Prólogo, A Missão

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— Então... quem está batendo na porta?

O rosto do desconhecido assumiu uma expressão de puro pavor, então ele disse:

— Não quem..., mas o quê.

O homem empurrou o desconhecido e disparou em direção ao Forte na esperança de que o que tivesse escutado fosse uma mentira. Por momentos, pareceu George (ou Georgie, para os íntimos) correndo com sua capa de chuva e galochas amarelas, caçando um barco encerado de papel pela correnteza de uma chuva torrencial. Mas o homem não era Georgie, e o que caçava não era um barco de papel. Era alguém. E quando entrou no Forte e viu o cômodo tomado pela fumaça negra densa, sua única esperança se esvaiu como um balão furado ao ver que sua arma secreta já havia sido dominada. Ele ainda tentou escapar, mas a fumaça invadiu seu corpo e o pôs de joelhos – mas não o dominou por completo, e no fundo ele soube que a coisa queria que ele observasse tudo.

Nem mesmo as Forças Armadas Demoníacas foram capazes de impedir a invasão, nem mesmo ele, e no final da noite o homem caiu no chão, sem forças, de pulso estendido para cima. Na mão, o relógio apontava disparado no horário (agora) eternizado na história. Da fumaça enervante, a coisa saiu. Alta, jovial, magnífica, ajoelhou-se e pegou o relógio na mão do homem. Da outra, capturou um pequeno dado vermelho.

— Há quanto tempo...

Lá do alto, em uma nuvem, Jimin observou

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Lá do alto, em uma nuvem, Jimin observou. Suas asas, grandes e poderosas asas, esticaram-se para trás quando ele se inclinou para frente para tentar observar através de uma nuvem. Havia um doce toque de curiosidade em seus olhos, mas um retoque azedo de pavor em sua garganta. Estava maravilhado, mas também com medo. Ali, tudo o que conseguiu enxergar foi o azul límpido do céu e o negro sujo da terra muito, muito distante. Seria uma queda terrível. Ele sobreviveria? Seu corpo era pequeno demais, a queda o destruiria. Suas asas virariam pó. E para quê isso tudo serviria, então? Não poderia voltar atrás, não quando tudo dependia dele.

Nas mãos trêmulas, dois objetos raros e importantes: na direita, uma harpa; na esquerda, uma peça de xadrez.

A missão era séria, dura, e ele a repetia diversas vezes mentalmente, esperando que não a esquecesse durante o terror de sua queda.

Havia sido abordado ao nascer-do-sol enquanto ajudava os Anjos da Guarda Milenar a limpar o armazém de armas. Estavam planejando uma aventura nas Cavernas D'Omem Translúcido quando um homem bastante estranho o abordou. Misterioso, não tinha a aparência de um anjo, mas era, e suas longas asas apenas confirmaram seu alto nível na hierarquia celestial. O homem ordenou a ele que encerrasse suas atividades e o encontrasse na Fonte Celeste ao meio-dia. Lá, sua missão foi dada com louvor.

Mas, apesar de estarem no Céu, aquilo não pareceu ser uma missão para um anjo.

Agora, ainda na margem da nuvem, Jimin soluçou ao acariciar seu par divino de asas brancas pela última vez, perguntando-se quando seria capaz de voar livremente a partir de então. Seus dias no Paraíso estavam contados, e aquele seria seu fim. Atrás dele, o homem apareceu.

— Não vai doer tanto assim — disse ele, para acalmá-lo.

— Isso não é justo — Jimin soluçou. — I-Isso não é j-j-justo comigo!

— Você é o único capaz de conseguir — disse o homem, ajoelhando-se ao lado dele. — Está com as peças bem guardadas?

Jimin apertou os punhos ao redor da harpa encolhida e da peça de xadrez.

— S-Sim — gaguejou.

— Ótimo, agora vá — disse o homem.

Jimin olhou para o limite da nuvem.

— M-Mas...

— É o seu dever sagrado — o homem reiterou.

Jimin rompeu de vez em lágrimas, rastejando temeroso até a margem. Olhou uma última vez para trás, para além do homem desconhecido de barba longa e branca, e vislumbrou o Paraíso feito de ouro e verde, assim como havia imaginado há muito, muito tempo.

Então guardou suas asas e pulou.

No fundo de sua mente, enquanto o vento brutal jogava seu corpo como uma boneca de pano para baixo e sua pele inteira queimava em chamas ardentes, ele repetiu as ordens de sua missão:

Caia, então procure pela Estrela da Manhã. O apocalipse precisa acontecer e você irá garantir isso.

 O apocalipse precisa acontecer e você irá garantir isso

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Oi 🎃🤟 como vocês estão? Espero que mal! hihihi

Estou muito animado com o começo de Nas Mãos do Diabo: ¿2? Muito, muito mesmo! E estou muito feliz que há pessoas que queiram acompanhar o segundo livro! Muito desobrigado, de verdade! Espero que tenham uma leitura tenebrosa e estejam preparadas/os para novas aventuras TENEBROSAS! 

(eU TAVA MORRENDO DE SAUDADES DO JIMINZINHO)

📭 Quais foram as coisas que mais chamaram a atenção de vocês no prólogo?

Vamos falar sobre a história no tt também hihihi usem #AnjoEmApuros, certo? Meu user é /jujubalandiabo!


Nas Mãos do Diabo [2] O KhaosWhere stories live. Discover now