazendo aquela algazarra sadia, típica da infância. Mesmo vendo que elas estavam falando em outra língua, eu entendia que estavam felizes pelo simples fato de serem crianças. Eu também estava inesperadamente tão feliz, meus pensamentos a mil, os sentimentos começando a se confundir, mas o desejo mais ardente que nunca por viver o hoje, pois o amanhã não existia sem que houvesse o hoje. Fui sorrateiramente para o quarto, meus amigos ainda imóveis, num sono profundo. Deitei-me, os olhos pesando, adormeci... 

Amor em PragaWhere stories live. Discover now